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BNDES se aproxima de R$ 10 bi em crédito a exportadores afetados por tarifaço

Plano Brasil Soberano aprova R$ 9,72 bi e amplia apoio a empresas afetadas pelas sobretaxas dos Estados Unidos

BNDES se aproxima de R$ 10 bi em crédito a exportadores afetados por tarifaço (Foto: Agência Brasil )

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) alcançou um volume expressivo de liberações para empresas impactadas pela política tarifária adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. De acordo com dados do BNDES, o Plano Brasil Soberano já soma R$ 9,72 bilhões em financiamentos aprovados. O valor corresponde a 717 operações, contemplando 171 grandes empresas e 546 micro, pequenas e médias. O avanço da política de apoio busca mitigar os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, medida que afetou significativamente a competitividade da indústria brasileira.

Liberações crescem e indústria puxa demanda por crédito

A distribuição dos recursos mostra que São Paulo lidera com R$ 2,96 bilhões, seguido por Rio Grande do Sul (R$ 1,33 bilhão), Santa Catarina (R$ 1,26 bilhão) e Paraná (R$ 1,08 bilhão). A indústria de transformação absorve a maior fatia, com R$ 7,8 bilhões, enquanto comércio e serviços somam R$ 1,21 bilhão. Agropecuária e indústria extrativa completam a lista, com R$ 557,13 milhões e R$ 153,47 milhões, respectivamente.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou o papel estratégico do programa. “O Plano Brasil Soberano foi uma importante determinação diante do tarifaço unilateral do governo Trump e contribuiu para proteger os empregos e ampliar a resiliência das empresas e da indústria nacional atingida. Com quase R$ 10 bilhões aprovados, mais uma vez, o BNDES foi fundamental para a execução dessa exitosa política pública”, afirmou.

Demanda segue elevada e nova consulta amplia busca por crédito

Desde a abertura da nova consulta de elegibilidade, em 21 de novembro, já foram protocolados 267 pedidos adicionais, que somam R$ 4,55 bilhões. O movimento demonstra que, apesar de alguns recuos recentes do governo norte-americano — que retirou produtos como carne bovina, tomate, café e bananas da lista de sobretaxas — a pressão sobre as exportações brasileiras permanece significativa.

Durante a abertura da 1ª Semana de Economia Brasileira, promovida pelo Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento (Cicef), o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa, alertou: “Apesar da redução das tarifas, a maior parte da indústria brasileira ainda conta com 40% de sobretaxa adicional”.

Critérios ampliados permitem inclusão de mais empresas e fornecedores

O Plano Brasil Soberano foi instituído pela Medida Provisória 1.309/2025 como resposta às barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos. Inicialmente, R$ 30 bilhões provenientes do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) estavam reservados para empresas que enfrentavam tarifa de 50% e tinham ao menos 5% de seu faturamento proveniente das exportações ao mercado norte-americano.

Com a Portaria 21, editada pelos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o percentual mínimo de faturamento destinado aos EUA caiu para 1%. Além disso, fornecedores das exportadoras também passaram a ser contemplados. A Receita Federal e o MDIC são responsáveis por comunicar ao BNDES quais empresas se enquadram nos requisitos.

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