Estadão se soma ao Globo na guerra contra Moraes e diz que ministro ligou seis vezes a Galípolo
Ofensiva midiática contra o ministro se amplia; ele nega ter feito qualquer ligação
247 – A campanha midiática contra o ministro Alexandre de Moraes ganhou novo capítulo, após o jornal Estado de S. Paulo publicar que o magistrado teria telefonado seis vezes no mesmo dia para o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para tratar da operação de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A informação se soma a relatos anteriormente divulgados pela colunista Malu Gaspar, de O Globo, que apontaram contatos fora da agenda entre Moraes e o chefe da autoridade monetária.
Segundo o Estado de S. Paulo, as supostas ligações fariam parte de uma sequência de conversas sobre o negócio, incluindo uma reunião presencial, em meio à análise de uma operação que, conforme o jornal, buscaria evitar o colapso do Banco Master, ligado ao empresário Daniel Vorcaro. O banco foi liquidado pelo Banco Central em 18 de novembro, sob suspeita de fraudes de R$ 12,2 bilhões, de acordo com a reportagem.
O veículo afirma ainda que a intensidade e a frequência dessas conversas colocariam em dúvida as explicações divulgadas oficialmente por Moraes e pelo próprio Banco Central. Em notas públicas, ambos disseram que os contatos teriam relação com os efeitos da chamada Lei Magnitsky, utilizada pelos Estados Unidos como instrumento de sanções.
Na versão apresentada pelo ministro, o conteúdo das conversas estaria restrito aos impactos financeiros e bancários decorrentes dessas medidas. O texto oficial, no entanto, passou a ser confrontado por novas insinuações, agora amplificadas pela entrada de um segundo grande jornal no tema, ampliando a ofensiva política e midiática em torno do magistrado.
Moraes nega e diz que “inexistiu qualquer ligação”
Em resposta, Moraes divulgou uma Nota à Imprensa com negativas categóricas, rejeitando não apenas o conteúdo das reportagens como a própria existência das ligações. Ele afirma: “Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente a aquisição do BRB pelo Banco Master.”
O ministro também rebateu diretamente a versão publicada: “Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto.”
Na mesma nota, Moraes acrescenta que o escritório de advocacia de sua esposa não teve participação no caso: “Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central.”
O que diz o jornal Estado de S. Paulo
De acordo com o relato do jornal, Moraes teria feito contatos insistentes com Galípolo durante o período em que o Banco Central avaliava a operação BRB–Master, descrita como alvo de “divisão interna” no BC. A compra foi anunciada no fim de março e, segundo o texto, teria sido rejeitada posteriormente pela autoridade monetária.
A reportagem também menciona a existência de um contrato de advocacia envolvendo a esposa do ministro e o Banco Master, tema que vem sendo explorado como elemento de suspeição política. O jornal afirma que parlamentares já falam em CPI para investigar o caso, em movimento que reforça o uso político do episódio e alimenta a narrativa de ataque ao ministro.
Lei Magnitsky, sanções e disputa política
As reportagens são publicadas em meio ao ambiente de pressão internacional e conflitos internos. O próprio Moraes sustenta que buscou o presidente do Banco Central para discutir os efeitos da Lei Magnitsky. Na Nota à Imprensa, ele afirma que realizou duas reuniões com Galípolo “para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnistiky”, nos dias 14/08 e 30/09, contextualizando os encontros como resposta às sanções que teriam atingido ele e sua esposa.
A disputa, agora ampliada com a nova publicação, expõe um cenário em que decisões institucionais e tensões políticas são transformadas em munição de desgaste público, com acusações que o ministro afirma serem falsas e que, segundo sua versão, não encontram lastro nos fatos.
A publicação do Estado de S. Paulo reforça a escalada do tema na grande imprensa, em paralelo à tentativa do ministro de conter o impacto político com uma negativa direta e detalhada, que rejeita “qualquer ligação telefônica” e qualquer interferência na operação BRB–Master.



