Messias amplia apoio no Senado e deve ter votos até no PL
Indicado de Lula para o STF amplia base, conquista votos da oposição e reduz pressão no Senado
247 - A articulação em torno da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou novo impulso nos últimos dias e a leitura entre líderes governistas e oposicionistas é que o cenário, antes tenso, tornou-se significativamente mais favorável ao ministro. De acordo com a coluna Painel, da Folha de São Paulo, Messias conseguiu romper resistências que persistiam em bancadas tradicionalmente contrárias à indicação, incluindo a do PL. Um dirigente do partido estima que o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possa alcançar até seis dos quinze votos da legenda, movimento visto como decisivo para a consolidação de uma maioria.
Avanço entre bancadas e fatores religiosos
Além da sinalização positiva no PL, há projeção de pelo menos três votos provenientes do PP, além de maiorias já previstas no MDB e no PSD. O fato de Messias ser evangélico também tem pesado a seu favor, superando divergências ideológicas entre senadores que compartilham essa identidade religiosa. Para parlamentares conservadores, o apoio do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) tem reforçado ainda mais sua posição.
O adiamento da sabatina para fevereiro é interpretado como um trunfo estratégico, oferecendo tempo adicional para o governo ampliar a margem de segurança antes da votação final.
Tensão política
A escolha de Messias, contudo, provocou abalos na relação entre o Palácio do Planalto e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). O senador defendia a indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu aliado político, e reagiu publicamente ao movimento do governo.
Nos bastidores, Lula tem indicado a aliados a intenção de se reunir com Alcolumbre para restabelecer a parceria, buscando evitar que o atrito comprometa votações futuras. Na sexta-feira (5), o presidente do Senado sinalizou disposição ao diálogo ao fazer um agradecimento público ao chefe do Executivo.



