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Haddad defende que Lula vete o quanto antes o PL da Dosimetria

Ministro diz que antecipar veto reduz tensão política e risco de judicialização

Fernando Haddad e o presidnete Lula no Palácio do Planalto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que considera essencial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vete o Projeto de Lei da Dosimetria o quanto antes. Na avaliação do ministro, a antecipação da decisão ajuda a reduzir a pressão política em torno do tema e evita que o debate seja contaminado pelo calendário eleitoral. Haddad avaliou que a demora na definição tende a ampliar tensões no Congresso e aumentar o risco de judicialização do tema. As informações são da CNN Brasil

Debate político e risco eleitoral

Segundo o ministro, ele tomou conhecimento da articulação em torno do projeto durante uma reunião ministerial realizada na quarta-feira (17). Na ocasião, percebeu o movimento da oposição para pautar o tema e avaliou que uma decisão rápida do Executivo contribuiria para organizar o ambiente político. 

“Na questão da dosimetria, eu vim a saber na reunião ministerial sobre o pleito da oposição de pautar. E assim, eu acredito que quanto mais cedo acontecer o veto do presidente Lula, melhor, do ponto de vista do debate público. Porque quanto mais isso fique para frente, mais o calor da eleição vai incidir sobre um tema que pode ser, inclusive, judicializado”, afirmou.

Haddad também destacou que, do ponto de vista prático, a aprovação do projeto no Senado era inevitável, considerando a correlação de forças no Congresso Nacional. Para ele, o foco agora deve ser a rápida superação do impasse. “Eu penso que esse veto, quanto mais cedo ele sair, melhor. Melhor para a agenda política do país. Quanto mais rapidamente esse assunto for tratado, melhor”, disse.

Necessidade de solução institucional

O ministro defendeu que o tema seja resolvido sem postergação, independentemente do caminho adotado. “Se você vai vetar, veta. Se você vai derrubar o veto, derruba. Se vai ser judicializado, judicializa. Ou seja, esse assunto tem que ser equacionado, na minha opinião”, declarou.

Emendas e execução orçamentária

Questionado sobre a liberação de emendas parlamentares e a inclusão de dispositivos ligados à recuperação de restos a pagar, Haddad afirmou não ver prejuízos políticos ou econômicos no processo. Segundo ele, parte dessas decisões não passou pelo Ministério da Fazenda. “Então, não vi prejuízo. E, assim, de novo, fiquei sabendo na reunião ministerial. Esse assunto da recuperação de restos a pagar não passou pela Fazenda”, afirmou.

Ao comentar a dinâmica das negociações no Congresso, o ministro ressaltou que a cobrança pela execução de emendas é recorrente em votações de matérias econômicas e que o governo está cumprindo a legislação vigente. “Sempre que há votação de matérias econômicas no Congresso, se cobra essa liberação de emendas. Se cobra execução de emenda na forma da lei que foi pactuada no STF (Supremo Tribunal Federal)”, disse.

Haddad destacou ainda que a atual execução segue parâmetros definidos em lei complementar, construída após decisões do Supremo, o que representaria um avanço institucional. “Tem uma lei, que inclusive é uma lei que você pode questionar, mas ela é muito melhor do que não ter lei nenhuma. Até então não tínhamos parâmetros para regular essa matéria. Foi criado algum parâmetro para regular essa matéria e nós estamos cumprindo a lei complementar, cuja redação foi praticamente forjada numa mesa no Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

Por fim, o ministro reiterou que a execução orçamentária ocorre dentro das regras atuais, que contemplam diferentes tipos de emendas parlamentares. “A execução orçamentária é uma coisa natural de se cobrar. Tem emendas impositivas, tem emendas de bancada e a gente está executando na forma desta lei, que é uma lei nova”, concluiu.

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