Natália Szermeta, esposa de Boulos, anuncia pré-candidatura à Câmara
Advogada e dirigente do Psol defende reeleição de Lula e critica atuação do Congresso
247 - Natália Szermeta Boulos anunciou nesta segunda-feira (15) sua pré-candidatura à Câmara dos Deputados nas eleições do próximo ano. Advogada, secretária de organização do Psol e militante histórica de movimentos sociais, ela entra na disputa em meio a um processo de reorganização do partido em São Paulo, após a saída de Guilherme Boulos da arena eleitoral direta para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República.
Segundo O Globo, estão em andamento as articulações internas da sigla e o acordo construído com movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), para viabilizar a candidatura de Natalia ao Legislativo federal.
Articulação com movimentos sociais
Em manifestação pública nas redes sociais, Natalia destacou o que considera serem os principais desafios do próximo ciclo político. “No próximo ano temos duas importantes tarefas: reeleger o presidente Lula e mudar o Congresso Nacional que hoje se comporta como inimigo do povo”, escreveu. A declaração sintetiza o tom político que deve marcar sua campanha e reforça o alinhamento com o governo federal.
Com mais de 20 anos de atuação militante, a pré-candidata também ressaltou sua trajetória vinculada à organização popular. “Eu tenho uma longa trajetória de luta, dediquei mais de 20 anos da minha vida construindo na ponta, com o pé no barro, o que eu acredito: a organização popular”, afirmou, ao anunciar a decisão de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Natalia deverá concorrer ao lado da deputada federal Ediane Maria (Psol-SP), que busca o segundo mandato e também foi indicada por movimentos sociais. A composição é vista internamente como uma forma de fortalecer candidaturas com identidade de base e forte conexão territorial.
Estratégia do Psol em São Paulo
O lançamento da pré-candidatura ocorre em um momento sensível para o Psol. A legenda enfrenta os desafios impostos pela cláusula de barreira e trabalha para evitar a redução de sua bancada na Câmara nas eleições de 2026. Para isso, aposta em nomes com visibilidade pública e capacidade de mobilização, especialmente em São Paulo, principal colégio eleitoral do país.
Guilherme Boulos, que foi o deputado federal mais votado do estado em 2022 e o segundo mais votado do país, não estará na disputa. Em 2023, ele concorreu à Prefeitura de São Paulo, obteve 2,1 milhões de votos, mas foi derrotado por Ricardo Nunes (MDB). Sua atuação em defesa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e em oposição a determinadas iniciativas do Congresso, como PEC da Blindagem, o levou ao ministério, afastando-o do pleito de 2026.
Reorganização partidária após saída de Boulos
Com a ausência de Boulos, a deputada Erika Hilton (Psol-SP) desponta como principal aposta do partido para puxar votos em São Paulo. Primeira mulher trans eleita pelo estado para a Câmara, ela ganhou protagonismo nacional com pautas como o fim da escala 6x1. Ao mesmo tempo, o partido avalia a sucessão de nomes históricos, como Luiza Erundina, de 91 anos, e Ivan Valente, de 79, que lançará Juliano Medeiros como sucessor.
Dentro desse cenário, a candidatura de Natália Szermeta é vista como estratégica para preservar a identidade política do PSOL e manter o diálogo com setores ligados ao MTST, movimento que marcou o início da trajetória política de Guilherme Boulos. A expectativa interna é que essa base contribua para sustentar o desempenho eleitoral do partido em um pleito considerado decisivo para seu futuro institucional.



