Lindbergh após romper com Motta: “Centrão não indica líder do PT”
O parlamentar fez o comentário após o presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciar o rompimento com o petista
247 - O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta segunda-feira (24), em Brasília (DF), que o Centrão “não indica líder do PT”. O parlamentar fez o comentário após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciar o rompimento com o deputado petista.
“Isso aqui não é um clube de amigos, né? A minha relação sempre foi política. Não é o Centrão que indica o líder do PT. São os deputados do PT. E as minhas posições são sempre muito previsíveis”, disse Lindbergh a jornalistas na Câmara.
“Alguém achava que a gente ia ficar calado naquela votação do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras]? Não. Nós reagimos. Alguém achava que a gente tinha que ficar calado na votação da PEC [Proposta de Emenda à Constituição] da Blindagem? Não. Nós tomamos a nossa posição”, acrescentou.
Partido de Motta, o Republicanos é integrante do Centrão. O presidente da Câmara havia anunciado o rompimento com Lindbergh. "Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias", afirmou o parlamentar do Republicanos-PB ao jornal Folha de S.Paulo.
Rompimento
A relação entre governo federal e Congresso passou a ter mais atenção de parlamentares nos últimos meses, período em que três decisões polêmicas foram anunciadas pela Câmara.
Uma delas foi a aprovação do Projeto de Lei 5582/25, do Poder Executivo, conhecido como PL Antifacção. Outra decisão foi a Casa ter retirado de pauta a medida provisória (MP) 1.303/2025, que havia sido editada como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras - IOF. Deputados federais também aprovaram a PEC da Blindagem (3/2021).
Atualmente, o governo federal negocia com o Congresso para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), necessária para o Orçamento de 2026.
IOF, PL Antifacção e PEC da Blindagem
O PL Antifacção foi aprovado no último dia 18. A proposta aumenta as penas pela participação em organização criminosa ou milícia e prevê apreensão prévia de bens do investigado em certas circunstâncias.
Deputados federais aprovaram um substitutivo do relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), para o projeto. Foram 370 votos a favor do texto do relator, 110 votos contrários e 3 abstenções. O parlamentar foi secretário de Segurança do governo do estado de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL).
Em 8 de outubro, a Câmara retirou de pauta a medida provisória (MP) 1.303/2025, que havia sido editada como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras - IOF. A retirada aconteceu por meio da aprovação de um requerimento — que obteve 251 votos favoráveis e 193 contrários. Com a decisão, a MP perdeu a validade.
A medida provisória era considerada essencial pela equipe econômica para viabilizar o equilíbrio fiscal em 2026, ano em que o governo precisará cumprir uma meta de superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Originalmente, a MP previa uma arrecadação de R$ 20,9 bilhões e um corte de gastos de R$ 10,7 bilhões, ambos em 2026.
Em 16 de setembro, a Câmara aprovou a PEC da Blindagem (3/2021), que dificulta a prisão em flagrante de parlamentares. Pela proposta é necessário aval do Legislativo para abertura de ações penais contra congressistas. Foram registrados 354 votos a favor e 134 contra no primeiro turno. No segundo o placar foi 344 a 133.



