Gleisi agenda encontro com Derrite para discutir mudanças no projeto Antifacção
O objetivo do encontro é debater pontos de uma quinta versão do projeto. A previsão é de que a matéria seja votada nesta terça-feira (18)
247 - A ministra-chefe da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, marcou nesta segunda-feira (17) uma reunião da equipe do governo Lula com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o relator do projeto de lei antifacção, o deputado bolsonarista Guilherme Derrite (PP-SP). O objetivo do encontro é debater pontos de uma quinta versão do projeto antes que ela seja protocolada. A previsão é de que a matéria seja votada na sessão desta terça-feira (18).
“Ele (Motta) falou que o relator está preparando (um novo texto) e se dispôs a fazer uma nova conversa conosco antes de publicá-lo. Ele já decidiu que vai colocar (o projeto em votação nesta terça-feira). É uma matéria complexa, talvez requeresse mais tempo, mas o governo está preparado para fazer essa discussão”, afirmou Gleisi a jornalistas após o primeiro encontro com Motta, em Brasília (DF).
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e membros de sua equipe também deverão participar da reunião. Segundo a ministra, a equipe de articulação política do governo federal quer "influenciar ao máximo" na discussão do tema "pela importância" do projeto, que foi elaborado pelo Ministério da Justiça ao longo de seis meses. “Pelo que eu senti, o presidente Hugo quer acelerar (a votação). Vamos tentar fazer essa conversa amanhã”, disse a titular da SRI.
Conforme destacou Gleisi, a “oposição” ao governo Lula “tem direito de apresentar o que quiser e nós temos que fazer o debate no plenário e defender a nossa posição”. Está claro que essa questão do terrorismo é prejudicial ao país. A oposição vai fazer isso de novo?”, questionou.
“Já não basta o que estão fazendo com o Eduardo Bolsonaro lá fora, já não basta a faca que enfiaram no nosso pescoço com as ações do Trump? A oposição tem que se tocar um pouco também e pensar no Brasil”.
A proposta
O governo aponta problemas no texto de Derrite. Um deles é sobre o financiamento da Polícia Federal (PF). Líderes do campo progressista têm denunciado que o projeto do parlamentar bolsonarista restringe a atuação da PF.
O novo relatório também cria o termo “organização criminosa ultraviolenta” para caracterizar o crime de “facção criminosa”. Segundo o Ministério da Justiça, nos casos em que a investigação for federal, os valores apreendidos precisam ser revertidos para os fundos que financiam as atividades da PF.



