Votação da indicação de Messias para o STF pode ficar para 2026, diz Jaques Wagner
Líder do governo no Senado aponta tensão com Davi Alcolumbre e agenda cheia como entraves à votação ainda em 2025
247 - O clima no Senado deteriorou-se nas últimas semanas e pode adiar para 2026 a votação da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). A avaliação do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), é que a combinação entre desgaste político e um calendário legislativo congestionado praticamente inviabiliza a análise do nome escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda neste ano.
A avaliação é que o ambiente político foi profundamente afetado pela reação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que teria se sentido preterido por não ser informado antecipadamente sobre a escolha de Messias. Segundo o senador, a situação elevou significativamente o nível de tensão dentro da Casa.
“Há uma tensão muito grande, eu acho que tem que esperar um pouco, esfriar um pouco essa tensão”, declarou o líder do governo em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, de acordo com a coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1.
Calendário apertado trava a agenda
O senador também apontou fatores práticos que dificultam qualquer avanço imediato. Ele lembrou que restam apenas quatro semanas até o encerramento do ano legislativo, previsto para 18 ou 19 de dezembro, período tradicionalmente sobrecarregado com a análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do Orçamento federal. “Eu acho que nós não teremos tempo hábil [...] para votar ainda no mês que se inicia na segunda-feira que vem, que é o mês de dezembro”, afirmou Wagner.
Wagner defende escolha de Lula
Apesar do desgaste político decorrente da decisão presidencial, o líder do governo reiterou apoio à indicação. Ele negou ter dado sinais a outros postulantes ao Supremo, como o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e garantiu que sempre agiu com transparência junto aos colegas. “Eu nunca faltei com a verdade com nenhum deles”, disse o parlamentar, ressaltando que sempre percebeu que Lula mantinha “convicção” no nome de Jorge Messias.


