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    Hugo Motta critica Lula por falar para "bolha" e diz que pautas contra o STF na Câmara são reação a "exageros" da Corte

    Novo presidente da Câmara ainda diz que o governo Lula tem “vacilado” na economia e promete maior apoio à agenda de Haddad

    Hugo Motta e Lula (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a postura do presidente Lula (PT) em relação ao discurso político e à condução da economia. Em entrevista ao jornal O Globo, Motta afirmou que o presidente "não pode ficar refém de ideologias" e que seu governo precisa tomar decisões mais pragmáticas. O parlamentar também detalhou sua proposta ao Supremo Tribunal Federal (STF) para destravar as emendas parlamentares que estão suspensas, sugerindo que as regras de transparência que valeriam a partir de 2025 sejam aplicadas ao que foi indicado e empenhado em 2024.

    A entrevista revela as prioridades e os desafios do novo comando da Câmara, que terá que equilibrar pautas de grande impacto, como a anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro, a transparência dos três Poderes e a regulação das redes sociais. Hugo Motta demonstrou resistência a medidas que poderiam enfraquecer o Legislativo frente ao STF, afirmando que "o Congresso jamais se ajoelhará" ao Supremo. Ele argumenta que as propostas que limitam o poder da Corte são uma reação a "exageros" das decisões do Judiciário nos últimos anos.

    Emendas e articulação com o STF - Sobre o bloqueio das emendas parlamentares, Motta defendeu que a transparência seja a solução para o impasse. Ele disse ter sentido "interesse" de ministros do STF em resolver a questão e ressaltou que a governabilidade do Executivo está diretamente ligada à liberação de recursos. "Os deputados precisam das emendas para justificar apoio a pautas difíceis", pontuou.

    Motta também rebateu críticas sobre a distribuição de recursos. Questionado sobre ter enviado R$ 10 milhões para Patos, cidade onde seu pai é prefeito, ele afirmou que "se quer indicar recursos ao Orçamento, tem de se filiar a um partido, se candidatar e se eleger".

    Conflito com o STF e regulação das redes - O novo presidente da Câmara manifestou desconforto com iniciativas do Supremo e do Executivo que limitam a autonomia do Congresso. "É natural pelo nível de tensão que tivemos nos últimos anos. O Legislativo jamais se ajoelhará ao Supremo", disse. Para ele, as pautas que questionam decisões da Corte são uma resposta a intervenções consideradas "exageradas" por parlamentares.

    Sobre o Marco Civil da Internet, em julgamento pelo STF, ele criticou a interferência da Corte. "Não estamos obrigados a legislar sobre qualquer tema no momento em que é trazido pela sociedade. A Casa pode entender que não é prioridade", afirmou. Ele garantiu que a regulação da Inteligência Artificial será uma prioridade e será discutida em breve no plenário.

    Críticas à condução econômica do governo - A condução da economia também foi alvo de críticas de Motta, que afirmou que o governo Lula "tem vacilado" e tomado decisões que geram instabilidade. Para ele, a dificuldade do Executivo em reduzir gastos é um problema crônico. "Passamos dois anos ajudando com projetos que elevaram a arrecadação. Mas o problema não está apenas na arrecadação, mas na responsabilidade com os gastos públicos", alertou.

    Motta também demonstrou ceticismo quanto à isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil sem um planejamento que compense a perda de arrecadação. "Quem não quer aprovar isenção? Mas qual será a consequência? Vai trazer mais estabilidade fiscal?" questionou.

    O presidente do Republicanos também criticou a insistência do governo em pautas que não possuem apoio majoritário. "Não adianta Lula fazer o que Bolsonaro fez e ficar o tempo todo falando para uma bolha que o faz errar", afirmou.

    Hugo Motta ainda elogiou a agenda econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), mas afirmou que ele "fica vencido na decisão política tomada pelos ministros do Palácio e, claro, pelo presidente".

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