Tarcísio tenta aliviar para Bolsonaro no STF
Governador de São Paulo defende prisão domiciliar e agenda visita a Jair Bolsonaro
247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mobilizou-se em Brasília no mesmo dia em que Jair Bolsonaro (PL) foi detido preventivamente. De acordo com o jornal O Globo, ele buscou apoio no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão que levou o ex-presidente à superintendência da Polícia Federal.
Tarcísio manteve ao menos uma conversa com o ministro Gilmar Mendes no sábado (22). Na interlocução, defendeu que Bolsonaro não tinha intenção de fugir e argumentou a favor da volta à condição de preso domiciliar, que havia sido autorizada anteriormente por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Nos próximos dias, Tarcísio pretende solicitar inclusão no rol de visitantes da PF em Brasília para encontrar Bolsonaro. Um encontro entre ambos estava marcado para 10 de dezembro, quando o ex-presidente ainda cumpria prisão domiciliar. Com a conversão para prisão preventiva, todas as visitas previamente liberadas foram suspensas.
Entre os temas que devem dominar a conversa, além do estado de saúde de Bolsonaro, está o cenário político para 2026. Aliados do governador afirmam que ele não pretende tratar de forma direta sobre sua própria situação eleitoral, mas discutir a necessidade de articulações estaduais, regionais e nacionais.
Apesar de ser o nome mais citado para representar o bolsonarismo na disputa presidencial do próximo ano, Tarcísio tem repetido publicamente que buscará a reeleição em São Paulo, em parte porque ainda não recebeu aval definitivo de Bolsonaro. A avaliação entre aliados é que essa postura deve permanecer, mantendo o governador “jogando parado” até que a direita defina seu candidato.
Deputados próximos ao Palácio dos Bandeirantes afirmam que Tarcísio seguirá com os “pés nas duas canoas”, acompanhando pesquisas nacionais diariamente sem assumir formalmente nenhuma rota. Um aliado resume a estratégia dizendo que, enquanto depende do apoio de Bolsonaro para uma candidatura presidencial, o caminho da reeleição seria “menos custoso”.
Pressão e perplexidade no STF
Ainda no sábado, antes de virem à tona os detalhes da violação da tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, aliados do ex-presidente procuraram ministros do STF na tentativa de esfriar ânimos e abrir espaço para contestar a ordem de prisão preventiva. Esses interlocutores afirmaram que Bolsonaro não tentou fugir e atribuíram o episódio a um surto provocado pelo uso intenso de medicamentos para dor e ansiedade. Também relataram que ele estaria isolado e sem acompanhamento adequado em casa.
A reação entre os ministros foi de surpresa. Um deles classificou a situação como “bizarra”.
Reações no mundo político
Na segunda-feira (24), durante evento do Grupo Voto em São Paulo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também se manifestou sobre a tentativa de Bolsonaro de violar a tornozeleira eletrônica usando um ferro de solda. Para Zema, tratou-se de um gesto extremo diante das condições enfrentadas pelo ex-presidente.
"Vejo aquilo como uma situação extrema ali pelo que ele está vivendo. Mas que, hora alguma, e nós temos que deixar claro isso, ele tentou fugir. Até me parece um excesso. Você está em prisão domiciliar com pessoas vigiando a sua casa e ainda tem de colocar uma tornozeleira eletrônica”, afirmou o governador mineiro, que tenta se posicionar como alternativa na disputa presidencial.



