Escolhido por Bolsonaro, Flávio é o mais rejeitado do clã, aponta Datafolha
Jair Bolsonaro lidera o ranking de rejeição, mas está inelegível para 2026
247 - Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (6) mostra que a família Bolsonaro enfrenta altos índices de rejeição, revelando um desgaste profundo entre os possíveis herdeiros do bolsonarismo. Segundo a Folha de São Paulo, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), recém-escolhido por Jair Bolsonaro (PL) para disputar a Presidência, aparece como o mais rejeitado do clã entre os que estão na ativa eleitoralmente.
Jair Bolsonaro — hoje preso em Brasília e inelegível após condenação por liderar uma trama golpista — lidera o índice com 45%. Em seguida aparece o presidente Lula, com 44%, e logo abaixo, Flávio Bolsonaro, rejeitado por 38% do eleitorado. O Datafolha ouviu 2.002 pessoas entre 2 e 4 de dezembro, em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais.
O levantamento evidencia que a rejeição se espalha entre os outros integrantes da família. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem 37%, enquanto Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher e cotada para disputar o Senado pelo Distrito Federal em 2026, aparece com 35%. Apesar de serem considerados nomes naturais para mobilizar o eleitorado fiel ao ex-presidente, os números mostram que eles também herdam sua elevada impopularidade.
A situação de Michelle ainda é marcada por tensões internas. A ex-primeira-dama tem travado disputas públicas com os enteados sobre os rumos do PL e sobre quem deve ser apoiado pelo partido nas eleições, o que levou à suspensão do apoio ao ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) na corrida pelo governo do Ceará.
O contraste entre a rejeição da família Bolsonaro e a de outros nomes da direita é evidente. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e preferido do centrão para 2026, tem apenas 20% de rejeição. Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, surgem com 21%, enquanto Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, marca 18%. Após a indicação de Flávio, Caiado afirmou que continua pré-candidato, mas reconheceu que Jair Bolsonaro “tem o direito de buscar viabilizar a candidatura do senador”.
Zema, por sua vez, apoiou publicamente a movimentação. “Quando anunciei minha pré-candidatura ao presidente Bolsonaro ele foi claro: múltiplas candidaturas no primeiro turno ajudam a somar forças no segundo. Então, faz todo sentido o Flávio apresentar seu nome à Presidência. É justo e democrático”, escreveu nas redes sociais.



