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Mulheres tomam as ruas em mobilização nacional contra feminicídios

Manifestações destacam avanço da violência de gênero e exigem políticas de proteção às mulheres em todo o país

Manifestação contra violência de gênero (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - Manifestações contra o feminicídio tomaram ruas de várias cidades brasileiras neste domingo (7), em resposta ao avanço dos casos de violência de gênero no país. Os atos, organizados pelo movimento nacional Mulheres Vivas, ganharam força após sucessivos episódios de agressões e mortes de mulheres. 

As mobilizações começaram pela manhã em Curitiba, Brasília e Belo Horizonte, e se estendem ao longo do dia com protestos em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Teresina, Manaus, Boa Vista e outras capitais. As manifestações fazem parte de uma articulação nacional que reúne movimentos sociais, coletivos feministas e artistas engajados na pauta.

Em São Paulo, o ato teve início às 14h em frente ao Masp, ocupando cerca de dois quarteirões da Avenida Paulista. Mulheres de diferentes faixas etárias, acompanhadas por homens e crianças, ergueram cartazes com mensagens como “misoginia mata” e “nenhuma a menos”, além de homenagens nominais a vítimas recentes de feminicídio. A via não foi totalmente bloqueada, e o trânsito segue liberado até a altura da Rua Itapeva. A Polícia Militar acompanha a manifestação.

Em Belo Horizonte, participantes se concentraram por volta das 11h na Praça Raul Soares, seguindo em marcha até a Praça da Estação. Cartazes traziam apelos por justiça com frases como “basta de feminicídio” e “pare de matar as mulheres”. Já em Curitiba, o protesto começou às 10h no Largo da Ordem, onde o coro “Mulheres Vivas” ecoou enquanto manifestantes denunciavam a impunidade e pediam responsabilização de agressores.

Os atos ressaltam a preocupação nacional diante do crescimento da violência contra mulheres. Em 2024, o Brasil registrou 1.492 feminicídios — o maior número desde a criação da tipificação penal em 2015. Somente no estado de São Paulo, foram contabilizados 53 feminicídios em 2025, um recorde na série histórica. No mesmo estado, os assassinatos de mulheres por razão de gênero aumentaram 10% desde janeiro.

A escalada da violência tem sido marcada por crimes chocantes nas últimas semanas. As manifestações deste domingo reforçam a pressão por políticas públicas mais eficazes, ampliando a visibilidade de uma crise que vitima mulheres diariamente em todo o país.

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