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Lula diz que seu governo teria evitado 80% das mortes por Covid no Brasil

Presidente afirma que negligência e irresponsabilidade do governo Bolsonaro ampliaram o número de vítimas da pandemia no país

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (11), durante a inauguração do Centro de Radioterapia de Itabira (MG), que um governo responsável poderia ter evitado a maior parte das mortes provocadas pela Covid-19 no país. 

Lula relacionou a inauguração do novo equipamento à importância do SUS e das políticas públicas de saúde e defendeu que todos os brasileiros — independentemente de renda — devem ter acesso ao mesmo padrão tecnológico disponível globalmente. “Este aparelho que está montado aqui [...] é a mesma máquina que se o presidente Trump, dos Estados Unidos, precisar fazer uma radioterapia, vai fazer numa máquina igual à que vocês estão fazendo”, afirmou.

Defesa da igualdade 

O presidente reforçou que garantir tratamento digno à população mais pobre é uma diretriz histórica de seus governos. Ele lembrou que, ao assumir o mandato em 2003, definiu como missão promover dignidade básica à população, mas ressaltou que o país demanda muito mais do que o acesso à alimentação. “O povo quer ter um bom emprego, um bom salário, uma boa saúde, uma boa casa”, disse. 

Ao destacar a importância da proteção social, o presidente afirmou que aqueles que defenderam os pobres ao longo da história foram alvo de perseguição. “Todos que ousaram defender os pobres foram perseguidos, a começar por Jesus Cristo”, declarou.

Covid-19: responsabilidade e vidas perdidas

Num dos trechos mais enfáticos de sua fala, Lula criticou diretamente a gestão Jair Bolsonaro (PL), que comandou o país durante a pandemia e disse que a falta de responsabilidade custou centenas de milhares de vidas. “Esse país nunca mais terá um presidente que deixou morrer a quantidade de gente que morreu por conta da Covid. Nunca mais”, afirmou. Foram mais de 700 mil mortos somente no Brasil.

O presidente reforçou que a condução da crise sanitária deveria ter seguido diretrizes científicas e afirmou que, se estivesse no governo, o resultado teria sido drasticamente diferente. “Se eu fosse presidente naquela época e o [Alexandre] Padilha ministro da Saúde, duvido que a gente não tivesse salvo 70% ou 80% daquelas pessoas que morreram por falta de vergonha e de responsabilidade de um presidente que ficava na televisão imitando as pessoas que estavam com Covid, tossindo e zombando da saúde das pessoas que morreram”, declarou.

Construção de políticas públicas e o papel da sociedade

Lula também fez um alerta sobre a disseminação de desinformação e a facilidade com que discursos destrutivos ganham espaço. “Destruir é muito simples. Falar mal dos outros é muito simples. Contar mentiras com o celular é muito simples”, disse. Para ele, o processo de construção coletiva é sempre mais difícil: “Vocês, mulheres e homens que casaram e construíram família, sabem o quanto é difícil cada tijolo que a gente põe na casa da gente”.

Igualdade no acesso ao tratamento oncológico

Ao concluir o discurso, Lula voltou ao tema central da cerimônia e destacou o impacto da expansão da radioterapia no SUS. Ele afirmou que o país não deve tratar trabalhadores e trabalhadoras como cidadãos de “terceira classe” e celebrou o avanço representado pelos novos centros inaugurados. “Mulheres e homens, trabalhadoras e trabalhadores, vocês terão agora um tratamento oncológico igual ao de qualquer pessoa rica desse país”, disse.

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