Marina quer voltar ao PT para concorrer ao Senado
Conversas avançam para refiliação e possível candidatura em São Paulo, com aval de Lula e negociações focadas em uma chapa competitiva
247 - Marina Silva tem sido vista por aliados como fortemente inclinada a aceitar a proposta de refiliação ao Partido dos Trabalhadores (PT) e disputar as eleições do próximo ano. A avaliação é compartilhada por pessoas próximas à ministra do Meio Ambiente, que acompanham de perto as conversas políticas em torno do seu futuro eleitoral e partidário. As informações são da CNN Brasil.
Tratativas entre Marina e o PT surgiram a partir da estratégia de montar uma chapa robusta em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. O objetivo central é assegurar um palanque sólido para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fortalecendo a aliança no estado.
As negociações sofreram uma interrupção no início do mês após Marina Silva ser hospitalizada por conta de uma pequena fratura na coluna. Em recuperação, a ministra tem trabalhado de casa, e interlocutores indicam que o diálogo deve ser retomado conforme avançam os preparativos para a corrida eleitoral.
Dentro do PT, a composição considerada ideal por dirigentes diretamente envolvidos nas conversas prevê Marina como candidata ao Senado por São Paulo, formando chapa com a ministra Simone Tebet, do MDB. A legenda também tenta convencer Fernando Haddad a disputar o governo paulista, embora haja setores que defendam seu nome para o Senado. Nesse cenário, Marina tem sinalizado que não pretende entrar em uma disputa direta com Haddad, citando a relação próxima entre ambos.
Há ainda especulações sobre uma eventual candidatura de Marina à Câmara dos Deputados caso a chapa majoritária não se viabilize. No entanto, até o momento, a ministra descarta essa possibilidade e mantém o foco em alternativas que considere compatíveis com seu projeto político.
O movimento para atrair Marina de volta ao PT ganhou novo contexto com o retorno de Heloisa Helena ao Congresso Nacional. Ex-senadora e figura histórica da esquerda, ela assumirá temporariamente uma cadeira na Câmara dos Deputados, na vaga aberta com a suspensão de Glauber Braga, de quem é suplente. Heloisa Helena e Marina travaram disputas internas na Rede Sustentabilidade, partido fundado por Marina, especialmente após o grupo ligado a Heloisa passar a exercer maior influência na direção da sigla.
Essas tensões internas são apontadas como um dos fatores que levaram Marina a cogitar deixar a Rede. Segundo fontes ouvidas pela CNN Brasil, está em elaboração uma resolução interna que pode ampliar o poder do comando nacional do partido na definição de palanques regionais, concentrando decisões no grupo de Heloisa Helena e reforçando o ambiente favorável à saída de Marina.
A eventual volta de Marina Silva ao PT conta com o aval explícito do presidente Lula. Ainda assim, a ministra tem apresentado condições para avançar nas negociações. Além de evitar uma disputa com Haddad, ela defende um compromisso claro da chapa e do governo com pontos que considera centrais na agenda ambiental. Paralelamente, Marina também mantém conversas com outras legendas, entre elas o PSB.



