Glauber Braga cogita disputar o governo do Rio em 2026
Deputado do Psol diz que decisão será tomada até abril
247 - Suspenso do exercício do mandato parlamentar por seis meses, o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) afirmou que considera disputar o governo do estado do Rio de Janeiro nas eleições de 2026. Segundo o parlamentar, a possibilidade vem sendo debatida internamente no partido e integra um processo de consultas e reuniões que antecederá a definição sobre seu futuro político.
As declarações foram dadas em entrevista ao Diário de Pernambuco, publicada após a decisão do plenário da Câmara dos Deputados que determinou seu afastamento temporário. Glauber explicou que o Psol estabeleceu um calendário interno que prevê a inscrição de pré-candidaturas até março, com a decisão final marcada para abril. “Penso no Governo do Rio ou na candidatura para deputado. Até lá, vou ampliar essa mobilização para consulta nas cidades”, afirmou.
De acordo com o deputado, o processo de discussão já está em curso e envolve encontros em todo o estado. “Eu já tinha começado um conjunto de 100 reuniões, percorrendo os 92 municípios do Rio. A gente discute programa de governo, conjuntura nacional e tática eleitoral", declarou. No cenário fluminense, o Psol avalia lançar candidatura própria ao Palácio Guanabara, descartando apoio ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD).
Paralelamente à discussão sobre o governo estadual, a legenda também organiza sua estratégia para a Câmara dos Deputados. Entre as apostas consideradas competitivas está a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), que deve buscar a reeleição e se consolidar como principal puxadora de votos no estado após ter chegado ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Niterói no ano passado. O partido também planeja lançar o vereador Rick Azevedo, fundador do movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e militante pelo fim da escala 6x1, como candidato a deputado federal.
O principal foco eleitoral do Psol em 2026, no entanto, tende a ser São Paulo. No estado, o agora ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, obteve mais de 1 milhão de votos em 2022, mas ficará fora da próxima disputa após assumir uma pasta no governo Lula. O espaço deixado por Boulos deve ser ocupado pela deputada Erika Hilton (Psol-SP), considerada a principal aposta da sigla como puxadora de votos paulista, além de novas candidaturas, como a de Natalia Szermeta, mulher do ministro.
Durante a mesma entrevista, Glauber Braga também comentou o afastamento imposto pela Câmara como punição alternativa à cassação de seu mandato. A decisão foi tomada após o deputado ter agredido, em 2024, um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). Na ocasião, a representação contra o parlamentar foi encaminhada ao Conselho de Ética pelo então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que recomendou a perda do mandato.
Ao relatar sua versão dos fatos, Glauber atribuiu a punição a uma motivação política. “Ficou evidente que se tratou de uma perseguição política dele [Lira], principalmente por conta das denúncias do mandato em relação ao orçamento secreto. Durante todo esse processo, a arrogância dele foi total. Ele dizia aos interlocutores que me caçaria com mais de 400 votos, mas não teve condições de concretizar esse cenário, porque a gente apostou desde o início em uma mobilização que fosse para a rua, com a presença de sindicatos e movimentos sociais em todas as reuniões”, afirmou o deputado.



