HOME > Brasília

Crise entre Lula e Congresso favorece anistia, comemora Flávio Bolsonaro

Avaliação é de que o distanciamento fortalece articulação pela anistia do ex-mandatário, condenado a mais de 27 anos de prisão por tramar um golpe

O senador Flávio Bolsonaro em entrevista - 16/09/2025 (Foto: Reprodução/X/CNN)

247 - O distanciamento entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os líderes do Congresso voltou a movimentar articulações políticas em Brasília. Segundo a fonte original da notícia, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (25) que a deterioração das relações entre o Planalto e o Legislativo pode reacender o debate sobre uma possível anistia a Jair Bolsonaro (PL), preso preventivamente.

Segundo a coluna Brasília Hoje, da Folha de S. Paulo, o senador avalia que o atual cenário de tensão abre espaço para que aliados intensifiquem negociações destinadas a reverter a prisão do ex-mandatário, detido na última semana após tentar romper, com um ferro de solda, a tornozeleira eletrônica que o monitorava. Condenado a 27 anos de prisão na ação da trama golpista, Jair Bolsonaro aguardava o início do cumprimento da pena.

Tensão entre Poderes cria ambiente favorável à anistia

 Flávio Bolsonaro, que se tornou o principal porta-voz político da família após a prisão do pai, foi questionado por jornalistas no Senado sobre o impacto da crise entre o governo e o Congresso. Ao comentar a possibilidade de avanço da anistia, respondeu que "oode sim [favorecer a anistia]".

O senador disse também que já houve conversas com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e que as negociações estão em andamento. Segundo ele, Jair Bolsonaro deixou orientações políticas antes de ser preso, indicando alianças que seu grupo deve construir para as eleições do próximo ano.

Flávio Bolsonaro assume protagonismo após prisão do pai

 A crise institucional é vista por aliados do ex-presidente como uma oportunidade para impulsionar o projeto de anistia. Flávio Bolsonaro passou a ocupar o centro das articulações, conversando com diferentes lideranças do Congresso em busca de apoio.

A tensão entre o núcleo do governo Lula e a presidência da Câmara se agravou durante a tramitação do projeto de lei antifacção. O Planalto trabalhava em uma proposta própria, mas Hugo Motta (Republicanos-PB) escolheu como relator o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança Pública de São Paulo e um dos principais nomes da oposição.

Crise em torno do projeto antifacção agrava ruídos no Congresso

 A escolha de Motta irritou governistas e aprofundou o desgaste entre o presidente da Câmara e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ). O rompimento entre ambos marcou o ponto mais tenso da disputa.

No Senado, onde Lula vinha encontrando maior estabilidade política, o cenário também mudou. O presidente anunciou na última semana a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no STF, decisão que desagradou Alcolumbre e aliados, que defendiam o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Artigos Relacionados