Rede de lavagem de dinheiro do PCC é alvo de operação em SP
Ação cumpre dezenas de mandados e bloqueia bens avaliados em milhões, segundo a Polícia Civil
247 - A Polícia Civil de São Paulo desencadeou, na manhã desta quinta-feira (4), uma ofensiva contra um esquema de lavagem de dinheiro associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação mobilizou equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) em diversos endereços da capital e da Grande São Paulo.
A Operação Falso Mercúrio tem como alvo uma rede que, segundo a 3ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), estruturou um sistema sofisticado para ocultar valores provenientes de atividades ilegais, como tráfico de drogas, estelionato e jogos de azar.
As autoridades executaram 54 mandados judiciais, sendo seis ordens de prisão e 48 de busca e apreensão. A Justiça determinou ainda o sequestro de 49 imóveis, três embarcações e 257 veículos em nome dos investigados, além do bloqueio de contas vinculadas a 20 pessoas físicas e 37 empresas.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) indica que há evidências de que o grupo atuava alinhado a “uma facção criminosa amplamente conhecida no estado”. As investigações detalham que a rede operava dividida em três núcleos: coletores, encarregados de recolher o dinheiro ilícito; intermediários, responsáveis por movimentar e ocultar os valores; e beneficiários finais, que recebiam os recursos já lavados.
O secretário da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, destacou a dimensão da ofensiva, afirmando que “é uma das maiores operações já deflagradas pela Polícia Civil contra a lavagem de capitais. Os envolvidos no crime viviam uma vida de luxo e conseguiam milhões com a atividade ilícita. Hoje, nós avançamos contra essa rede criminosa”.
O diretor do Deic, delegado Ronaldo Sayeg, reforçou o caráter inédito do trabalho patrimonial realizado pelo departamento. “Seguimos a diretriz de descapitalizar o crime organizado e recuperar ativos. Essa operação simboliza isso em razão do número de imóveis e bens que estão bloqueados e restritos”, afirmou.



