247 - Fundador do Brasil 247, o jornalista Leonardo Attuch afirmou que a integração das mídias do Sul Global se tornou central em sua trajetória. Relatou ter se impressionado com o modelo chinês de comunicação, público, profissional e voltado à construção de consensos, diferente da lógica de polarização ocidental, após visitas ao país. A 2° edição do Seminário Internacional de Comunicação para a Integração começou na sexta-feira (28), no Ginásio dos Bancários da Bahia, em Salvador. O tema de abertura foi “Comunicação para impulsionar a integração, a soberania e a paz na região”. 
Felipe Bianchi, jornalista do Barão de Itararé, organização promotora do evento, abriu a programação defendendo a soberania e integração latino-americana contra o poder do capital e das Big Techs. Ressaltou também a comunicação como campo central de disputa, destacando, inclusive, a importância da cooperação entre as mídias independentes. 
Em seguida, Adelmo Andrade, diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários da Bahia, parceiro do evento, enfatizou o desafio da entidade sindical, reforçando a importância dos sindicatos na defesa do trabalhador. O diretor também aproveitou a oportunidade para parabenizar o jornal diário O Bancário, que nesta segunda-feira (01/12), completa 36 anos ininterruptos. 
Para finalizar a cerimônia de abertura, Renata Mielli, coordenadora do CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil), reforçou falas anteriores e citou o controle das grandes empresas na circulação de informações, que promovem desinformação e influenciam processos políticos.
<h2>Comunicação e cooperação no Sul Global</h2>
“Comunicação e cooperação no Sul Global” foi o tema do primeiro debate. A mesa de discussão foi composta por Patrícia Villegas, presidente da teleSUR; Isabela Shi Xiaomiao, jornalista da CGTN Português; Bruno Lima Rocha, jornalista da Hispan TV; Leonardo Attuch, fundador do Brasil 247 e Michele de Mello, jornalista da RT en Español. 
Patrícia Villegas abriu a mesa e trouxe à conversa a situação venezuelana e afirmou que se trata também de uma “guerra comunicacional construída para distorcer a imagem de seus líderes”. Segundo ela, as narrativas divulgadas pelos meios ocidentais são distorcidas e moldadas de forma que influenciam diretamente percepções e agressões políticas e militares. Citou o exemplo da TeleSUR, mostrando que estar presente e narrar é fundamental para vencer a batalha comunicacional.
Na sequência, Isabela Shi Xiaomiao, jornalista chinesa da CGTN Português, destacou que a estrutura global de comunicação permanece desequilibrada, colocando o Sul Global diante do desafio de romper uma “narrativa pobre” e afirmou acreditar que a cooperação entre mídias são fundamentais para formar consenso sobre desenvolvimento, compartilhar experiências como redução da pobreza e modernização nacional e transformar esse conhecimento em força de mudança.
Ainda no debate, Michele de Mello, jornalista da RT en Español, citou a preocupação com a divulgação de informações por pessoas mal-intencionadas “difundindo matrizes de opinião para ganho político e econômico”, enquanto jornalistas disputam o mesmo meio no intuito de repassar notícias. Enfatizou que a comunicação sempre teve dimensão estratégica, mas agora ganha ainda mais importância na disputa sobre modelos de sociedade. 
Logo depois, para finalizar a conversa, Bruno Lima Rocha, da Hispan TV, afirmou ser difícil dividir como a mídia hegemônica trata a opinião internacional, sempre focando em centros de poder Europa subalterna e norte-americanas, apesar de o mundo ser mais complexo. 
Destacou que existe mídia iraniana em língua portuguesa, profissional e feita por trabalhadores. Citou exemplos: Honduras, onde denunciaram sabotagem eleitoral e acusações de “narcoterrorismo”; Equador, onde divulgaram denúncias contra o presidente; Chile, onde acompanham eleições lendo portais alternativos; Paraguai, onde denunciaram sanções dos EUA ao Banco Basa, ligado ao ex-presidente Horacio Cartes.
A primeira mesa contou com informações e experiências diversas focadas na integração e colaboração da comunicação para combater a mídia hegemônica e formar frentes que possam enfrentar as grandes empresas de tecnologias. O evento conta com apoio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), através do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), além do Sindicato dos Bancários da Bahia. 
No sábado (29), a atividade terá início às 9h30 com debates, oficina e a plenária final.

Redação Brasil 247

Jornalista Leonardo Attuch (ao microfone) com outros participantes de um seminário 

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Nordeste

Jornalistas debatem comunicação e integração para promover a paz e soberania do Sul Global

247 – A jornalista amazônida Luciana Oliveira, correspondente da TV 247 na COP 30 em Belém, fez um balanço contundente da conferência do clima e da situação política na Amazônia, com críticas duras à extrema direita e à ofensiva contra a agenda ambiental. As declarações foram dadas em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, no programa Brasil Sustentável, veiculado no canal da TV 247 no YouTube.
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Ao relembrar os 20 dias de cobertura em Belém, Luciana destacou o peso simbólico de levar o principal encontro climático do mundo para o coração da floresta e afirmou que a conferência marcou um ponto de inflexão. Segundo ela, existe “uma Belém antes e depois da COP 30” e a decisão do presidente Lula de levar o evento para a Amazônia foi decisiva:
<blockquote>&nbsp;“A COP 30 em Belém, como eu disse em todas as minhas entradas ao vivo, ela foi única. Ela foi única, jamais será reproduzida. Presidente Lula acertou em cheio em trazer para Belém, pro coração da Amazônia, esse debate sobre a crise climática.”</blockquote>
<h3>Experiência na COP 30: “foi na raça, sozinha, com um celular e uma mochila”</h3>
Luciana relata que chegou à COP 30 com a mesma estrutura com que atua nos territórios amazônicos: um celular, um notebook, um mini drone e poucos equipamentos, tudo numa mochila, enfrentando equipes de grandes veículos com dezenas de profissionais.
<blockquote>&nbsp;“Eu cheguei na COP 30 sozinha, com uma mochila com mini drone, um notebook e um celular e um tripé e todos os equipamentos... E eu estava no meio daquele povo todo, algumas equipes com 20, 30 profissionais ao mesmo tempo em estúdios enormes.”</blockquote>
Ela lembra o esforço físico e emocional do trabalho, caminhando de 12 a 15 quilômetros por dia dentro da área do evento.
<blockquote>&nbsp;“Foi na raça. Foi na raça. Não tinha ninguém me ajudando com produção lá. Eu tinha que concentrar em tudo: em gravar, em apurar a informação, que era uma coisa bem complexa.”</blockquote>
Além da cobertura, a jornalista reforça que seu trabalho está ligado à formação de comunicadores populares na Amazônia, usando o celular como ferramenta de denúncia e defesa de direitos:
<blockquote>&nbsp;“Eu sou uma facilitadora de oficinas de comunicação popular e para o uso do celular na defesa dos direitos humanos, na divulgação de denúncias e também para mostrar coisas bonitas aqui da nossa porção da Amazônia.”</blockquote>
<h3>Belém transformada e o legado da conferência: turismo, cultura e orgulho amazônico</h3>
Para Luciana, a COP 30 deixou um legado estruturante para Belém, tanto na infraestrutura quanto na autoestima da população local.
<blockquote>&nbsp;“Existe uma Belém antes e depois da COP 30. Eu já tinha estado em Belém duas vezes, mas nunca vi Belém como vivi agora”</blockquote>
Ela descreve a revitalização de prédios históricos, novos espaços culturais e gastronômicos e o impacto sobre o turismo:
<blockquote>&nbsp;“Belém passou por um processo de revitalização em vários dos seus monumentos históricos, prédios, que foram transformados em polos gastronômicos e culturais”</blockquote>
Ela lembra ainda o papel do BNDES na restauração de equipamentos culturais e aponta a projeção da cidade:
<blockquote>&nbsp;“O BNDES chegou chegando, né? (...) Todo mundo que saiu de lá, saiu encantado. Foi isso que eu vi. Não testemunhei nenhum momento de nenhuma reação negativa nas ruas ou lá dentro da COP 30 com relação a isso. Foi, olha, sinceramente, o turismo de Belém também vai sofrer um boom.”</blockquote>
<h3>Pacto de Belém, justiça climática e fundos para florestas tropicais</h3>
Na análise de resultados, Luciana destaca a força política da Declaração de Belém, aprovada por 195 países, e o papel do Brasil em pautar justiça climática, desigualdade e direitos sociais na agenda global.
<blockquote>&nbsp;“O presidente Lula, ele trouxe o Pacto de Belém, ele incluiu a saúde, a cultura, a educação, pactos específicos de Belém para saúde, educação e cultura. (...) Essa COP trouxe a questão do gênero, a questão da desigualdade, olhou as pessoas, trabalhou a pauta da adaptação climática pensando nas desigualdades.”</blockquote>
Ela lembra que um dos grandes destaques foi o fundo para florestas tropicais, o TFF, com bilhões de dólares destinados à proteção das florestas, com a Alemanha como principal doadora:
<blockquote>&nbsp;“O TFF, que foi uma proposta anunciada lá pelo governo, foi uma coisa assim que é um grande resultado da COP, essa iniciativa, porque as pessoas têm que entender que isso não tava na agenda. São 30 anos discutindo as mudanças do clima e seus impactos na vida das pessoas, sem pensar em justiça climática.”</blockquote>
Luciana relata que, pela primeira vez, a transição energética foi discutida olhando para os trabalhadores e comunidades dependentes da cadeia fóssil:
<blockquote>&nbsp;“É a primeira vez que se falou, que se colocou na mesa, que chamou a atenção do mundo para essa questão da transição energética com a saída dos combustíveis fósseis de um ponto de vista real.”</blockquote>
<h3>Frustração com fósseis, realismo econômico e o papel do Brasil</h3>
Ela reconhece que houve frustração ao não se aprovar um roteiro mais duro para abandonar carvão, gás e petróleo, mas reforça o avanço político do debate e o papel do Brasil na redução do desmatamento e na expansão das energias renováveis:
<blockquote>&nbsp;“A frustração todo mundo sabe, né? (...) Foi quanto ao mapa do caminho, sugerido, inclusive, pressionado pelo governo Lula... o mapa do caminho para livrar o país gradativamente da dependência dos combustíveis fósseis e para zerar o desmatamento. (...) O roadmap não vingou, não houve consenso.”</blockquote>
Ao mesmo tempo, ela adota uma visão realista sobre a transição, lembrando que os recursos dos combustíveis fósseis ainda financiam políticas sociais e a própria mudança de matriz energética:
<blockquote>&nbsp;“Eu, Luciana, particularmente quero o fim dos combustíveis fósseis. Agora a gente tem que ser realista, né? A exploração do pré-sal, por exemplo, quantos programas sociais são sustentados com isso, né? (...) Se a gente quer fazer a transição e quer investir nas matrizes renováveis, a gente precisa de dinheiro para isso.”</blockquote>
Para Luciana, porém, o rumo é inevitável:
<blockquote>&nbsp;“Esse caminho é inevitável, porque os gases mais poluentes, o que mais ameaça o planeta, os que produzem mais os efeitos, os gases do efeito estufa, estão diretamente ligados aos combustíveis fósseis e desmatamento. A hora que isso reduzir e gradativamente acabar, nós vamos tirar do planeta uma ameaça enorme.”</blockquote>
<h3>Participação indígena e COP 30 como marco histórico</h3>
A jornalista enfatiza que a conferência em Belém foi a COP de maior participação popular, com destaque para a presença indígena:
<blockquote>&nbsp;“Foi a COP de maior participação popular. Nunca o povo chegou tão perto, tanta gente chegou tão perto desses ambientes de negociação. Só na zona azul 900 indígenas puderam entrar e acompanhar tudo que eu vi.”</blockquote>
Para ela, muitas das decisões futuras da agenda climática mundial serão rastreadas até Belém:
<blockquote>&nbsp;“Quando a gente for ouvir os avanços ou o desencadear desses debates nas futuras conferências, a gente vai lembrar: isso foi plantado em Belém, na COP 30. Isso é o Pacto de Belém, isso é o presidente Lula.”</blockquote>
<h3>Sabotagem, incêndio e ódio da extrema direita à COP 30 em Belém</h3>
Luciana também comentou o princípio de incêndio ocorrido durante o evento e não descarta motivação política:
<blockquote>&nbsp;“É impossível a gente não pensar numa sabotagem. É impossível.”</blockquote>
Ela lembra que a COP enfrentou resistência desde o anúncio de que seria em Belém, com campanha de desinformação contra a cidade e o governo:
<blockquote>&nbsp;“A COP começou com o desafio de vencer a objeção. Não, não pode ser em Belém, não tem estrutura. (...) Depois, a desinformação, a fake news. Muitas mentiras, as pessoas da extrema direita chamando a COP de flop 30, dizendo que tinha flopado. E eu lá dentro vendo 40.000 pessoas circulando ali naquele espaço da zona azul.”</blockquote>
Na avaliação de Luciana, essa reação tem origem na incapacidade da extrema direita de construir um projeto como o protagonizado pelo governo Lula na COP 30:
<blockquote>&nbsp;“Eu acho que a extrema direita, em primeiro lugar, considerando todas as nuances, tudo que eu poderia apontar, em primeiro lugar, salta os olhos a incapacidade que eles têm de fazer isso, de fazer o que a esquerda faz, de fazer o que o presidente Lula faz.”</blockquote>
Ela sintetiza assim o sentimento de revanchismo da direita radical:
<blockquote>&nbsp;“A desinformação é o recalque. É o recalque. A COP bombou, todo mundo viu, não?”</blockquote>
<h3>Congresso contra o meio ambiente e efeitos na Amazônia: “estou numa região para chorar”</h3>
Na entrevista, Luciana reagiu à decisão do Congresso Nacional de derrubar vetos do presidente Lula em pontos centrais do licenciamento ambiental, num movimento interpretado como vitória do agronegócio predatório e derrota do governo na área ambiental.
<blockquote>&nbsp;“O que fizeram hoje de derrubar os vetos do presidente Lula que tentavam preservar esses princípios do licenciamento ambiental, o controle dos órgãos federais aos empreendimentos de grande impacto ambiental... O que fizeram hoje? Eu tô assim para chorar.”</blockquote>
Moradora de Rondônia, ela descreve o avanço do desmatamento e da lógica do boi sobre a floresta:
<blockquote>&nbsp;“Eu moro em Rondônia, o estado que tem mais boi, 10 vezes mais bois do que gente, é o estado com mais cabeças de gado, mais 10 por pessoa. Isso diz muito, né? O agronegócio aqui tomou conta, não da mentalidade do senso comum geral, da mentalidade geral, mas de toda a classe política, que tá toda vocacionada a isso, à exploração sem qualquer freio.”</blockquote>
Ela lembra decisões da Assembleia Legislativa de Rondônia, como a redução drástica de reservas extrativistas, como sintoma da captura política pelo agro e pela extrema direita:
<blockquote>&nbsp;“Aqui no meu estado eu vi a Assembleia Legislativa aprovar por unanimidade a redução de reservas extrativistas a 20% do seu tamanho. Eu vi a Assembleia aprovar dentro do parlamento o seu grupo de trabalho da arma e do agro.”</blockquote>
<h3>“A região Norte deu uma extrema endireitada”</h3>
Questionada sobre a relação entre radicalização política e pauta ambiental, Luciana é direta:
<blockquote>&nbsp;“Não, ela deu uma extrema endireitada. Uma extrema endireitada.”</blockquote>
Ela explica que o bolsonarismo se consolidou na região Norte apoiado na aliança “boi, bíblia e bala” e numa visão predatória de desenvolvimento:
<blockquote>&nbsp;“Aqui houve uma infestação, né, que sequelou as pessoas. Bolsonarismo aqui correu solto. (...) Eu acho que é um grande desafio, não pra próxima eleição, mas na próxima década, reconstruir a sanidade das pessoas, porque estão entorpecidas com essa história de que boi, bíblia e bala significam tudo para a colônia.”</blockquote>
Ela recorda episódios simbólicos, como a nota unânime de repúdio da Assembleia Legislativa de Rondônia à visita de Lula, mesmo quando o presidente anunciava investimentos bilionários:
<blockquote>&nbsp;“Quando o presidente Lula veio aqui em agosto entregar 1 bilhão e meio em obras, a Assembleia Legislativa fez uma nota de repúdio unânime contra a vinda dele. Então isso resume tudo. Eles estão todos comprometidos, muito mais do que com antipetismo, com a pauta que o Bolsonaro deixou.”</blockquote>
Ao mesmo tempo, Luciana vê sinais de mudança silenciosa, sobretudo quando as pessoas começam a sentir, na prática, o contraste entre o governo Lula e o governo Bolsonaro:
<blockquote>&nbsp;“As pessoas podem entender finalmente no bolso, que é a parte mais sensível do ser humano, que faz diferença quem ganha até R$ 5.000 não pagar imposto de renda. Faz diferença, né? Então, todo mundo quer.”</blockquote>
Ela cita o caso de um vídeo sobre a visita de Lula que viralizou nas redes:
<blockquote>&nbsp;“Eu pensei: vou perder uns 200 seguidores. Eu perdi 168 e ganhei 6.800. Isso pra mim é um termômetro muito grande.”</blockquote>
<h3>Enfrentar a disputa na Amazônia: comunicação popular, juventude e coragem</h3>
Luciana aponta que o enfrentamento à extrema direita na Amazônia passa, necessariamente, por disputar narrativas, formar novas lideranças e fortalecer a comunicação popular nos territórios.
<blockquote>&nbsp;“Não tem quem faça esse enfrentamento à extrema direita e quem faça dar visibilidade aos movimentos sociais, sindicais que foram infraquexidos também no governo Bolsonaro.”</blockquote>
<h3>Ignorância sobre a Amazônia e estereótipos da mídia global</h3>
Na parte final da entrevista, Luciana critica o desconhecimento da sociedade brasileira sobre a Amazônia e o olhar folclórico de parte da mídia internacional:
<blockquote>&nbsp;“O brasileiro médio conhece o que da Amazônia? Pouco ou quase nada. Conhece o que pega na IA, no chat GPT.”</blockquote>
Ela lembra a chegada de equipes estrangeiras durante as grandes queimadas, quando a fumaça escureceu o céu de São Paulo, e conta casos de repórteres que queriam encenar caçadas indígenas para filmar:
<blockquote>&nbsp;“Outros falavam assim: ‘Pede pros indígenas pegarem o arco e flecha e fingir que tão caçando pra gente filmar’. Eles queriam estereótipo.”</blockquote>
Ao mesmo tempo, destaca o protagonismo crescente dos próprios povos indígenas na comunicação, citando coletivos e produções audiovisuais premiadas:
<blockquote>&nbsp;“Os povos indígenas estão produzindo cinema. (...) Eles têm coletivos, brigadas de comunicação. Eu não vou fazer oficina de comunicação nos territórios indígenas, porque não precisa, eles fazem. Então eu vou onde não tem, que é território quilombola, ribeirinho.”</blockquote>
Na Amazônia que ela descreve — disputada pelo agronegócio, pela extrema direita, pelos defensores da floresta e pelos povos originários — comunicar, denunciar e formar novas vozes é parte central da luta. É nesse cenário que, como aponta o título, a esquerda precisa enfrentar a extrema direita na Amazônia.

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Brasil Sustentável

A esquerda precisa enfrentar a extrema-direita na Amazônia, diz Luciana Oliveira

247 – O professor e filósofo Alysson Mascaro, catedrático da Universidade de São Paulo e um dos maiores intelectuais marxistas do Brasil, retornou ao debate público de forma triunfal, ao lançar o livro <a href="https://www.editoracontracorrente.com.br/product/critica-do-cancelamento?srsltid=AfmBOorS655s9q6VoyJ6z8EYtql5skxgXPmHDBDFvVaP-6kcgNiaOzLs">Crítica do Cancelamento (Editora Contracorrente / Editora 247)</a> nesta quarta-feira 26, na Casa de Portugal, em São Paulo. Após um discurso tocante sobre a perseguição insidiosa de que foi vítima, após denúncias anônimas e infundadas sobre sua sexualidade, Mascaro foi ovacionado pelo público. “Quero seduzir toda a humanidade para o socialismo", disse ele, reafirmando a esperança de que seu massacre midiático tenha sido um ponto de virada na prática perversa e covarde do cancelamento – um instrumento do capitalismo neoliberal, que se traveste de progressista, para silenciar vozes indesejáveis. Ao comandar a mesa, a jornalista Dhayane Santos, diretora da TV 247, comparou o cancelamento a uma espécie "necropolítica digital". <a href="https://www.editoracontracorrente.com.br/product/critica-do-cancelamento?srsltid=AfmBOorS655s9q6VoyJ6z8EYtql5skxgXPmHDBDFvVaP-6kcgNiaOzLs">COMPRE CRÍTICA DO CANCELAMENTO NESTE LINK</a> Em sua fala, Rafael Valim, editor da Contracorrente, afirmou que pela primeira vez "lançou o livro de um cancelado” e cobrou mais coragem e solidariedade por intelectuais progressistas. José Genoino, uma das maiores lideranças da esquerda brasileira, vítima de perseguição durante o julgamento da Ação Penal 470, comparou o cancelamento “a uma morte civil” e disse que a “solidariedade” deve ser um valor central da esquerda. Leonardo Attuch, co-editor da obra, ao lado de Rafael Valim, apontou a absoluta inconsistência material das denúncias apresentadas contra Mascaro, enquanto Juliana Magalhães, que falou pelos orientandos de Mascaro, apontou o real o motivo da perseguição: Mascaro introduziu a crítica marxista do direito na Universidade de São Paulo. Por fim, a escritora Dora Incontri afirmou que lançamento foi histórico porque sinaliza que a voz de Mascaro não será silenciada.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20251127051156_c3c2e3aa72dad37d627881e5f35999c5ad7e67e4ed3c3daf188ca970330f18a2.jpg" data-media-id="editor_2" data-image-id="20251127051156_c3c2e3aa72dad37d627881e5f35999c5ad7e67e4ed3c3daf188ca970330f18a2" data-rendition-name="original" width="8000" height="5340" loading="lazy" alt="Leonardo Attuch, Alysson Mascaro, José Genoino e Rafael Valim"><figcaption>Leonardo Attuch, Alysson Mascaro, José Genoino e Rafael Valim(Photo: Victor Barau)vvbarau</figcaption></figure>  Primeiro livro resultante de uma aliança da Contracorrente com a Editora 247, o livro propõe uma reflexão radical sobre um dos fenômenos mais emblemáticos do nosso tempo histórico. Longe de reduzir o cancelamento a um problema moral ou digital, Alysson Mascaro o interpreta como expressão das contradições do liberalismo, apresentando-o em uma nova fronteira do controle social e da imposição do colapso ao ser humano. O autor, que já experimentou os efeitos do cancelamento, explica que, sob a aparência de justiça e progresso, o fenômeno converte as lutas por gênero, raça e orientação afetiva em instrumentos de reprodução da sociabilidade capitalista, esvaziando seu potencial emancipatório. Mascaro defende que a emancipação real só pode vir da transformação estrutural da sociabilidade – isto é, de uma crítica ao capitalismo e não apenas de correções morais. Sonho com um mundo que seja “um jardim dos prazeres e não mais um vale de lágrimas", disse Mascaro, que foi aplaudido de pé pelo público durante vários minutos.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2025112706110_b35ff53b22f6a534eb388256aa75345912dd8a7b8d5cc24ffd5714c7b04db2a4.jpg" data-media-id="editor_3" data-image-id="2025112706110_b35ff53b22f6a534eb388256aa75345912dd8a7b8d5cc24ffd5714c7b04db2a4" data-rendition-name="original" width="8000" height="5340" loading="lazy" alt="Juliana Magalhães, Dhayane Santos, Alysson Mascaro, Leonardo Attuch e Dora Incontri"><figcaption>Juliana Magalhães, Dhayane Santos, Alysson Mascaro, Leonardo Attuch e Dora Incontri(Photo: Victor Barau)vvbarau</figcaption></figure>  A palestra histórica de Alysson Mascaro será transmitida pela TV 247 neste fim de semana,

Alysson Mascaro lança Crítica do Cancelamento na Casa de Portugal

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Cultura

Alysson Mascaro lança Crítica do Cancelamento em retorno triunfal ao debate público

247 – O jornalista Leonardo Attuch, fundador e editor-responsável do Brasil 247, defendeu a necessidade de uma maior integração entre os meios de comunicação dos países do Sul Global e propôs a criação de uma grande agência de notícias internacional voltada para a cooperação entre as nações emergentes. A <a href="https://tvbrics.com/pt/shows/diretor-do-brasil-247-leonardo-attuch-ha-espaco-para-criar-uma-grande-agencia-de-noticias-do-sul-glo/">entrevista foi concedida à TV BRICS</a> e está disponível no site oficial da emissora (assista na <a href="https://tvbrics.com/pt/shows/diretor-do-brasil-247-leonardo-attuch-ha-espaco-para-criar-uma-grande-agencia-de-noticias-do-sul-glo/" target="_new">TV BRICS</a>).
Durante a conversa, Attuch ressaltou o papel do Brasil 247 como um dos maiores veículos de notícias independentes do país, comprometido com a defesa da democracia, dos direitos humanos e do desenvolvimento econômico sustentável, alinhado a uma visão multilateral das relações internacionais.&nbsp;
O jornalista destacou ainda o combate a todas as formas de preconceito, incluindo a russofobia, e o fortalecimento de uma comunicação plural, capaz de refletir as realidades e os desafios dos países que integram o bloco BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — agora ampliado com novas nações.
<h2>A importância da cooperação no jornalismo internacional</h2>
Attuch defendeu que a integração midiática entre os países do Sul Global é essencial para contrapor a hegemonia informativa do Norte e construir uma narrativa mais equilibrada sobre o desenvolvimento e a geopolítica mundial. “Há espaço para criar uma grande agência de notícias do Sul Global, que reflita nossos interesses comuns e nossa visão de mundo”, afirmou.
Segundo ele, a parceria entre veículos independentes e públicos pode contribuir para difundir informações de qualidade, fortalecer a cooperação cultural e econômica e promover o diálogo entre as nações emergentes. Essa visão está em sintonia com o objetivo da TV BRICS, rede internacional de mídia que reúne portais, emissoras e agências dos países membros do bloco.
<h2>Jornalismo e tecnologia: desafios da era da Inteligência Artificial</h2>
Ao comentar sobre o impacto da Inteligência Artificial no jornalismo, Leonardo Attuch defendeu que as novas tecnologias devem ser usadas como ferramentas de apoio à produção de conteúdo de qualidade, sem comprometer a ética ou a autonomia editorial. Ele alertou que os jovens jornalistas precisam combinar rigor informativo, senso crítico e domínio das novas linguagens digitais para prosperar na profissão.
Para Attuch, o futuro do jornalismo depende da capacidade dos profissionais de se adaptar às inovações tecnológicas sem perder de vista os valores fundamentais da profissão — a busca pela verdade, a defesa da democracia e o compromisso com o interesse público.
<h2>O papel do Brasil 247 e a voz do Sul Global</h2>
O editor do Brasil 247 destacou ainda que a atuação conjunta de mídias progressistas pode amplificar a voz do Sul Global em temas como desenvolvimento sustentável, soberania nacional e integração regional. “O Brasil 247 está comprometido em fortalecer esse diálogo e em construir pontes entre os povos”, concluiu.

Leonardo Attuch, presidente e fundador do Brasil 247

Mídia

Leonardo Attuch defende integração midiática e criação de agência de notícias do Sul Global

247 – A Justiça de São Paulo rejeitou a queixa-crime movida pelo influenciador e webcomunista Jones Manoel da Silva contra o jornalista Leonardo Attuch, editor do Brasil 247, no âmbito do debate público gerado pelas acusações anônimas e não comprovadas do site estadunidense The Intercept contra o professor Alysson Mascaro, da Universidade de São Paulo, considerado um dos maiores intelectuais marxistas do Brasil.
.A decisão, proferida em 18 de junho de 2025 pelo juiz André Luiz da Silva da Cunha, da Vara Criminal de Cotia, concluiu que as manifestações de Attuch no X (antigo Twitter) não configuraram calúnia nem injúria, mas sim o exercício regular do direito de crítica e de liberdade de expressão. O Ministério Público também se manifestou de forma contrária aos pedidos de Jones Manoel.
<h2>Defesa de Alysson Mascaro e origem da controvérsia</h2>
O embate entre Jones Manoel e Leonardo Attuch ocorreu após a divulgação, pelo The Intercept, de uma reportagem baseada em fontes anônimas, sobre suposto assédio sexual, que resultou no afastamento de Alysson Mascaro da Universidade de São Paulo (USP), sem qualquer prova ou comprovação de ilícito. Quase um ano depois da reportagem, não há nenhuma evidência concreta contra Mascaro, que foi alvo de linchamento midiático e de um processo de cancelamento.
Enquanto Attuch defendeu publicamente o professor e criticou a metodologia do site estadunidense, Manoel se posicionou em defesa das práticas de denuncismo a partir de fontes anônimas adotadas pelo veículo, sem apresentação de provas materiais.
Foi nesse contexto que o jornalista do Brasil 247 escreveu no X:
<blockquote>&nbsp;“Jones Manoel, pra variar, desonesto. Eu pergunto a ele publicamente o que faria se qualquer veículo de comunicação publicasse: ‘Jones Manoel é um estuprador’. Quais são as fontes? Anônimos. Isso não tem nada a ver com sigilo da fonte.”</blockquote>
O influenciador interpretou a mensagem – e uma segunda publicada por Attuch – como ofensivas e ingressou com uma ação penal por calúnia e injúria, além de pedir a remoção das publicações do X — o que o juiz classificou como tentativa de censura.
<h2>Juiz rejeita ação e reafirma direito à crítica</h2>
Na sentença, o magistrado destacou que o termo “desonesto” foi usado em contexto de debate sobre práticas jornalísticas, e não como insulto pessoal. “O termo foi empregado em contexto específico de debate, constituindo juízo de valor sobre o posicionamento defendido pelo querelante”, escreveu o juiz.
Em relação à suposta imputação de crime, o juiz entendeu que a fala de Attuch utilizou um exemplo hipotético e ironia crítica, sem atribuir a Jones Manoel qualquer fato criminoso.
<blockquote>&nbsp;.“Na primeira manifestação, o querelado empregou técnica argumentativa hipotética (...). Na segunda, ainda que utilize linguagem mais incisiva, permanece no campo da ironia crítica, sem imputar fato específico e determinado”, afirmou o juiz.</blockquote>
<h2>Liberdade de expressão prevalece sobre censura</h2>
O juiz ressaltou que não se pode transformar toda discussão virtual em questão penal e enfatizou que a liberdade de expressão inclui o direito a críticas contundentes, especialmente em temas de interesse público. “As manifestações do querelado caracterizam exercício regular do direito de crítica e debate, não configurando os tipos penais imputados”, diz a decisão.
Além de rejeitar a queixa-crime com base no artigo 395, incisos I e III, do Código de Processo Penal, o magistrado indeferiu o pedido de retirada das postagens, afirmando que, “não configurando as manifestações conduta criminosa, deve prevalecer o direito fundamental à liberdade de expressão”.
<h2>Recurso à segunda instância</h2>
Inconformado com a derrota, Jones Manoel recorreu da decisão, levando o caso à segunda instância.
A sentença reforça que o debate público e a defesa de figuras intelectuais perseguidas por denúncias infundadas fazem parte do exercício democrático da crítica, que deve ser protegido contra tentativas de judicialização e censura.
Jones Manoel já foi convidado frequente da TV 247 e chegou inclusive a ter um programa semanal, chamado "Trincheira Vermelha", antes de se tornar concorrente e iniciar uma linha de ataques. Antes dessa etapa de "concorrência capitalista" na mídia progressista, o webcomunista mantinha uma relação amistosa e de amizade com Attuch. O tema foi abordado nesta sexta-feira, quando Attuch participou de uma live com Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, e comentou a respeito do caso:
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Decisão: Processo nº 1001406-97.2025.8.26.0152 — Vara Criminal de Cotia, São Paulo 
Juiz: André Luiz da Silva da Cunha 
Data: 18 de junho de 2025

Leonardo Attuch foi processado por Jones Manoel (esq.) após defender Alysson Mascaro (dir)

Jones Manoel processa Leonardo Attuch, pede censura e é derrotado na Justiça

247 – O jornalista Leonardo Attuch, editor-responsável do Brasil 247, concedeu entrevista ao canal Reflexões Contemporâneas, do comunicador Adriano Felipe, em que analisou a ascensão da China como potência global e o papel estratégico da comunicação no país.
Durante o bate-papo, Attuch ressaltou que o segredo da transformação chinesa está no Partido Comunista, que garante estabilidade política e planejamento de longo prazo. “O segredo da China se chama Partido Comunista da China. Essa é a espinha dorsal do sistema”, afirmou, destacando que a meritocracia real aplicada no país evita a chegada de líderes populistas ou aventureiros ao poder.
<h2>Comunicação como instrumento de unidade</h2>
Um dos pontos mais marcantes da conversa foi a análise sobre a mídia chinesa. Attuch observou que, ao contrário do modelo brasileiro, dominado por conglomerados privados, a comunicação na China é tratada como questão pública.
“Aqui nunca vai existir uma Rede Globo, uma Folha de S. Paulo ou uma imprensa golpista. A comunicação é tratada como função social, para construir consensos e não dividir a sociedade”, disse. Para ele, o objetivo é garantir a coesão nacional em torno do desenvolvimento e da estabilidade, em vez de estimular conflitos políticos e polarizações.
O jornalista acrescentou ainda que, em sua experiência, encontrou profissionais entusiasmados com o exercício da profissão. “Eu vejo muito mais gente frustrada com jornalismo no Brasil do que na China”, afirmou.
<h2>Socialismo com características chinesas</h2>
Na entrevista, Attuch também explicou que a China aplica um modelo próprio de desenvolvimento: “É o socialismo com características chinesas, um sistema voltado para o bem comum, mas que utiliza elementos de mercado”.&nbsp;
Ele destacou ainda a infraestrutura do país como exemplo da capacidade de planejamento estatal aliado à competição de mercado: “Hoje a China tem disparado a melhor infraestrutura do planeta”.
<h2>Rivalidade global e futuro</h2>
Questionado sobre a rivalidade entre China e Estados Unidos, Attuch ressaltou que o país asiático não busca confronto direto, mas não aceita imposições externas. “Eles não querem confrontação, mas também não vão abaixar a cabeça”, observou.
Sobre o tema de Taiwan, ele enfatizou que se trata de uma questão central e inegociável para os chineses, que trabalham para reduzir a dependência tecnológica e fortalecer sua autonomia produtiva. Assista:
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Leonardo Attuch discursa no Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global

"Mídia na China busca criar consensos coletivos, e não polarização", diz Leonardo Attuch

247 – O influenciador e empresário Eduardo Moreira processou criminalmente três jornalistas do Brasil 247 e da TV 247, Leonardo Attuch, Joaquim de Carvalho e Aquiles Lins, em razão do artigo <a href="https://www.brasil247.com/blog/eduardo-moreira-um-udenista-na-imprensa-brasileira">“Eduardo Moreira, um udenista na imprensa brasileira"</a>, publicado por Leonardo Attuch, no dia 13 de julho de 2025 no Brasil 247. Em vez de processar apenas o autor do artigo, Leonardo Attuch, ele também moveu ações criminais contra Joaquim de Carvalho e Aquiles Lins porque ambos participaram de live da TV 247, em que o tema foi discutido, conforme destacado neste vídeo do canal Cortes 247:
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Em sua inicial, assinada pelas advogadas Maria Jamile José e Bruna Aguiar Coutinho, Eduardo Moreira afirma ter tido sua honra maculada por ter sido chamado de “egocêntrico", “ingrato", “dissimulado", “udenista” e “desleal".
A pretensão do influenciador, no entanto, não foi acolhida pelo Ministério Público nem pelo juiz de direito André Luiz da Silva da Cunha. Em sua decisão, o magistrado afirmou que “os fatos narrados não são aptos a ensejar o início da persecução penal". Ele também destacou que tanto o querelante quanto os querelados “são pessoas públicas que expõem regularmente suas ideias e opiniões participando ativamente do debate público".
Na mesma decisão, prosseguiu o magistrado afirmando que “não se verifica a presença do dolo específico necessário à configuração dos delitos contra a honra". Ele também assinalou que os adjetivos foram empregados “no contexto da crítica jornalística sobre a atuação pública do querelante".
O juiz também fez uma defesa enfática da liberdade de expressão, destacando que este valor, que é cláusula pétrea da Constituição brasileira, permite críticas veementes e até mesmo irônicas, desde que não ultrapassem os limites da dignidade humana de forma inequívoca. “Não se pode transformar toda discussão no ambiente digital em questão penal, sob pena de inviabilizar o sistema de justiça e restringir excessivamente o direito fundamental à livre manifestação do pensamento".
Além de ver rejeitada sua queixa-crime contra os três jornalistas do Brasil 247, Eduardo Moreira foi condenado a pagar as custas do processo. O empresário e influenciador, no entanto, apresentou recurso contra a decisão. O juiz recebeu o recurso "em sentido estrito", manteve a sua decisão e os jornalistas do Brasil 247 e da TV 247 apresentarão as suas contrarrazões nos termos da súmula 707 do Supremo Tribunal Federal. A Súmula 707 do STF estabelece que é nulo o julgamento de um recurso contra a rejeição de uma denúncia se o acusado (denunciado) não for intimado para apresentar as suas contrarrazões.

Eduardo Moreira processa criminalmente jornalistas do Brasil 247, perde, é condenado a pagar as custas judiciais e recorre

247 - O jornalista Leonardo Attuch, editor do Brasil 247 e fundador da Editora 247, foi um dos palestrantes do Fórum de Cooperação de Mídia no Cinturão e Rota de 2025, realizado na cidade de Kunming, província de Yunnan, China, sob a organização do Diário do Povo. Em seu discurso, Attuch destacou que a cooperação entre os países do Sul Global precisa avançar para além da esfera comercial e alcançar também o campo das ideias, como forma de construir uma globalização mais inclusiva e sustentável.
O encontro reuniu representantes de veículos de comunicação de diversas partes do mundo, reforçando a importância da mídia como instrumento de integração e soberania diante das transformações globais. “O eixo do desenvolvimento está se deslocando para o Sul Global. Reunimos a maioria da população mundial e a maior riqueza natural do planeta. Entretanto, além do intercâmbio econômico, precisamos também ampliar nossa cooperação no campo das ideias”, afirmou Attuch.
Durante sua fala, o jornalista lembrou a trajetória da presidenta Dilma Rousseff, hoje à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), sublinhando seu papel na luta pela democracia no Brasil e no fortalecimento das instituições. Ele citou ainda a importância da visita do ex-presidente João Goulart à China, em 1961, como exemplo visionário da aproximação entre os dois países.
Attuch também destacou a necessidade de fortalecer as parcerias midiáticas não apenas na produção de conteúdo, mas também no intercâmbio de melhores práticas no uso das redes sociais e da inteligência artificial. Segundo ele, este é um passo essencial para enfrentar crises provocadas pela manipulação e pela desinformação, cada vez mais frequentes em países ocidentais.
“Sejamos nós, comunicadores do Sul Global, os pioneiros da paz mundial, aspiração máxima da Humanidade”, concluiu.
Discurso de Leonardo Attuch, Presidente da Editora 247 – Diário do Povo
Distintas autoridades, prezados colegas e queridos amigos,
É uma honra imensa estar em Kunming para participar do Fórum de Cooperação de Mídia do Cinturão e Rota de 2025. Agradeço à equipe do Diário do Povo pelo convite e pela calorosa hospitalidade em Yunnan.
Ao contrário de muitos colegas aqui presentes, não estou chegando a Kunming apenas para este evento, mas sim regressando a esta bela cidade. Estive aqui nos dias 6 e 7 de setembro para o Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global e, no intervalo entre estes dois encontros, tive uma agenda intensa em Pequim e Xangai, em minha terceira visita à China neste ano de 2025.
O ponto culminante foi o jantar com a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, na última sexta-feira, 12 de setembro. A foto do encontro, publicada nas redes sociais, viralizou porque ocorreu em um momento muito significativo da história do Brasil, em que um ex-presidente e militares foram, pela primeira vez, condenados por tentativa de golpe de Estado.
Ao longo da história, Dilma Rousseff sempre esteve entre as figuras centrais da luta pela democracia no Brasil. Na juventude, foi presa por combater uma ditadura militar implantada em nosso país pela potência imperial, com apoio praticamente unânime dos grandes meios de comunicação.
Décadas depois, Dilma se tornou a primeira mulher a presidir o Brasil, mas foi vítima de um novo golpe de Estado em 2016, também apoiado pelos grandes meios de comunicação. Essa experiência nos mostrou como o país pagou – e ainda paga – um preço alto por não reconhecer a importância estratégica da comunicação e da disputa ideológica. Diferentemente da China, onde esse tema é tratado com absoluta seriedade e centralidade – o que permite ao país seguir na trilha de paz e desenvolvimento pacífico.
Nesta mesma viagem, entre as duas conferências de Kunming, tive a honra de visitar a sede do Diário do Povo, o Global Times, onde fui recebido por seu presidente, Fan Zhengwei, além de dois dos maiores grupos editoriais da China: o China Publishing Group e o China International Communications Group, que celebrará 76 anos na mesma data da Revolução de 1949.
A visita ao Global Times foi especialmente significativa. Ali, não apenas reafirmamos nossa parceria de longo prazo, como também revisamos os resultados do fórum de mesa-redonda China-América Latina, que realizamos em parceria no Rio de Janeiro durante a cúpula do BRICS deste ano.
Foi um evento que aproximou ainda mais nossas sociedades, gerando um ambiente fértil de cooperação entre jornalistas, acadêmicos e gestores públicos.
Agora, sob a inspiração da Iniciativa de Governança Global lançada pelo presidente Xi Jinping, assumimos um novo compromisso: em 2026 realizaremos um encontro ainda maior e mais abrangente, desta vez na China, para aprofundar o diálogo entre nossos países e povos. Como destacou o presidente Xi, não basta formular princípios – é preciso tomar ações concretas, e este será um passo nessa direção.
É por isso que este encontro em Kunming é tão importante. O eixo do desenvolvimento está se deslocando para o Sul Global. Reunimos a maioria da população mundial e a maior riqueza natural do planeta. Brasil e China já trilham um caminho de cooperação extraordinária, com um comércio bilateral de mais de 200 bilhões de dólares anuais.
Por isso mesmo, quero aqui registrar uma homenagem ao ex-presidente brasileiro João Goulart, que visitou a China em 1961, antes mesmo do restabelecimento das nossas relações diplomáticas, que ocorreu em 1974, e foi um visionário dessa relação estratégica entre os dois gigantes do Sul Global.
Entretanto, além do intercâmbio econômico, precisamos também ampliar nossa cooperação no campo das ideias. Só assim teremos força coletiva para defender uma globalização mais inclusiva, justa e sustentável, que dê voz à maioria global.
Nossa missão, como comunicadores, é sermos pontes entre civilizações, construindo confiança e compreensão mútua. E não poderia haver melhor local, pois Kunming, ao longo da história, foi e tem sido palco de encontros de civilizações.
Concluo dizendo que os países do Sul Global precisam fortalecer a cooperação midiática não apenas na troca de conteúdo editorial, mas também no campo das melhores práticas no uso das redes sociais e da inteligência artificial. Só assim seremos soberanos e resistentes às crises provocadas pela manipulação e pela desinformação, como se vê hoje em vários países ocidentais.
Nós, do Brasil 247, estamos honrados em participar desse esforço coletivo para construir narrativas justas e um mundo harmônico. Sejamos nós, comunicadores do Sul Global, os pioneiros da paz mundial, aspiração máxima da Humanidade.
Muito obrigado. Xie, xie!

Sul Global

"Cooperação entre países do Sul Global deve passar do comércio para o campo das ideias", diz Attuch em encontro internacional

247 – O <a href="https://www.brasil247.com/">Brasil 247</a>, um dos principais portais de notícias do Brasil, e o <a href="https://www.globaltimes.cn/">Global Times</a>, o principal jornal internacional da China, decidiram nesta quinta-feira (11) aprofundar sua cooperação editorial. A decisão foi tomada em Beijing, durante visita de Leonardo Attuch, fundador e editor-responsável do Brasil 247, à sede do Global Times, onde foi recebido pelo presidente Fan Zhengwei, pelos principais editores do jornal e pelos líderes do Instituto Global Times, responsável por pesquisas de relevância global. O encontro reforça uma parceria que vem sendo construída com sinceridade, dedicação e senso de responsabilidade histórica. Em junho deste ano, as duas organizações realizaram no Rio de Janeiro, no âmbito da cúpula do BRICS, o primeiro fórum de diálogo China-Celac, evento que reuniu lideranças acadêmicas, intelectuais e políticas para debater os rumos da integração entre os nossos países. A partir dali, iniciou-se um processo de troca regular de conteúdos editoriais, que levou à criação da <a href="https://www.brasil247.com/globaltimes">seção Global Times no portal Brasil 247</a> e da <a href="https://www.globaltimes.cn/special-coverage/Brasil-247/index.html">seção Brasil 247 no portal Global Times</a>.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250911200944_449f2b3777c3215ff81bca5e9b1681e28414dc659386f5bd0d973cdf9cf462a5.png" data-media-id="editor_4" data-image-id="20250911200944_449f2b3777c3215ff81bca5e9b1681e28414dc659386f5bd0d973cdf9cf462a5" data-rendition-name="original" width="2116" height="1140" loading="lazy" alt="Reunião entre Brasil 247 e Global Times em Beijing"><figcaption>Reunião entre Brasil 247 e Global Times em Beijing(Photo: Global Times)</figcaption></figure>  <h2>Decisão estratégica para 2026</h2> Um dos pontos centrais definidos no encontro desta quarta-feira foi a realização de uma grande cúpula Brasil-China no primeiro semestre de 2026, provavelmente em maio, nas cidades de Beijing e Xangai.&nbsp; O evento deve reunir intelectuais, acadêmicos, empresários e lideranças políticas dos dois países, com o objetivo de ampliar o debate sobre o futuro da relação bilateral em um contexto de fortalecimento do mundo multipolar e do Sul Global, assim como da Iniciativa de Governança Global lançada pelo presidente Xi Jinping, durante a recente cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai (OCX), na cidade de Tianjin.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250911200944_18e6600dd4bbada9cc56fb14301824dab493d746cc62b8a607ae818a2dac816f.png" data-media-id="editor_5" data-image-id="20250911200944_18e6600dd4bbada9cc56fb14301824dab493d746cc62b8a607ae818a2dac816f" data-rendition-name="original" width="1736" height="1132" loading="lazy" alt="Leonardo Attuch exibe uma charge de Carlos Latuff, cartunista do Brasil 247 e do Global Times, na redação do jornal chinês"><figcaption>Leonardo Attuch exibe uma charge de Carlos Latuff, cartunista do Brasil 247 e do Global Times, na redação do jornal chinês(Photo: Global Times)</figcaption></figure>  <h2>Declarações dos líderes</h2> Para Leonardo Attuch, o momento é histórico para o jornalismo brasileiro e para o Brasil 247: <blockquote>“Este é um dos momentos mais importantes da história do Brasil 247 porque a cooperação editorial é essencial para a compreensão mútua, para o fortalecimento das relações bilaterais e para a consolidação do mundo multipolar”, afirmou.</blockquote> O presidente do Global Times, Fan Zhengwei, ressaltou o caráter fraterno da parceria, destacando a importância da confiança e da sintonia entre as duas organizações: <blockquote>“Há um senso de família entre Brasil 247 e Global Times e laços como esses fazem todo esforço valer a pena”, disse.</blockquote> <h2> </h2> <h2>Fortalecimento do diálogo global</h2> A consolidação dessa aliança entre um veículo de comunicação brasileiro e um dos mais influentes jornais da China amplia as pontes de diálogo entre países do Sul Global e fortalece o papel do jornalismo na construção de um mundo mais equilibrado, plural, cooperativo e voltado à construção da paz mundial.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250911200948_54b8eec5f79f8fb98ddf9c76f1cb1a9c13cac4aa01b09a7b921d5bd3f45a9f3b.png" data-media-id="editor_6" data-image-id="20250911200948_54b8eec5f79f8fb98ddf9c76f1cb1a9c13cac4aa01b09a7b921d5bd3f45a9f3b" data-rendition-name="original" width="2104" height="1318" loading="lazy" alt="Leonardo Attuch considera a parceria com o Global Times o ponto mais alto de sua carreira de 31 anos como jornalista profissional"><figcaption>Leonardo Attuch considera a parceria com o Global Times o ponto mais alto de sua carreira de 31 anos como jornalista profissional(Photo: Global Times)</figcaption></figure>

Fan Zhengwei, presidente do Global Times, e Leonardo Attuch, fundador e editor-responsável do Brasil 247

Brasil 247 e Global Times aprofundam cooperação editorial

247 – A cooperação entre as mídias do Sul Global foi o eixo central da conferência on-line promovida pelo grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte, em celebração ao Dia Internacional da Solidariedade ao Jornalista. O encontro reuniu jornalistas de diferentes continentes e destacou a necessidade de fortalecer a integração entre veículos para enfrentar crises globais e combater estereótipos.
Participando do evento, Leonardo Attuch, fundador e editor-chefe do Brasil 247, enfatizou o papel da imprensa na construção de uma narrativa mais justa e plural no cenário internacional. “Precisamos aprofundar a colaboração entre os países do Sul Global, ou a Maioria Global, para garantir que nossas vozes e perspectivas sejam melhor representadas na mídia internacional. A mídia tem um papel central no desmantelamento de estereótipos e na promoção do entendimento mútuo”, afirmou Attuch.
Segundo ele, é urgente enfrentar as narrativas negativas que estimulam preconceitos e intolerância. Nesse contexto, destacou a necessidade de combater a russofobia, que, em suas palavras, “fomenta hostilidade e mina a cooperação internacional construtiva”. Attuch também sublinhou que a russofobia tem sido instrumentalizada pelos países ocidentais para justificar o conflito em curso na Ucrânia, distorcendo percepções e alimentando divisões.
<h2>Cooperação e inovação como resposta aos desafios globais</h2>
Em sua intervenção, Attuch também condenou o assassinato deliberado de jornalistas em Gaza pelo governo de Israel e destacou pontos estratégicos para ampliar a cooperação entre veículos independentes e de países do Sul Global. Entre eles, a necessidade de:
<ul>
 <li>&nbsp;Fortalecer a cooperação Sul-Sul, garantindo maior representatividade nas narrativas internacionais;</li>
 <li>&nbsp;Aproveitar a inteligência artificial para a inovação no jornalismo, preservando a independência e a diversidade editorial;</li>
 <li>&nbsp;Promover entrevistas internacionais, ampliando o alcance do diálogo entre culturas e idiomas;</li>
 <li>&nbsp;Combater o preconceito e a discriminação, reduzindo estigmas que alimentam divisões e conflitos.</li>
</ul>
“O momento exige que iniciemos um enfrentamento firme contra a russofobia, que distorce percepções, fomenta hostilidade e prejudica a cooperação internacional”, destacou o editor do Brasil 247.
<h2>Vozes globais pela integração midiática</h2>
Além de Leonardo Attuch, a conferência contou com a participação de Rishab Gulati, diretor da News X (Índia); Omid Hussein Ali, correspondente da Agência de Informação do Iraque; Jata Kazondu, diretor-executivo da Agência de Informação da Namíbia; e Vasily Pushkov, diretor de cooperação internacional do Rossiya Segodnya.
O encontro reforçou a percepção de que a mídia mundial atravessa uma fase de múltiplos desafios, sendo necessário um esforço conjunto para criar um ambiente informativo mais inclusivo e democrático. “Juntos, temos a oportunidade de criar um cenário midiático mais diverso e verdadeiramente internacional”, concluiu Attuch em sua intervenção.

Leonardo Attuch participa de conferência da Sputnik

Leonardo Attuch defende o combate à russofobia em evento internacional promovido pela Sputnik

Por Leonardo Attuch, de Kunming, Yunnan, China – De 5 a 9 de setembro de 2025, cerca de 500 representantes de 260 veículos de comunicação, think tanks, governos e organizações internacionais de 110 países reuniram-se na cidade de Kunming, na província de Yunnan, na China, para o Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global 2025.&nbsp;
O encontro resultou no chamado “Consenso de Yunnan”, documento que afirma a unidade do Sul Global diante de crises internacionais e reforça a defesa de uma ordem mundial mais justa e multipolar.
O fórum ocorreu sob o tema “Unir forças do Sul para enfrentar as transformações globais” e teve como foco o papel das mídias e dos centros de pesquisa na amplificação das vozes do Sul Global, na construção de consensos e na promoção de cooperação entre os países.
<h2>Defesa da paz e crítica à hegemonia</h2>
O Consenso destaca que os países do Sul Global, historicamente comprometidos com a paz e a segurança, devem intensificar sua presença na governança mundial. O texto rejeita o unilateralismo e a hegemonia, conclamando à união contra divisões artificiais e ao fortalecimento do verdadeiro multilateralismo.
Em uma mensagem clara contra o domínio das potências ocidentais, o documento defende que a ordem internacional seja reconstruída sobre bases “mais justas e equitativas”, pautadas em cooperação e não em confrontos.
<h2>Modernização e desenvolvimento sustentável</h2>
Outro ponto central é a modernização inclusiva como objetivo comum. O Consenso exorta os países a priorizarem a redução da pobreza, a industrialização, a modernização agrícola e o desenvolvimento verde e sustentável.&nbsp;
Os participantes também destacaram a importância de narrar experiências de integração econômica e prosperidade compartilhada como forma de romper com o discurso único imposto pelo Norte Global.
<h2>Civilizações e inteligência artificial</h2>
O documento ressalta ainda o papel das ricas tradições culturais do Sul Global no diálogo entre civilizações. Propõe iniciativas como o “Programa de Turismo em Patrimônios da Humanidade” e defende o respeito à diversidade cultural como antídoto contra a homogeneização imposta por modelos dominantes.
Por fim, aborda os riscos e oportunidades trazidos pela inteligência artificial, defendendo que o Sul Global utilize as novas tecnologias para reduzir desigualdades, sempre com base na ética jornalística e na transmissão de informações verdadeiras e justas.
<h2>Força coletiva</h2>
Ao concluir, o Consenso de Yunnan enfatiza que o Sul Global deve consolidar sua voz como força estável de paz, central no desenvolvimento aberto, construtiva na governança global e promotora do intercâmbio entre civilizações.
<h2>Conheça a Íntegra do Consenso de Yunnan</h2>
<h2>Consenso de Yunnan do Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global</h2>
Setembro de 2025
De 5 a 9 de setembro de 2025, o Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global 2025 foi realizado na província de Yunnan, na China, reunindo cerca de 500 representantes de mais de 260 veículos de comunicação, think tanks e instituições governamentais de 110 países e regiões, além de organizações internacionais e regionais.Sob o tema “Unir forças do Sul para enfrentar as transformações globais”, o Fórum promoveu amplos diálogos e discussões aprofundadas.&nbsp;
Os participantes exploraram formas de fortalecer o papel da mídia e dos think tanks na união do Sul Global, na amplificação de sua voz, no aprofundamento da cooperação, na promoção do intercâmbio entre civilizações e no avanço da construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.
<h3>Defesa da paz e da segurança</h3>
Consideramos que os países do Sul Global têm defendido há muito tempo a paz e a segurança, tornando-se uma força construtiva indispensável na comunidade internacional.&nbsp;
Mídias e think tanks do Sul Global devem exercer plenamente seu papel de pontes, consolidar amplamente consensos, erguer a voz da justiça e contribuir com sabedoria e força para ampliar a representatividade e o poder de fala do Sul Global na governança mundial, bem como para promover a paz e a estabilidade globais.
<h3>Verdadeiro multilateralismo</h3>
Acreditamos que defender o verdadeiro multilateralismo e aperfeiçoar a governança global está de acordo com os interesses comuns dos países do Sul Global.&nbsp;
Mídias e think tanks devem promover os valores compartilhados da humanidade, apoiar uma visão de governança global baseada em ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios compartilhados, e emitir o forte chamado de nossa era: unidade e não divisão, cooperação e não confronto, justiça e não hegemonia. Juntos, devemos impulsionar a ordem internacional rumo a uma direção mais justa e equitativa.
<h3>Modernização como objetivo comum</h3>
Acreditamos que a modernização é uma aspiração compartilhada pelos países do Sul Global. Diante de transformações sem precedentes em um século, mídias e think tanks — como forças importantes no desenvolvimento e revitalização — devem se concentrar em temas como redução da pobreza, industrialização, modernização agrícola e desenvolvimento verde e sustentável.
Devem também narrar de forma vívida as histórias de integração econômica, crescimento interconectado e prosperidade compartilhada, contribuindo para o desenvolvimento das nações e avançando juntos no caminho da modernização.
<h3>Intercâmbio entre civilizações</h3>
Consideramos que os países do Sul Global, com suas longas tradições históricas e rica herança cultural, oferecem vasto espaço para a troca e o aprendizado mútuo entre civilizações mundiais.&nbsp;
As mídias e os think tanks devem conjuntamente defender o respeito à diversidade civilizacional, cumprir melhor as responsabilidades de preservar a continuidade cultural, difundir valores e promover intercâmbios.&nbsp;
Devem apoiar iniciativas como o “Programa de Turismo em Patrimônios da Humanidade”, incentivar a coexistência inclusiva entre diferentes civilizações e fomentar maior compreensão e proximidade entre os povos.
<h3>Inteligência artificial e inovação midiática</h3>
Reconhecemos que o rápido desenvolvimento da inteligência artificial oferece novas oportunidades de progresso aos países do Sul Global, mas também traz riscos e desafios imprevisíveis.&nbsp;
As mídias e os think tanks devem utilizar de forma eficaz as novas tecnologias de informação para construir um modelo de desenvolvimento no qual humanos e tecnologia avancem juntos, impulsionando a transformação dos métodos de comunicação.
Devem contribuir para reduzir o fosso tecnológico global, ao mesmo tempo em que mantêm a ética jornalística e os padrões profissionais, transmitindo informações verdadeiras, objetivas, completas e justas. Assim, poderemos trilhar juntos um futuro inteligente para a inovação e o desenvolvimento da mídia.
<h3>Missão do Fórum</h3>
Acreditamos que esta edição do Fórum contribuirá para que os países do Sul Global consolidem ainda mais consensos, aprofundem a cooperação prática em áreas como capacitação de pessoal, reportagens conjuntas e aplicação da inteligência artificial, unindo vozes para amplificar o “som do Sul”, demonstrar a “responsabilidade do Sul” e fazer do Sul Global uma força estável na manutenção da paz, uma força central na promoção do desenvolvimento aberto, uma força construtiva na governança global e uma força promotora no intercâmbio de civilizações.
Este Fórum foi organizado conjuntamente pela Agência de Notícias Xinhua, pelo Comitê Provincial do Partido de Yunnan e pelo Governo Popular da Província de Yunnan.

Leonardo Attuch

Consenso de Kunming é divulgado no Fórum de Mídia e Think Tanks de 2025

Consenso de Yunnan une mídias do Sul Global contra hegemonias e por nova ordem mundial

247 – O Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global 2025 foi aberto neste sábado (6) em Kunming, no sudoeste da China, reunindo mais de 500 representantes de 260 instituições de 110 países. Organizado pela agência Xinhua, o encontro tem como tema “Empoderar o Sul Global, navegando as mudanças globais” e busca fortalecer a cooperação entre veículos de comunicação e centros de pesquisa do mundo em desenvolvimento.
Em sua intervenção, o jornalista Leonardo Attuch, editor-responsável do Brasil 247, afirmou que a cooperação midiática entre países do Sul Global é fundamental para garantir a paz mundial e a construção de uma ordem internacional mais justa e equilibrada. Ele ressaltou que narrativas justas e plurais são sementes da paz em um mundo ameaçado pela desinformação e pelo unilateralismo.
<h2>Kunming, símbolo do diálogo de civilizações</h2>
Attuch destacou a escolha de Kunming como sede do encontro, lembrando que a cidade foi ponto central da rota da seda e palco de um extraordinário diálogo de civilizações:
<blockquote>&nbsp;“Foi aqui que o budismo indiano se encontrou com o taoísmo chinês, dando origem ao Chan, tradição espiritual que mais tarde se transformou no Zen e chegou ao Brasil. Esse percurso mostra que, quando as civilizações se encontram, não apenas coexistem, mas geram algo novo e transformador.”</blockquote>
O jornalista também lembrou que essa herança cultural compõe o mosaico da sociedade brasileira, marcada pela diversidade e pela convivência de tradições.
<h3>O papel da mídia do Sul Global</h3>
Diante das tensões internacionais, Attuch defendeu que a mídia do Sul Global assuma uma responsabilidade histórica:
<blockquote>&nbsp;“Trata-se de garantir que as vozes dos nossos povos sejam ouvidas com dignidade. Ao fortalecer os laços entre nossos veículos de comunicação , estamos construindo a infraestrutura de uma narrativa global mais justa e equilibrada.”</blockquote>
Ele estruturou sua proposta em três princípios fundamentais:
<ol>
 <li>&nbsp;O diálogo entre civilizações, porque a diversidade é a maior riqueza da humanidade;</li>
 <li>&nbsp;O desenvolvimento pacífico, porque nenhuma prosperidade duradoura pode nascer da destruição;</li>
 <li>&nbsp;A multipolaridade, porque um mundo justo não pode girar em torno de um único centro de poder.</li>
</ol>
Attuch lembrou que o Brasil, sob a liderança do presidente Lula, tem contribuído para essa construção, como ficou evidente na recente cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro.
<h3>Integração e futuro</h3>
O fórum em Kunming sucede a primeira edição, realizada em São Paulo em 2024, que resultou na Declaração de São Paulo, em defesa dos interesses comuns do Sul Global. Nesta edição, além de debates sobre paz e desenvolvimento, foram lançados o Consenso de Yunnan e a Rede de Parceria de Comunicação Conjunta do Sul Global, que reúne mais de 1.000 instituições de 95 países.
Em suas palavras finais, Attuch enfatizou a necessidade de união em torno da paz:
<blockquote>“Vamos trabalhar juntos para que o mundo escolha a paz em vez da guerra, a cooperação em vez da confrontação, a unidade em vez da divisão.”</blockquote>

Leonardo Attuch discursa no Fórum de Mídia do Sul Global

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