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Quaest: 47% dos brasileiros são contra o PL da Dosimetria

Apesar de quase metade da população ser contra a proposta, CCJ do Senado vota hoje o projeto

Manifestação contra o PL da Dosimetria (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

247 - A proposta de alteração na dosimetria das penas, já aprovada pela Câmara dos Deputados e atualmente em discussão no Senado Federal, enfrenta forte resistência da opinião pública. Levantamento recente indica que quase metade dos brasileiros se posiciona contra a redução das punições prevista no projeto, enquanto apenas uma parcela menor manifesta apoio à iniciativa ou defende cortes ainda mais amplos.

Segundo o levantamento, 47% dos entrevistados afirmaram ser contra a redução das penas prevista no projeto aprovado pela Câmara. Já 24% disseram apoiar exatamente a diminuição proposta, enquanto 19% declararam ser favoráveis a reduções ainda maiores. Outros 10% não souberam ou preferiram não responder.

A pesquisa contextualizou a pergunta com um exemplo concreto: caso o Senado aprove o texto nos mesmos termos, a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro poderia ser reduzida de 27 para cerca de 20 anos, e o tempo em regime fechado cairia de seis anos para aproximadamente dois anos e quatro meses. Diante desse cenário, a maioria se posicionou de forma contrária à mudança.

O levantamento também investigou a percepção dos eleitores sobre a motivação da aprovação do projeto. Para 58% dos entrevistados, o PL da Dosimetria teria sido aprovado com o objetivo específico de reduzir a pena de Bolsonaro. Apenas 30% acreditam que a proposta visa diminuir as penas de todos os condenados de forma geral. Outros 12% não souberam ou não responderam.

Além da dosimetria, a Quaest voltou a medir a opinião pública sobre a possibilidade de anistia aos condenados pela tentativa de golpe. Os resultados indicam que a rejeição segue majoritária: 44% dos entrevistados se disseram contrários a qualquer tipo de anistia. Embora esse percentual represente uma leve queda em relação aos 47% registrados em outubro, a variação está dentro da margem de erro da pesquisa.

Entre os que defendem a anistia para todos os condenados, incluindo Bolsonaro, o índice chegou a 36%, um ponto percentual acima do levantamento anterior, também dentro da margem de erro. Já a parcela que apoia uma anistia restrita apenas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro subiu de 8% para 10%.

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