Lula avalia veto a projeto que reduz pena de Bolsonaro: "ele tem que pagar pela tentativa de golpe"
Presidente aguarda decisão do Senado para decidir sobre um eventual veto ao projeto de lei que altera a dosimetria penal
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que somente decidirá sobre um eventual veto ao projeto de lei que altera a dosimetria penal após a conclusão da tramitação no Congresso. A proposta, aprovada pela Câmara na madrugada de quarta-feira (10), reduz as punições impostas aos condenados pela trama golpista que resultou nos ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2022, e ainda será analisada pelo Senado.Segundo o jornal O Globo, o PLanalto avalia a possibilidade de vetar dispositivos que favoreçam Jair Bolsonaro (PL) e outros integrantes da cúpula golpista.
Lula comentou o tema durante entrevista à TV Alterosa, em Minas Gerais, enfatizando que a decisão será tomada apenas quando o texto chegar ao Palácio do Planalto. “A discussão agora vai pro Senado e vamos ver o que vai acontecer, quando chegar na minha mesa eu tomo a minha decisão. Eu e Deus sentados, tomarei a decisão, farei aquilo que eu entender que deva ser feito porque ele tem que pagar pela tentativa de golpe, tentativa de destruir a democracia desse país. Ele sabe disso, não adianta ficar choramingando agora”, afirmou.
Lula condiciona veto à análise do Senado
Interlocutores do Planalto indicam que a tendência é barrar privilégios destinados a Bolsonaro e ao núcleo responsável pela trama golpista. Entre os nomes citados estão os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; e o deputado Alexandre Ramagem. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro que colaborou com as investigações, recebeu pena menor e já deixou o regime fechado.
Governo vê tendência de barrar benefícios
O governo pondera que qualquer posição final dependerá da versão aprovada pelo Senado e de análises jurídicas e políticas detalhadas. Ainda assim, auxiliares de Lula avaliam que o presidente tende a vetar dispositivos que possam abrandar a responsabilidade dos principais articuladores do plano golpista.
Presidente detalha gravidade da trama golpista
Lula voltou a afirmar que não pretende interferir na tramitação legislativa, mas reforçou a gravidade das ações atribuídas a Bolsonaro. “Não gosto de dar palpite a uma coisa que não diz respeito ao poder Executivo. É algo pertinente ao poder legislativo. Tem gente que concorda e gente que não concorda. Ele foi condenado a 27 anos e três meses de cadeia porque ele tentou fazer algo muito grave. Ele não fez brincadeira, tinha um plano arquitetado para matar a mim, Alckmin e o Alexandre de Moraes. Tinha plano de explodir caminhão no aeroporto de Brasília, tinha plano de sequestrar o poder já que perdeu as eleições”, declarou.



