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"Os Bolsonaro são burros, mas não rasgam dinheiro", diz candidato do MBL

Renan Santos afirma que candidatura de Flávio à Presidência tem como único objetivo preservar o capital político do clã Bolsonaro

Flávio Bolsonaro (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

247 - O pré-candidato à Presidência da República pelo MBL, Renan Santos, publicou neste sábado (6) uma análise política em suas redes sociais, na qual critica duramente a família Bolsonaro e aponta motivações estratégicas por trás da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto.

Segundo Renan Santos, a movimentação em torno do nome de Flávio não tem como meta vencer as eleições, mas sim proteger o espaço de poder acumulado pela família desde 2014. Para ele, agentes políticos que trabalham para viabilizar outras candidaturas de direita ignoram a dinâmica interna do bolsonarismo e o peso do clã na configuração atual da direita brasileira.

Renan afirma que parte dos articuladores da candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), opera sob uma “visão fantasiosa” de controle dos processos políticos. “Os agentes por trás da candidatura Tarcísio trabalharam com a ideia de profecia auto-realizável e o entendimento elitista de que alguns poucos detêm o controle por trás de processos complexos”, escreveu. Ele argumenta que política não funciona como o mercado financeiro e que, dentro do bolsonarismo, prevalece um sistema próprio de incentivos.

Para o dirigente do MBL, a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro foi planejada para fracassar eleitoralmente — e, ainda assim, representar o melhor movimento para a família. “É perfeitamente compreensível que a candidatura Flávio Bolsonaro tenha sido construída para PERDER as eleições presidenciais e que isso seja, por parte da família, a MELHOR decisão a ser tomada”, afirmou.

Em tom contundente, Renan atacou a visão de que Tarcísio, figuras do centrão ou outras lideranças da direita poderiam ocupar o espaço bolsonarista sem resistência do clã. Ele atribui a Jair Bolsonaro e aos filhos uma postura de autopreservação política. “Os pais do tarcisismo imaginavam o quê? Que os filhos (e Jair) restariam inertes, enquanto um boneco político por eles criado, junto com algumas figuras do centrão, tomava alegremente seu lugar?”, questionou.

Na publicação, o pré-candidato utilizou expressões duras para descrever a família Bolsonaro, embora reconheça sua habilidade política. “Os Bolsonaro são idiotas em quase todos os sentidos. São burros, covardes, vendidos, desleais e aproveitadores. Mas ninguém ali rasga dinheiro”, afirmou. Segundo ele, o clã trabalha há mais de uma década para ampliar sua influência e manter controle sobre a direita, promovendo “cancelamentos e expurgos” para preservar sua hegemonia.

Renan também direcionou críticas a governadores considerados potenciais nomes da direita tradicional. “Nem Tarcísio nem Caiado ou Zema têm CULHÃO [sic] para peitar esse espírito dominante da família. Sempre cederam diante da pressão”, escreveu. Para ele, somente lideranças que nunca se submeteram ao bolsonarismo poderiam representar uma alternativa real.

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