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Datafolha: reprovação a Lula cai 8 pontos entre novos isentos do IR

Pesquisa mostra efeito imediato da ampliação da faixa de isenção e dos descontos no imposto para rendas até R$ 7.350

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de sanção do projeto que isenta quem ganha R$ 5 mil por mês do pagamento do Imposto de Renda (IR), no Palácio do Planalto, em Brasília-DF - 26 de novembro de 2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 - A nova pesquisa Datafolha revela que a recente mudança no Imposto de Renda — proposta e sancionada pelo governo Lula (PT), que isentou trabalhadores com renda de até R$ 5 mil e concedeu descontos a quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350 — já produz impacto eleitoral mensurável.

Segundo a Folha de São Paulo, a taxa de reprovação ao presidente entre os beneficiados diretos da medida caiu de 47% para 39%, uma redução de oito pontos percentuais, indicando que a política tributária começa a repercutir de forma positiva nesse segmento estratégico da população.

No conjunto da amostra, a avaliação geral do governo permanece praticamente estável: a aprovação oscilou de 33% em setembro para 32%, enquanto a desaprovação passou de 38% para 37%. O levantamento ouviu 2.002 pessoas entre 2 e 4 de dezembro, em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais.

Gênero

Entre homens, 32% consideram o governo ótimo ou bom, e 39% o avaliam como ruim ou péssimo; 28% classificam como regular. A piora desse grupo se concentrou em 2023, quando a rejeição chegou a 29%.

Entre mulheres, 33% aprovam a gestão e 34% a rejeitam. No levantamento anterior, a aprovação era de 34%, e a reprovação, de 35%. A margem de erro para os dois grupos é de três pontos.

Religião

Entre católicos, a avaliação positiva permanece em 40%, mesma taxa registrada na rodada anterior. A reprovação também segue estável, agora em 31%.

No segmento evangélico, persiste o cenário mais desafiador para o governo: 49% de rejeição e 21% de aprovação, dentro da margem de erro de quatro pontos percentuais.

Renda

O impacto da nova política do Imposto de Renda é mais evidente no grupo que recebe de dois a cinco salários mínimos. A aprovação é de 29%, e a rejeição recuou oito pontos, de 47% para 39%, após a entrada em vigor da isenção e dos descontos ampliados.

Entre os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, 36% aprovam o governo, e 31% o reprovam. Esse grupo já havia atingido 46% de aprovação em outubro de 2024, caído para 29% em fevereiro de 2025 e voltado a crescer ao longo do ano.

Nos estratos superiores de renda, o governo encontra maiores dificuldades. Entre quem recebe de cinco a dez salários mínimos, 53% consideram a gestão ruim ou péssima, e 24% a avaliam positivamente. Acima de dez salários mínimos, 40% reprovam o governo, enquanto 27% aprovam — mesma taxa registrada na pesquisa anterior. As margens de erro variam de 4 a 11 pontos conforme o grupo.

Critério étnico-racial

Entre pessoas brancas, a aprovação se mantém em 27%, com rejeição de 45%. Entre pardos, o apoio caiu de 37% para 33%, enquanto entre pessoas pretas houve crescimento da avaliação positiva, de 32% para 38%. As margens de erro oscilam entre três e cinco pontos.

Região

A maior rejeição continua concentrada no Sul (45%). O Nordeste apresenta o menor índice de reprovação, com 24%. Centro-Oeste e Norte registram 40% de avaliação negativa, mesma taxa do Sudeste. As margens regionais variam de três a seis pontos percentuais.

Os dados indicam que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e os novos descontos para rendas até R$ 7.350 tendem a reforçar a percepção positiva do governo entre trabalhadores de renda média, um dos grupos mais sensíveis às mudanças na política tributária.

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