Novo PAC executa mais de 70% do previsto para o ciclo 2023-2026
Programa já aplicou R$ 944,8 bilhões até 2025, impulsionando obras, empregos e inclusão social em 99% dos municípios brasileiros
247 - Lançado com a promessa de recolocar o investimento público no centro da estratégia de desenvolvimento nacional, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) alcançou, em apenas três anos, um nível de execução considerado expressivo pelo governo federal. Até agosto de 2025, o programa já havia executado R$ 944,8 bilhões, o equivalente a 70,8% do montante previsto para o ciclo 2023–2026, que soma R$ 1,3 trilhão.
Os dados foram divulgados pelo governo federal e mostram que os recursos se transformaram em 34,8 mil empreendimentos distribuídos por praticamente todo o território nacional, beneficiando 99% dos municípios incluídos no planejamento. As iniciativas abrangem áreas estratégicas como infraestrutura, saúde, educação, saneamento, habitação e mobilidade, com impactos diretos na geração de empregos, renda e redução das desigualdades regionais.
As informações constam em balanço oficial publicado pela Agência Gov, que detalha os avanços do Novo PAC desde o anúncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agosto de 2023, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Na ocasião do lançamento, Lula anunciou um volume total de R$ 1,7 trilhão em investimentos até 2030, reunindo recursos do Orçamento da União, estatais, financiamentos e capital privado. Dois anos depois, o ritmo de execução surpreendeu até o próprio presidente. “Quando a gente anunciou o Novo PAC, com investimento de R$ 1,7 trilhão, acharam que era impossível a gente concluir. Estou surpreso com a quantidade de entregas que estamos fazendo neste país”, afirmou Lula em 10 de dezembro. Segundo ele, o volume de obras e entregas é inédito na história recente. “Políticos poderiam pesquisar em que momento da história o Brasil viveu um momento de entregas tão sérias como essas que nós estamos fazendo”, completou.
A projeção oficial indica que, até junho de 2026, a execução deve atingir R$ 1,1 trilhão, o equivalente a 87% do valor programado para o período. Parte desse avanço está associada ao Novo PAC Seleções, mecanismo que permite a participação direta de estados e municípios por meio de editais públicos. Desde sua criação, essa modalidade já alcançou 5.441 municípios — 98% das cidades brasileiras — com 39,7 mil projetos selecionados e R$ 125,8 bilhões em investimentos.
Entre os exemplos de impacto regional está a ponte de 2.010 metros sobre o Rio Araguaia, na BR-153, que liga Xambioá, no Tocantins, a São Geraldo do Araguaia, no Pará. Inaugurada em novembro, a obra substituiu a antiga travessia por balsa, reduzindo custos logísticos e tempo de deslocamento. Do investimento total de R$ 232,3 milhões, R$ 28,8 milhões vieram do Novo PAC. Para a professora Maria Izabel de Oliveira, a ponte representa uma mudança profunda na rotina local. “A chegada da ponte é um sinônimo de liberdade. Não é um sonho da gente, que chegou aqui agora, mas (um sonho) de 200 anos atrás”, afirmou. Já o professor Ademirval de Carvalho destacou os ganhos no dia a dia. “Eu diria que a vida de todo mundo vai ser ressignificada. Antes, era uma hora de balsa. Agora são menos de dois minutos para atravessar”, disse.
Outro eixo central do programa é o Fundo de Investimento em Infraestrutura Social (FIIS), criado para atender demandas que ficaram fora do orçamento tradicional. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, explicou que o fundo oferece condições diferenciadas de financiamento. “O presidente Lula autorizou criar esse fundo de infraestrutura social para fazer um financiamento específico, com carência de dois anos, com juros muito diferenciados”, afirmou. Segundo ele, o mecanismo permite que estados e municípios construam creches ou hospitais que não puderam ser contemplados diretamente pelo Orçamento da União.
Na área da saúde, os investimentos do Novo PAC e do FIIS resultaram em números significativamente superiores aos do período 2019–2022. Entre 2023 e 2025, foram contratadas 3.201 obras, contra 219 no ciclo anterior. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a integração do fundo com o programa Agora Tem Especialistas. “Este fundo é mais um instrumento para usar toda a estrutura que temos na saúde pública e privada no país para reduzir o tempo de espera para os exames, cirurgias e consultas especializadas”, afirmou.
Na educação, os recursos do FIIS vão beneficiar mais de 1.100 municípios, com a construção e ampliação de creches, escolas e a compra de ônibus escolares. Um exemplo é a CEPI Pitangueira, inaugurada em 2025 na Vila Telebrasília, primeira creche pública de período integral do bairro. A aposentada Gisele Figueiredo relatou o impacto direto da unidade na vida da família. “Essa tranquilidade faz toda a diferença. Foi uma ótima opção. Ela está desenvolvendo muito rápido”, disse, referindo-se à neta atendida pela creche.
O programa também avança em áreas como habitação, saneamento, energia e indústria naval. O Minha Casa, Minha Vida já ultrapassou a meta prevista para 2026, com 2 milhões de moradias contratadas. Rui Costa ressaltou a capilaridade do programa. “A meta que o presidente Lula colocou para quatro anos foi alcançada este mês: 2 milhões de moradias contratadas no Brasil”, afirmou. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a mudança de prioridades. “Nós tomamos uma decisão: colocar o povo no orçamento e o rico no imposto de renda”, declarou.
No saneamento, o ministro das Cidades, Jader Filho, destacou a retomada dos investimentos após anos de paralisação. “Ainda existem mais de 70 milhões de brasileiros que não têm esgoto tratado e mais de 30 milhões que não têm água tratada. Os investimentos representam o compromisso verdadeiro deste governo”, afirmou.



