Planalto deixa claro que Alcolumbre nunca negociou cargos em troca de vaga no STF
Governo Lula vê como naturais as eventuais divergências com o Senado, mas destaca relação republicana
247 – Fontes do Palácio do Planalto ouvidas em caráter reservado afirmam que não há, internamente, qualquer percepção de que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tenha negociado cargos ou emendas em troca de apoio à indicação do ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo essas fontes, a interpretação dentro do governo é a de que o episódio envolve divergências políticas legítimas, e não disputas baseadas em troca de posições na estrutura do Executivo.
O presidente Lula, de acordo com auxiliares próximos, respeita as posições do Senado e considera que enfrentar diferentes visões faz parte da dinâmica institucional entre os Poderes. Integrantes do Planalto ressaltam que, mesmo diante de discordâncias, a relação com o Congresso permanece republicana e pautada pelo diálogo, sem qualquer prática que envolva barganhas de cargos.
Essas mesmas fontes observam que o presidente Lula espera que o impasse provocado pela demora no envio da mensagem de indicação de Jorge Messias seja rapidamente solucionado, de modo a permitir que o Senado cumpra seu papel constitucional na análise e votação do nome proposto.
Divergência legítima na democracia
O presidente da República optou por Messias para ocupar a vaga deixada pelo atual presidente do STF, Luís Roberto Barroso, enquanto Alcolumbre tinha preferência pelo nome do senador Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado – uma divergência normal na democracia.
Para o Planalto, o processo segue dentro do previsto e deve avançar assim que os trâmites formais forem concluídos. A expectativa interna é que a tensão entre Executivo e Senado seja dissipada e que a sabatina ocorra dentro da normalidade institucional. Neste domingo, Alcolumbre divulgou nota sobre a questão, em que criticou o Executivo por supostamente tentar enfraquecer o Senado.



