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Castro diz ter enviado 'integralmente' as informações solicitadas por Moraes sobre operação que deixou 121 mortos no Rio

Governador diz que cumpriu determinação do STF e preservou as imagens e laudos da megaoperação policial

Governador Claudio Castro e corpos em praça pública após ação policial nos Complexos da Penha e do Alemão (Foto: Divulgação | Eusébio Gomes/TV Brasil)

247 - O governador Cláudio Castro afirmou que todo o material solicitado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator temporário da ADPF 635, foi encaminhado em formato digital, após novas exigências relacionadas à megaoperação realizada em 28 de outubro. e que deixou 121 mortos, quatro deles agentes das forças de segurança. “Vão em forma digital. 100% do que o ministro relator pediu foram respondidos, inclusive os arquivos que ele precisava”, disse o governador, segundo o g1.

Moraes cobrou mais dados após divergências encontradas

A solicitação de Moraes foi feita após o STF identificar inconsistências nos dados apresentados pelo governo estadual, pela Secretaria de Segurança Pública e por órgãos como o Ministério Público. O ministro pediu relatórios que fundamentaram a operação, laudos necroscópicos, informações de inteligência e a preservação integral das imagens gravadas pelas câmeras corporais dos policiais envolvidos.

O prazo final para a entrega adicional terminaria nesta segunda-feira (17), após uma prorrogação de cinco dias concedida pelo próprio Moraes para permitir a consolidação de todos os documentos pelas secretarias estaduais.

ADPF das Favelas exige protocolo para ações policiais

A ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, foi julgada em abril e determina regras estritas para operações em áreas vulneráveis, com foco na proteção dos Direitos Humanos. Castro informou que o plano exigido pelo STF será apresentado dentro do cronograma estabelecido. “O plano entregue dia 20, conforme o nosso cronograma”, disse.

'Barricada Zero' integra Operação Contenção

Ainda de acordo com a reportagem, o governo estadual destaca que a operação Barricada Zero faz parte de um conjunto maior de ações da Operação Contenção, estratégia voltada a impedir o avanço do Comando Vermelho no estado. O objetivo é remover mais de 13 mil barricadas instaladas por criminosos na região metropolitana, que dificultam a circulação da polícia, de moradores e de grupos rivais. Segundo o governo, a ação envolverá 12 prefeituras, contará com kits e maquinário fornecidos pelo estado e terá coordenação conjunta com o Gabinete de Segurança Institucional.

Solicitações do ministro Alexandre de Moraes

Na decisão de 10 de novembro, Moraes determinou que Executivo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria fornecessem informações complementares sobre a operação com 121 mortos. Entre as exigências, estão:

Governo do Estado do Rio de Janeiro:

 • preservação e listagem de todas as câmeras corporais utilizadas;

 • envio de todos os laudos necroscópicos, com fotos e busca de projéteis;

 • remessa, sob sigilo, dos relatórios de inteligência que indicaram a presença dos 51 réus da 42ª Vara Criminal;

 • detalhamento das medidas adotadas para cumprir a decisão de 2 de novembro de 2025, que ordenou a preservação de todos os elementos materiais da operação nas comunidades da Penha e do Alemão.

Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro:

 • relação de todos os presos com mandado e dos detidos sem mandado;

 • situação processual de cada pessoa presa;

 • resultados das audiências de custódia e dos mandados de busca e apreensão cumpridos.

Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro:

 • relatórios e cópias dos laudos oriundos da perícia independente;

 • cópia integral do Procedimento Investigatório Criminal, com anexos e diligências.

Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro:

 • informações sobre o acesso às provas e aos procedimentos de acompanhamento das famílias das vítimas.

Reuniões no STF sobre o tema

Alexandre de Moraes marcou para esta segunda-feira uma reunião com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os procuradores-gerais de Justiça dos estados e do Distrito Federal para tratar do caso. Em seguida, o ministro receberá o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir o projeto de lei antifacção enviado pelo governo federal.

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