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Venezuela estende projetos de petróleo com a Rússia até 2041

Assembleia venezuelana amplia por 15 anos as joint ventures da PDVSA com a estatal russa Roszarubezhneft

Putin e Maduro em Moscou 25/9/2019 Sputnik/Alexei Druzhinin/Kremlin via REUTERS (Foto: Sputnik/Alexei Druzhinin/Kremlin via REUTERS)

247 – A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou a prorrogação de projetos petrolíferos com a Rússia, consolidando uma parceria estratégica que se estenderá até 2041. As informações foram publicadas pelo Sputnik International, fonte original da notícia.

Segundo o parlamento venezuelano, a medida renova por 15 anos a operação das empresas mistas constituídas entre a estatal PDVSA e a companhia russa Roszarubezhneft, responsáveis pela exploração dos campos Boquerón e Petroperijá.

Extensão das operações e papel da Rússia na produção venezuelana

De acordo com o comunicado, “uma sessão plenária da Assembleia Nacional aprovou uma extensão de 15 anos para a operação das joint ventures Boquerón e Petroperijá, para continuar a produção de petróleo de 2026 a 2041”.

Hoglis Jesús Martínez Núñez, diretor-presidente da subsidiária russa da PDVSA, lembrou em declaração de junho de 2024 que a participação da Rússia na produção de petróleo venezuelano alcançava 12%.

A renovação reforça a presença russa no setor energético venezuelano em meio ao cenário de sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados — medida criticada de forma recorrente por Caracas e Moscou.

Parceria estratégica formalizada entre Putin e Maduro

Antes da aprovação legislativa, o presidente russo Vladimir Putin havia assinado a lei que ratifica o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação com a Venezuela. O decreto foi publicado no portal oficial de informações jurídicas da Rússia.

O pacto foi selado em 7 de maio, durante encontro em Moscou entre Putin e o presidente venezuelano Nicolás Maduro. Segundo o texto, o acordo amplia a cooperação em setores econômicos e estratégicos, como energia, mineração e área militar, e reforça o alinhamento político entre os dois países.

Rejeição a sanções e criação de infraestrutura financeira independente

O documento estabelece que ambos os governos “opõem-se firmemente a medidas coercitivas unilaterais e restritivas, incluindo aquelas de natureza extraterritorial, que violam a Carta da ONU e normas do direito internacional”.

O acordo também prevê a criação de uma infraestrutura financeira russo-venezuelana independente, reduzindo a vulnerabilidade aos sistemas de pagamentos dominados pelo Ocidente.

Moscou e Caracas afirmam ainda cooperar no combate à falsificação da história do colonialismo e no enfrentamento ao racismo, genocídio e outros crimes — temas que vêm ganhando espaço na diplomacia venezuelana e russa.

Cooperação em controle de armas e estabilidade global

Outro ponto relevante do pacto é o compromisso conjunto em temas relacionados a controle de armas, desarmamento e não proliferação. O objetivo declarado é “contribuir para a estabilidade internacional e para uma segurança indivisível e igual para todos os Estados”.

A ampliação da cooperação ocorre em um momento de tensões geopolíticas crescentes e reforça a aposta da Venezuela em alianças alternativas ao eixo ocidental.

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