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"Tarcísio quer jogar a crise da Enel no colo do governo federal", critica Gleisi

Ministra critica política privatista de Tarcísio, descarta intervenção federal e lembra: “Bolsonaro privatizou a Eletrobras”

Tarcísio de Freitas e Gleisi Hoffmann (Foto: Pablo Jacob/Governo de São Paulo | Gil Ferreira/SRI-PR)

247 - A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou nesta sexta-feira (12) a tentativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de atribuir ao governo federal a responsabilidade pela crise envolvendo a Enel Distribuição São Paulo. Em postagem nas redes sociais, a ministra afirmou que o governador tenta transferir à União um problema decorrente de escolhas políticas ligadas à privatização de serviços essenciais.

Segundo Gleisi, Tarcísio Freitas "e seu chefe" Jair Bolsonaro (PL) sempre defenderam a privatização de áreas estratégicas, como energia e saneamento. Na avaliação da ministra, ao sugerir uma intervenção federal na Enel, o governador ignora que “não é ele o ‘refém’ do contrato da Enel, é a população que foi lesada ao longo de décadas”. Ela acrescentou que “não adianta falar agora em intervenção federal, porque Bolsonaro privatizou a Eletrobras, tirando da União a única empresa que poderia assumir a distribuição de energia em São Paulo”.

A manifestação ocorre em meio ao apagão provocado por uma ventania histórica que deixou mais de 2 milhões de moradias sem energia elétrica na Grande São Paulo. Mesmo na manhã desta sexta-feira (12), quase 800 mil imóveis ainda permaneciam sem fornecimento regular. Diante da continuidade das falhas, Tarcísio defendeu publicamente, na quinta-feira (11), a intervenção do governo federal na concessionária.

Ao comentar a atuação da Enel, o governador foi direto: “A intervenção funciona; o plano de contingência não”. Para ele, a resposta da empresa foi “absolutamente insuficiente” para restabelecer o serviço. Tarcísio também criticou o número de equipes mobilizadas: “A gente estava ontem na formação da empresa: 1,2 mil equipes de campo; chegou a 1,6 mil equipes de campo. Isso é absolutamente insuficiente”.

O governador reforçou ainda que a responsabilidade pela distribuição de energia elétrica é federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Nós não somos donos do contrato, não temos competência; a competência da energia elétrica, da distribuição, é federal, está no Ministério de Minas e Energia e na Aneel”, afirmou. “A gente tenta dar o máximo de subsídio e fazer o que pode para melhorar a prestação do serviço".

Em nota, o Ministério de Minas e Energia informou que iniciou, em conjunto com a Aneel, uma força-tarefa para acelerar o restabelecimento da energia elétrica. Segundo a pasta, houve solicitação para “o deslocamento imediato de equipes de distribuidoras de energia elétrica próximas a São Paulo para reforçar o atendimento”. O ministério informou ainda que há quase duas mil equipes das concessionárias Enel e Neoenergia Elektro atuando no estado, mas não comentou a possibilidade de intervenção federal na empresa.

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