Indicado ao STF, Messias amplia articulação: 'não vou sair do Senado nenhum dia'
Jorge Messias percorre gabinetes para consolidar apoio antes da análise na CCJ e votação no plenário
247 - O advogado-geral da União, Jorge Messias, intensificou nesta terça-feira sua presença nos corredores do Senado após ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Segundo o jornal O Globo, a estratégia inclui conversas diárias com senadores, tanto da base quanto da oposição, com foco na criação de uma maioria sólida antes da deliberação final. A ofensiva política se acelera a duas semanas da sabatina que definirá seu futuro na Corte.
Conversas aceleradas e busca de apoio
Durante o dia, Messias afirmou ter dialogado com três parlamentares. Segundo ele, a agenda de encontros será constante até a votação no plenário, marcada para 10 de dezembro. “Já falei com os senadores Confúcio Moura (MDB-RO), Lucas Barreto (PSD-PA) e Otto Alencar (PSD-BA). Foram ótimas conversas. Eu não vou sair do Senado nenhum dia, vou estar aqui todos os dias. Está tudo bem com o Davi [Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado}, falo com ele toda semana, o clima está ótimo”, disse.
O movimento ocorreu no mesmo dia em que Davi Alcolumbre, definiu o cronograma de tramitação da indicação na Comissão de Constituição e Justiça. O senador Weverton Rocha (PDT-MA), aliado de Alcolumbre, será o relator responsável pelo parecer.
Calendário da sabatina e deliberação
Ao comentar o processo, Alcolumbre explicou o rito seguido pelo Senado. “Dentro do rito natural de apreciação de autoridades, quero esclarecer sobre a indicação do presidente Lula. Tomei conhecimento pela imprensa da decisão do governo, com um Diário Oficial extra informando a decisão institucional de indicar Jorge Messias para esta vaga. Tendo conhecimento, conversei com o senador Otto Alencar (PSD-BA), a quem cabe a CCJ. Estabelecemos um calendário para sabatina e deliberação da autoridade na CCJ e depois no plenário do Senado. A mensagem será lida no dia 3 de dezembro. No dia 10 faremos a sabatina na CCJ e a deliberação no plenário do Senado”, disse Messias, de acordo com a reportagem.
Tensão política e reação do Senado
A escolha de Messias, porém, ampliou o mal-estar entre o governo e parte do Senado. O nome preferido de Alcolumbre — e de uma parcela significativa dos parlamentares — era o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O desconforto aumentou após o governo não avisar previamente que a indicação seria publicada na última quinta-feira.
Em meio à turbulência, Messias divulgou uma carta dirigida ao presidente do Senado, na qual destacou ser seu “dever” colocar-se à disposição para o processo de escrutínio constitucional. Na mensagem, ele relembrou sua trajetória profissional no Parlamento, citando a importância do acolhimento que recebeu anos atrás no próprio Senado, sob responsabilidade de Alcolumbre.



