CVM torna diretor da Azul réu por distorção de dados financeiros
Órgão concluiu que o executivo divulgou projeções distorcidas sobre a situação financeira da companhia
247 - Um processo conduzido pela Comissão de Valores Mobiliários concluiu que o diretor-executivo da Azul, John Peter Rodgerson, divulgou ao mercado informações distorcidas sobre a saúde financeira da empresa. Segundo o Metrópoles, o executivo concedeu entrevistas em outubro de 2024 nas quais estimou uma receita de R$ 20 bilhões para o ano e citou “possibilidade de geração de R$ 1 bilhão em receitas adicionais em 2025” a partir de um novo plano estratégico. As declarações foram feitas num momento em que a Azul tentava transmitir confiança a investidores e buscava viabilizar uma fusão com a GOL.
Declarações motivaram desconfiança no mercado
Apesar do discurso público, meses depois das entrevistas a companhia ingressou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, acentuando questionamentos sobre a solidez financeira da empresa. As projeções divulgadas por Rodgerson passaram a ser analisadas pela autarquia, que identificou inconsistências relevantes nas comunicações feitas ao mercado.
Tentativa de fusão com a GOL expôs inconsistências
A apuração também revelou que a fusão planejada entre Azul e GOL não avançou porque a GOL encontrou divergências no balanço da concorrente durante o processo de due diligence. As inconsistências teriam contribuído para ampliar as dúvidas sobre a credibilidade das projeções divulgadas pela direção da Azul.
Vice-presidente financeiro também é investigado
Ainda conforme a reportagem, o vice-presidente de finanças, Alexandre Malfitani, também foi denunciado pela Superintendência de Relações com Empresas, responsável por conduzir a investigação técnica.
CVM mantém sigilo sobre detalhes do processo
Procurada pela reportagem, a autarquia afirmou que não comenta casos específicos. “O assunto objeto de sua demanda está sendo analisado no âmbito do processo 19957.015900/2025 – 47. A Autarquia não comenta casos específicos”, informou a CVM em nota.



