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Pentágono declara que EUA não se ‘distrairão com a construção de democracias’ em meio a ofensiva no Caribe

Pete Hegseth afirma que Washington focará apenas em objetivos de segurança e que está disposto a usar força para proteger interesses norte-americanos

Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth 11/06/2025 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

247 – O secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, declarou neste sábado (6) que Washington não pretende se envolver em “construção de democracias” nem promover qualquer tipo de invasão militar, reforçando uma doutrina mais agressiva e orientada exclusivamente para a segurança nacional. As informações foram divulgadas pela Sputnik Brasil.

Segundo Hegseth, o Departamento de Guerra concentrará sua atuação na defesa dos interesses estratégicos e na prosperidade norte-americana. Suas declarações foram feitas enquanto os EUA avançam com operações militares no mar do Caribe — movimentação criticada por governos regionais, que acusam Washington de violar o direito internacional.

Fala dura de Hegseth e referência direta ao presidente Donald Trump

Em sua declaração, Hegseth afirmou de forma literal: “O Departamento de Guerra não se distrairá com a construção de democracias, a realização de invasões ou o envolvimento em guerras injustificáveis.”

Ele também destacou que, sob a presidência de Donald Trump, os Estados Unidos seguirão uma política externa centrada em objetivos claros de segurança. Hegseth disse que nenhum país deve duvidar da disposição norte-americana de usar a força quando considerar necessário.

O secretário citou ainda o presidente Ronald Reagan ao comparar abordagens de diálogo dos líderes republicanos: “Assim como o presidente [Ronald] Reagan, o presidente Trump está disposto a dialogar com seus adversários.”

Hegseth ressaltou que Washington não permitirá que rivais “desdobrem armas” no Ocidente, em referência às tensões geopolíticas envolvendo países considerados adversários pelos EUA.

Escalada militar no Caribe preocupa países da região

Desde agosto, os Estados Unidos enviaram três navios com 4 mil soldados para áreas do Caribe próximas ao território venezuelano. As autoridades norte-americanas também realizaram ataques contra embarcações que alegam estar ligadas ao tráfico de drogas — sem apresentar provas que sustentem tais acusações, segundo a Sputnik Brasil.

A operação tem sido denunciada por governos latino-americanos, que consideram a presença militar norte-americana uma ameaça à soberania regional e um movimento que agrava tensões históricas no entorno caribenho.

Contexto internacional e estratégia de força

As declarações de Hegseth refletem uma doutrina externa alinhada à política de Donald Trump, marcada pela redução de compromissos multilaterais e pela priorização de projeção de força direta. A nova orientação descarta intervenções justificadas sob o argumento de “democratização”, frequentemente utilizadas em administrações anteriores.

A mensagem enviada pelo Pentágono busca reforçar que Washington manterá posições firmes contra qualquer potência que considere rival, ao mesmo tempo em que projeta presença militar em regiões estratégicas sem se comprometer com agendas de reconstrução estatal ou ocupações prolongadas.

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