HOME > América Latina

Alba condena roubo de segundo navio com petróleo venezuelano por forças dos Estados Unidos

Bloco denuncia ato de pirataria em águas internacionais, acusa violação do direito internacional e alerta para precedente grave contra a soberania

Roubo de petroleiro venezuelano (Foto: Telesur / Captura de tela)

247 – A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) condenou neste domingo o roubo e o sequestro de um segundo navio que transportava petróleo venezuelano, cometido no sábado por forças militares do governo dos Estados Unidos em águas internacionais do mar do Caribe. A informação foi divulgada pela emissora teleSUR, com base em comunicado oficial do bloco regional.

Segundo a ALBA, a ação norte-americana representa um “grave ato de pirataria” e configura violação direta à Carta das Nações Unidas, aos princípios fundamentais do direito internacional e à Convenção para a Repressão de Atos Ilícitos contra a Segurança da Navegação Marítima. O navio foi abordado em 20 de dezembro de 2025, e a tripulação teve sua liberdade retirada de forma ilegal.

No comunicado, a Aliança afirma que, além do sequestro e do roubo da embarcação, o governo dos Estados Unidos, “atuando como corsário, privou ilegítima e arbitrariamente de liberdade a tripulação”. Para o bloco, trata-se de uma agressão que extrapola o caso específico da Venezuela e atinge todo o sistema internacional.

A ALBA denuncia que o episódio constitui “uma agressão inadmissível contra o comércio legítimo e a soberania dos Estados”, além de revelar “uma intenção deliberada de saque dos recursos naturais de um país soberano”. O documento alerta ainda que o ato “estabelece um gravíssimo precedente para a região e para o sistema internacional em seu conjunto”.

Dominação neocolonial

O bloco integracionista classifica a operação como parte de uma “estratégia supremacista de dominação neocolonial”, cujo objetivo seria “impor pela força uma ordem anárquica na qual prevalece a violência, minando o direito internacional e substituindo as normas pela intimidação e pelo despojo”.

Diante da escalada de ações hostis, a ALBA reiterou sua “solidariedade plena e ativa com o povo e o governo da República Bolivariana da Venezuela” e manifestou apoio ao “exercício de todas as ações jurídicas e diplomáticas correspondentes perante as instâncias multilaterais competentes”.

O comunicado também exige “o cessar imediato dessas práticas ilegais e a apuração das responsabilidades conforme o direito internacional”, advertindo que “essa ação repudiável não atenta apenas contra a Venezuela, mas constitui uma agressão direta a todas as nações, ao violar o direito internacional e infringir os princípios que sustentam a convivência pacífica entre os países”.

A ALBA é composta por Venezuela, Cuba, Nicarágua, Dominica, Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Nevis, Granada e Santa Lúcia. A denúncia ocorre em meio ao aumento das tensões no Caribe e reforça as críticas internacionais às ações unilaterais dos Estados Unidos contra o comércio e a soberania venezuelanos.

Artigos Relacionados