"Fim da linha para Ibaneis-Celina", diz Cappelli, após prisão de Vorcaro
Pré-candidato ao governo do DF, Ricardo Cappelli diz que "operações preparatórias" entre BRB e Master “ainda vão feder muito”
247 - A liquidação extrajudicial do Banco Master e a prisão de seu controlador, Daniel Vorcaro, intensificaram a crise no sistema financeiro e provocaram forte reação política. Em publicações nas redes sociais, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pré-candidato ao governo do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou que as movimentações envolvendo a instituição “ainda vão feder muito” e apontou para um rombo bilionário relacionado a operações com o Banco de Brasília (BRB).
As declarações de Cappelli foram divulgadas nas redes sociais e se somam às informações tornadas públicas nesta terça-feira (18) sobre a atuação da Polícia Federal e do Banco Central. Ele atribuiu responsabilidade política ao governador Ibaneis Rocha (MDB) e à vice-governadora Celina Leão (PP), que também deve concorrer ao Palácio do Buriti em 2026.
“Tentaram empurrar o peixe podre para a conta do povo de Brasília. Um crime contra o Distrito Federal. Mas ainda há muito a ser apurado nas ‘operações preparatórias’ entre o BRB e o Master. Esse peixe ainda vai feder muito. Parabéns ao Banco Central!”, escreveu. Em outra postagem, reforçou que “tudo indica que nas ‘operações preparatórias’ entre o BRB e o Master há um rombo bilionário, lesando o sistema financeiro nacional e o povo do DF. Será necessária uma intervenção no BRB. Fim da linha pra dupla Ibaneis-Celina. Parabéns à Polícia Federal!”.
A reação ocorre após a Polícia Federal cumprir mandado de prisão contra Daniel Vorcaro, detido em sua residência no Jardim Europa, em São Paulo. A ordem foi expedida pela Justiça Federal de Brasília e faz parte de uma operação que executa outras determinações judiciais relacionadas às atividades do Banco Master. A detenção acontece em meio a sinais crescentes de instabilidade na instituição.
O episódio ganhou contornos mais graves menos de 24 horas depois da tentativa de venda do Banco Master ao grupo Fictor. A negociação surpreendeu o mercado pela falta de clareza sobre a capacidade financeira e reputacional do suposto comprador, desconhecido entre agentes da Faria Lima. Analistas e investidores viram na operação uma manobra para ganhar tempo diante da pressão regulatória, avaliação que colocou ainda mais desconfiança sobre a situação do banco.
Com a decretação da liquidação extrajudicial, o Banco Central interrompeu qualquer perspectiva de avanço na negociação anunciada. A decisão atinge também a Master SA Corretora de Câmbio, que entrou no mesmo regime. A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada como liquidante e assume a condução administrativa e operacional de todo o processo.
A escalada dos acontecimentos reforçou a cobrança de apuração completa sobre as operações que antecederam o colapso do Banco Master, especialmente aquelas envolvendo o BRB. A pressão política e institucional tende a aumentar conforme se aprofundam as investigações e se revelam as consequências financeiras do caso.


