<p><b>247</b> - O Brasil reúne condições únicas para ocupar uma posição central no mercado mundial de terras raras, insumos essenciais para a transição energética e para a indústria de alta tecnologia. A avaliação é do professor Sérgio Michielon, coordenador do recém-criado INCT Matéria, que reúne 15 instituições nacionais dedicadas ao desenvolvimento de materiais avançados.</p>
<p>Segundo a Agência Gov, &nbsp;o país possui a segunda maior reserva global desses 17 elementos químicos estratégicos, atrás apenas da China. Michielon afirma que transformar essa vantagem geológica em soberania tecnológica depende de uma política pública estruturada, ampliação de investimentos e mecanismos que permitam o acesso das instituições de pesquisa às amostras minerais.</p>
<p>“Os materiais de terras raras representam apenas 1% do valor total de um celular. Pode parecer pouco, mas sem esse 1% não existiria o aparelho. Isso significa que as terras raras não estão no centro do debate por seu potencial financeiro, mas sim pelo seu valor estratégico”, explica o pesquisador, que também é professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).</p>
<h2><b>Desafios para transformar potencial em riqueza</b></h2>
<p>O INCT Matéria, coordenado por Michielon, atua em toda a cadeia produtiva — da extração ao desenvolvimento de tecnologias aplicadas, passando pela reciclagem de materiais. O pesquisador destaca que o Brasil reúne matéria-prima, produção acadêmica relevante e especialistas capacitados, mas enfrenta entraves que impedem o avanço do setor.</p>
<p>“O Brasil tem a matéria-prima e o conhecimento, mas ainda faltam investimentos e a criação de uma política pública específica. Precisamos criar o ecossistema para transformar nosso potencial em riqueza e inovação”, afirma.</p>
<p>Um dos obstáculos é o acesso limitado de universidades e centros de pesquisa às amostras produzidas pela mineração. Segundo ele, rejeitos industriais frequentemente contêm altas concentrações de terras raras, mas pesquisadores têm dificuldade para obtê-los. “Isso é algo que teria de ser resolvido no âmbito da legislação”, observa.</p>
<h2><b>Formação de especialistas e retenção de talentos</b></h2>
<p>O pesquisador também chama atenção para a necessidade de formar mão de obra qualificada e, sobretudo, manter esses profissionais no país. O INCT Matéria integra duas instituições de ensino técnico com o objetivo de inspirar novos talentos e criar continuidade científica.</p>
<p>“É algo importante por ajudar a inspirar as novas gerações a se interessarem por esse tema, que é o que garante sustentabilidade ao longo das décadas”, diz. Ele alerta, porém, que apenas formar especialistas não resolve o problema. “Hoje, o país investe alto na formação do profissional, mas ele vai para o exterior por não encontrar mercado no Brasil. Ou seja, a empresa estrangeira recebe de graça um profissional altamente qualificado custeado por nós. Precisamos criar condições que permitam a essas pessoas construir sua carreira aqui.”</p>
<h2><b>Parcerias que impulsionam a cadeia produtiva</b></h2>
<p>Entre as iniciativas em andamento, Michielon destaca o Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (CIT Senai ITR), criado em Lagoa Santa (MG). Trata-se de um laboratório-fábrica dedicado ao desenvolvimento de ímãs permanentes de alto desempenho — insumos estratégicos para carros elétricos, turbinas eólicas e diversos equipamentos eletrônicos.</p>
<p>O projeto é resultado de uma parceria entre Senai, Fiemg e o consórcio MagBras, formado por 28 empresas, sete institutos de pesquisa e três fundações. “A iniciativa mostra a sinergia necessária entre academia e indústria para fomentar o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional para a fabricação de imãs permanentes de terras raras”, resume Michielon.</p>
<h2><b>Três frentes para estruturar a liderança brasileira</b></h2>
<p>Com duração prevista de cinco anos, o INCT Matéria organiza sua atuação em três eixos principais:</p>
<ol>
  <li><b>Produção nacional de ímãs de neodímio-ferro-boro</b>, considerados os mais avançados do mercado e indispensáveis para a miniaturização de dispositivos;</li>
  <li><b>Estudos sobre novas propriedades e aplicações</b> dos elementos de terras raras;</li>
  <li><b>Desenvolvimento de rotas metalúrgicas sustentáveis</b> para beneficiamento e concentração dos minérios.<br/>
</li>
</ol>
<p>Um dos focos é a chamada “mineração urbana”, que busca reciclar ímãs descartados, especialmente de produtos como carros elétricos, para evitar o desperdício de recursos estratégicos. “O objetivo é garantir que os recursos minerais de produtos como carros elétricos não sejam desperdiçados no futuro”, afirma o pesquisador.</p>

Otávio Rosso

Com apoio do BNDES, o Brasil avança na exploração sustentável de minerais estratégicos — como lítio, cobre e terras raras — e se posiciona como protagonista global na transição energética e na nova indústria de baixo carbono

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Brasil Soberano

Brasil tem potencial para liderar cadeia global de terras raras

<p><b>247 – </b>O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou em <a href="https://valor.globo.com/google/amp/politica/noticia/2025/11/10/em-meio-a-debate-sobre-seguranca-boulos-aposta-em-eleicao-pautada-por-soberania-e-andar-de-cima.ghtml">entrevista</a> ao jornal Valor Econômico que as eleições de 2026 não serão pautadas pela segurança pública, como aposta a oposição, mas por dois temas centrais: <i>“quem paga a conta”</i> e <i>soberania nacional</i>. Segundo ele, o debate eleitoral deve girar em torno da defesa dos interesses do povo contra o poder dos bilionários.</p>
<blockquote>&nbsp;“Quem está do lado do povo e quem está do lado dos bilionários? Para mim, esses dois temas vão separar o joio do trigo na eleição”, afirmou Boulos, que deve atuar como coordenador informal da campanha pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.</blockquote>
<h2>Crítica à “demagogia do medo e do sangue”</h2>
<p>O ministro reagiu às críticas de que Lula teria cometido um erro ao chamar de “matança” a operação policial nas comunidades da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 120 mortes.</p>
<blockquote>&nbsp;“Dizer que uma operação que matou mais de 120 pessoas não foi uma matança? Então temos que ressignificar a língua portuguesa”, declarou.</blockquote>
<p>Boulos defendeu que o governo não deve se pautar por uma “demagogia do medo e do sangue”, criticando o modelo de segurança pública defendido pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL). Para ele, o combate ao crime deve se concentrar nas lideranças do tráfico e ser feito “com inteligência, não com pirotecnia”.</p>
<blockquote>&nbsp;“Eles querem usar a insegurança da população para fazer política à base do medo. Nós queremos enfrentar de verdade o problema da segurança, pegando o peixe grande”, resumiu.</blockquote>
<h2>Soberania e disputa geopolítica</h2>
<p>Ao abordar a política externa e os riscos de interferência estrangeira, Boulos apontou que a soberania será um eixo central da campanha.</p>
<blockquote>&nbsp;“Temos um ataque à soberania nacional no conjunto da América Latina, até com ameaças militares. Do lado de lá, há quem se esconda debaixo da saia do Donald Trump. Do lado de cá, temos um presidente que defende o Brasil e não aceita ser tratado como colônia”, disse.</blockquote>
<p>O ministro criticou ainda o projeto da oposição que pretende enquadrar o narcotráfico como terrorismo. Segundo ele, a proposta abre brechas para que os Estados Unidos utilizem sua legislação antiterrorismo no território brasileiro.</p>
<blockquote>&nbsp;“Classificar como terrorismo significa dar condições para que os Estados Unidos adotem sua própria lei antiterrorismo aqui. Isso é um consórcio de traição à pátria”, afirmou.</blockquote>
<h2>Aproximação com forças de segurança e trabalhadores de aplicativos</h2>
<p>Boulos revelou que já iniciou diálogos com representantes das forças de segurança, um grupo que, segundo ele, tem sido cooptado pela extrema direita.</p>
<blockquote>&nbsp;“O diálogo com os trabalhadores de segurança é importante, para além da demagogia do sangue. Isso não soluciona nada nem para os trabalhadores nem para a população”, observou.</blockquote>
<p>Em relação aos motoristas e entregadores de aplicativos — outro segmento de resistência ao governo — o ministro informou que está alinhado ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e que ambos vão criar grupos de trabalho para discutir um modelo de regulação que garanta direitos e segurança previdenciária.</p>
<blockquote>&nbsp;“Essas plataformas precisam assumir responsabilidades. A situação delas hoje é muito cômoda. É plenamente possível e necessário que elas arquem com uma parte significativamente maior da alíquota previdenciária”, destacou.</blockquote>
<h2>Diálogo com evangélicos e o programa “Governo na rua”</h2>
<p>Boulos também tem a missão de aproximar o governo de segmentos evangélicos, tradicionalmente associados ao bolsonarismo.</p>
<blockquote>&nbsp;“O pior erro que a esquerda pode cometer é julgar os mais de 40 ou 50 milhões de evangélicos pela régua do Silas Malafaia”, afirmou.</blockquote>
<p>Ele ressaltou que boa parte da população evangélica está nas periferias e que o governo deve dialogar com esse público a partir das políticas sociais.</p>
<blockquote>&nbsp;“O povo evangélico está nas periferias, com uma quantidade expressiva de mulheres negras, tem filhos na escola pública e depende de políticas públicas. O diálogo deve ser no campo social, não moral”, disse.</blockquote>
<p>O ministro anunciou ainda o programa “Governo na rua”, que prevê visitas às periferias das capitais e regiões metropolitanas para escutar diretamente as demandas populares.</p>
<blockquote>“O presidente me pediu para ampliar o processo de participação social indo até as pessoas. Nem todos conseguem vir a Brasília. Nós é que temos que ir até elas”, explicou.</blockquote>

Redação Brasil 247

Brasília (DF) - 29/10/2025 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva partcipa de cerimônia de posse do Secretário-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, realizada no Palácio do Planalto

Poder

Boulos prevê eleição marcada por debate sobre soberania e cobrança ao ‘andar de cima’

<p><b>247 - </b>O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez referência direta ao presidente estadunidense Donald Trump nesta segunda-feira (20), durante o <a href="https://www.brasil247.com/brasil/entenda-como-funciona-o-reforma-casa-brasil-lancado-hoje-pelo-governo-lula">lançamento do programa Reforma Casa Brasil, em Brasília</a>. Ao tratar do tema da soberania nacional, Lula afirmou que o Brasil não se curvou às medidas adotadas por Trump, quando o governo dos Estados Unidos impôs sobretaxas a produtos brasileiros.</p>
<blockquote>&nbsp;“Quando o presidente Trump sobretaxou o Brasil e ofendeu, a gente não abaixou a cabeça, porque, embora a gente não seja tão grande como eles, a gente tem caráter que, muitas vezes, eles não sabem que a gente tem. A gente tem dignidade”, disse Lula. “É isso que faz um país virar nação, que significa soberania nacional. Um país onde o povo não tem casa, educação e comida, não é soberano. Nem de país pode ser chamado.”</blockquote>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560"><p lang="pt" dir="ltr">🇧🇷🇺🇸 Lula diz que Brasil &#39;não abaixou a cabeça&#39; para Trump por ter &#39;caráter&#39; e &#39;dignidade&#39;<br/><br/>O presidente ligou a ideia de &quot;soberania nacional&quot; à garantia de direitos básicos, como moradia, educação, e alimentação. <a href="https://t.co/OnSkMrfXot">pic.twitter.com/OnSkMrfXot</a></p>&mdash; RT Brasil (@rtnoticias_br) <a href="https://twitter.com/rtnoticias_br/status/1980399816229470391?ref_src=twsrc%5Etfw">October 20, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<p>"Para a gente falar de um país de verdade, para falar em democracia, isso tem que estar espelhado no rosto das pessoas, na roupa que elas vestem, na comida que elas comem, na qualidade da educação que elas têm, na qualidade do sapato que elas calçam. Sabe, é isso que dá o sentido de soberania de um país", completou o presidente.&nbsp;</p>
<p>O discurso foi realizado no Palácio do Planalto, durante o lançamento do programa Reforma Casa Brasil, iniciativa que oferece crédito facilitado para reformas e melhorias habitacionais em todo o país.</p>

Guilherme Paladino

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

Brasil

Brasil não abaixou a cabeça a Trump por ter caráter e dignidade, diz Lula

<p><b>247 – </b>A <b>TV Globo</b> encerrou, na noite de sexta-feira (17), o remake de <b>Vale Tudo (2025)</b> com um dos momentos mais politicamente significativos da teledramaturgia recente. Em plena faixa de maior audiência da TV brasileira, a novela exibiu uma cena que exaltou o <b>Sistema Único de Saúde (SUS)</b>, a <b>educação pública</b>, a <b>urna eletrônica</b> e a <b>ciência nacional</b>, confrontando esses avanços com as falhas estruturais dos <b>Estados Unidos</b> nas áreas de saúde, pesquisa e acesso social.</p>
<p>O diálogo entre os personagens <b>Ivan (Renato Góes)</b> e <b>Bartolomeu (Luís Melo)</b> viralizou nas redes sociais e foi interpretado como um raro discurso de soberania nacional veiculado pela emissora.<br/>
Ivan afirma:</p>
<blockquote>&nbsp;“Se você for nos Estados Unidos e quebrar uma perna, se não tiver dinheiro pra pagar a ambulância, você não chega nem no hospital. Custa 400 dólares, 2.400 reais.”</blockquote>
<p>A fala escancara a diferença entre o <b>acesso universal garantido pelo SUS</b> e o sistema de saúde norte-americano, marcado pelo custo elevado e pela exclusão.</p>
<h3>Orgulho nacional e defesa de políticas públicas</h3>
<p>Bartolomeu, como consciência crítica da trama, amplia a reflexão:</p>
<blockquote>&nbsp;“E o nosso sistema bancário? A urna eletrônica? Isso tudo é tecnologia brasileira.”</blockquote>
<p>Ele lembra ainda da <b>pesquisa científica feita no Brasil</b>, da produção de alimentos, da exportação agrícola, do desenvolvimento de tecnologias médicas e de um medicamento fictício que pode reverter paralisia — simbolizando a <b>capacidade da ciência brasileira mesmo sob cortes e descrédito histórico</b>.</p>
<p>O personagem conclui com uma convocação:</p>
<blockquote>&nbsp;“O brasileiro precisa voltar a estudar o Brasil para se orgulhar desse país onde a gente vive. Educação, mais educação. Não dá mais pra gente ser o país do futuro. Tá na hora do Brasil ser o país do presente.”</blockquote>
<h3>Discurso de soberania em horário nobre</h3>
<p>A cena, exibida no <b>último capítulo</b>, alcançou <b>29,8 pontos de audiência</b>, segundo maior índice da novela. Usuários nas redes sociais interpretaram o momento como uma <b>afirmação simbólica do valor das instituições brasileiras</b> — especialmente o SUS, alvo de ataques durante e após a pandemia — e uma crítica direta à romantização dos modelos estrangeiros, sobretudo dos EUA.</p>
<p>Vale Tudo (2025) manteve o tom crítico da obra original de 1988, mas atualizou o debate para temas contemporâneos como <b>fake news, democracia digital, elitismo, educação pública, desigualdade social e o papel do Brasil no mundo</b>.</p>
<h3>Cultura, política e autoestima nacional</h3>
<p>No mesmo capítulo, Bartolomeu recorda que <b>“o Brasil é bom em muita coisa”</b>, citando:</p>
<ul>
  <li>&nbsp;a <b>produção de alimentos e energia limpa</b>,</li>
  <li>&nbsp;a <b>indústria aeronáutica</b>,</li>
  <li>&nbsp;a <b>música, o cinema e a publicidade</b>,</li>
  <li>&nbsp;e o protagonismo de <b>brasileiros nordestinos</b> nesses setores.</li>
</ul>
<p>Ivan responde dizendo que descobriu essas informações ao escrever seu livro dentro da prisão — outro símbolo da novela: <b>a busca pelo conhecimento como instrumento de libertação e identidade nacional</b>.</p>
<h3>Um raro momento de televisão com valor político</h3>
<p>Num país onde a mídia muitas vezes repete narrativas estrangeiras, o final de <b>Vale Tudo</b> foi interpretado como uma <b>defesa do Brasil real</b>, de suas conquistas coletivas e do papel do Estado na promoção de igualdade.<br/>
 Mais do que entretenimento, a cena resgatou a ideia de que <b>soberania é garantir direitos — saúde, voto, educação, ciência e dignidade</b>.</p>

Mídia

Globo encerra Vale Tudo exaltando SUS, educação e soberania nacional em contraste com falhas dos EUA

<p><b>247 - </b>O PT divulgou nesta quinta-feira (16) uma nota em que condena as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que admitiu ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA) na Venezuela. No documento, segundo a <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/politica/pt-condena-fala-de-trump-sobre-operacoes-da-cia-na-venezuela-deploravel/">CNN Brasil</a>, o partido classifica a ação como “inaceitável e deplorável”, reforçando que se trata de uma afronta à soberania venezuelana e uma violação ao direito internacional. Para o PT, as falas de Trump se somam ao cerco militar promovido pelos Estados Unidos nos últimos meses, com o envio de navios de guerra para a costa da Venezuela.</p>
<h2>Denúncia contra violações e ações militares dos EUA</h2>
<p>Na nota, o PT afirma que forças militares estadunidenses estariam praticando execuções sumárias de civis, sem respaldo legal ou investigações. “Trata-se de uma prática inadmissível, sem base legal e sem qualquer processo investigativo”, aponta o texto.</p>
<p>O partido também critica o histórico de ações da CIA na América do Sul, destacando o papel da agência em “patrocinar e articular ações ilegais e desestabilizadoras” que resultaram em golpes de Estado e ditaduras sangrentas no continente.</p>
<h2>Trump e a ameaça de ampliar a ofensiva</h2>
<p>Além das operações secretas, Trump sugeriu que a campanha militar contra Caracas poderia se expandir “por terra”. Para o PT, esse discurso repete práticas autoritárias da Guerra Fria. “Em pleno século XXI, não podemos aceitar a repetição de práticas de um período opressor e sombrio. Não podemos aceitar mais um ataque à soberania na América Latina”, reforça o documento.</p>
<h2>Defesa da autodeterminação dos povos</h2>
<p>Ainda de acordo com a reportagem, o partido conclui reafirmando sua posição de defesa do direito internacional e da autodeterminação. “Somos defensores do Direito Internacional e dos princípios da não ingerência e da autodeterminação dos povos em qualquer parte do mundo”, diz a nota.</p>

Paulo Emilio

Presidente dos EUA, Donald Trump 
07/10/2025


PT critica autorização de Trump para a CIA atuar contra a Venezuela

<p><b>247 – </b>O analista <b>Marco Fernandes</b> publicou no <i>Valdai Discussion Club</i> o artigo <a href="https://valdaiclub.com/a/highlights/the-international-order-is-over-what-now-brazil/"><b>“A ordem internacional acabou! E agora, Brasil?”</b></a>, no qual analisa o colapso da antiga ordem global e os desafios do país diante de um cenário de tensões crescentes entre as grandes potências. O texto examina o impacto das recentes agressões do governo de <b>Donald Trump</b> contra o Brasil e defende a reconstrução de um projeto nacional soberano que una as elites produtivas e os setores populares em torno de um Estado capaz de liderar o desenvolvimento.</p>
<p>Logo no início, Fernandes cita a declaração contundente do diplomata <b>Celso Amorim</b>, assessor especial do presidente <b>Lula</b>, que, em entrevista à televisão brasileira, reagiu ao ataque ilegal dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas. Em tom grave, Amorim afirmou: “<b>A ordem internacional acabou! Seja do ponto de vista do comércio ou da paz e da segurança. Teremos que nos adaptar a isso, e não será fácil.</b>”</p>
<h2>Escalada de tensões entre Brasil e Estados Unidos</h2>
<p>Poucos dias após o ataque ao Irã, <b>Donald Trump</b> ameaçou impor tarifas adicionais de 10% aos países do <b>BRICS</b> que participassem de supostas “iniciativas antiamericanas”. Segundo Fernandes, a ameaça revelou o incômodo da Casa Branca com o fortalecimento do grupo e expôs uma ofensiva geopolítica contra o Sul Global.</p>
<p>A situação se agravou quando Washington impôs <b>tarifas de 50% sobre produtos brasileiros</b>, mesmo com um superávit de cerca de <b>US$ 410 bilhões</b> em favor dos Estados Unidos nos últimos 15 anos. Para o autor, a medida teve caráter político: <b>pressionar o presidente Lula e o Supremo Tribunal Federal (STF)</b> a interferirem no julgamento de <b>Jair Bolsonaro</b>, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023.</p>
<p>Trump também acusou o STF de violar a “liberdade de expressão” de empresas e cidadãos norte-americanos por regular plataformas digitais envolvidas em casos criminais. Com isso, o ministro <b>Alexandre de Moraes</b> tornou-se o principal alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos com base no <i>Magnitsky Act</i>.</p>
<p>O artigo destaca ainda a participação do deputado <b>Eduardo Bolsonaro</b>, que se refugiou nos Estados Unidos e vem mantendo contatos com o entorno de Trump, numa articulação descrita por Fernandes como “uma conspiração contra o próprio país”.</p>
<h2>Lula retoma a defesa da soberania nacional</h2>
<p>A ofensiva de Washington provocou uma reação imediata de <b>Lula</b>, que adotou um discurso firme em defesa da soberania brasileira. Em uma de suas falas mais marcantes, o presidente declarou que “<b>Trump foi eleito para ser presidente dos Estados Unidos, não imperador do mundo</b>.”</p>
<p>Desde então, o governo brasileiro <b>reaproximou-se do BRICS</b>, intensificou o diálogo com <b>China, Rússia e Índia</b> e passou a priorizar uma política de <b>diversificação econômica e diplomática</b>. Como definiu <b>Celso Amorim</b>, “<b>a diversificação é o novo nome da independência</b>.”</p>
<p>Lula também prepara visitas de Estado à <b>Indonésia</b> e à <b>Malásia</b>, além de um encontro com <b>Narendra Modi</b>, primeiro-ministro da Índia, reforçando o esforço de inserção autônoma do Brasil no cenário global.</p>
<h2>A reconstrução da política externa e o legado da Lava Jato</h2>
<p>Fernandes lembra que o Brasil ainda sofre as consequências da <b>Operação Lava Jato</b>, descrita como uma das maiores ações de <i>lawfare</i> da história, conduzida com apoio do <b>FBI</b> e do <b>Departamento de Justiça dos Estados Unidos</b>. O processo destruiu empresas estratégicas, como a <b>Odebrecht</b> e a <b>OAS</b>, e inviabilizou o financiamento de obras de infraestrutura pelo <b>BNDES</b> em países da América Latina e da África — pilares da política de integração regional dos governos de <b>Lula</b> e <b>Dilma Rousseff</b>.</p>
<p>Entre 2007 e 2015, o BNDES financiou mais de <b>US$ 10 bilhões</b> em projetos de infraestrutura em países vizinhos, fortalecendo a <b>UNASUL</b> e a <b>CELAC</b> e projetando o Brasil como liderança do Sul Global. O golpe de Estado contra Dilma, em 2016, e a ascensão de <b>Jair Bolsonaro</b> desmantelaram essa estratégia e submeteram o país novamente à órbita de Washington.</p>
<p>Agora, o governo Lula tenta <b>reconstruir a política externa ativa e altiva</b>, retomando o papel de articulador regional. Um projeto de lei enviado ao Congresso prevê que o BNDES volte a financiar obras no exterior, abrindo caminho para uma nova etapa de integração latino-americana.</p>
<h2>O desafio de um novo projeto nacional</h2>
<p>Ao final do artigo, Marco Fernandes afirma que o Brasil ainda carece de um <b>projeto nacional popular</b>, capaz de unir setores produtivos da elite e o povo em torno de um Estado forte e soberano. Para ele, o país só retomará seu protagonismo internacional se reconstruir sua base produtiva e sua capacidade de formular uma política externa independente.</p>
<p>A reflexão ecoa o discurso de <b>Lula</b> na 80ª Assembleia-Geral da ONU: “<b>Ali [em Gaza], sob toneladas de escombros, jazem milhares de mulheres e crianças inocentes. Ali também estão enterrados o direito humanitário internacional e o mito da superioridade ética do Ocidente.</b>”</p>
<p>Fernandes conclui que essa é a <b>grande questão geopolítica do século XXI</b>: como o Brasil — e o conjunto do Sul Global — responderá ao fim da hegemonia ocidental e à necessidade de uma nova ordem internacional baseada na soberania, na cooperação e na justiça global.</p>

Em artigo no Valdai Club, Marco Fernandes questiona como o Brasil vai se posicionar diante da nova ordem global

<p><b>247 – </b>O presidente da Argentina, <b>Javier Milei</b>, visitou nesta terça-feira (14) a <b>Casa Branca</b>, em seu primeiro encontro oficial com o presidente dos Estados Unidos, <b>Donald Trump</b>, desde o início do atual governo norte-americano. A notícia foi publicada originalmente pela <b>Sputnik Brasil</b>.</p>
<p>Com a economia em colapso e dependente de crédito externo, Milei tenta garantir um <b>apoio financeiro de US$ 20 bilhões</b> prometido pelo secretário do Tesouro dos EUA, <b>Scott Bessent</b>. O pacote incluiria a compra de títulos da dívida argentina e um crédito direto via Fundo de Estabilização Cambial. No entanto, analistas alertam que o preço político e geopolítico dessa ajuda pode ser alto — e representar uma nova forma de <b>subordinação da Argentina aos interesses de Washington</b>.</p>
<h2>Acordos sob pressão</h2>
<p>Durante o encontro, Bessent destacou que o governo Trump espera que Milei mantenha suas reformas liberais e <b>alertou sobre as eleições legislativas</b> que se aproximam no país. Trump, por sua vez, foi ainda mais direto:</p>
<blockquote>&nbsp;“Se Milei não sair vitorioso, não seremos generosos com a Argentina.”</blockquote>
<p>A reunião marcou o <b>quarto encontro entre Milei e Trump em menos de um ano</b>, evidenciando a aproximação política entre ambos. Especialistas ouvidos pelo podcast <i>Mundioka</i>, da Sputnik Brasil, avaliam que essa relação reafirma o alinhamento ideológico do governo argentino com Washington.</p>
<h2>Dependência histórica e submissão inédita</h2>
<p>Para <b>Matheus Pereira</b>, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a dependência argentina do crédito norte-americano é antiga, mas o atual governo estaria levando isso a um nível inédito:</p>
<blockquote>&nbsp;“Os níveis de submissão aos Estados Unidos apresentados por Milei são inéditos.”</blockquote>
<p>Pereira destaca que, embora governos anteriores como os de <b>Carlos Menem</b> e <b>Maurício Macri</b> também tenham mantido forte alinhamento com os EUA, Milei reforça essa dependência não apenas econômica, mas também política e estratégica.</p>
<h2>Risco de isolamento e nova crise</h2>
<p>O professor alerta ainda para a <b>imprevisibilidade do governo Trump</b>, que representa um risco direto para Buenos Aires. Caso os acordos não se concretizem, o país pode enfrentar <b>nova fuga de capitais</b>, resultando em inflação, aumento da pobreza e colapso social.</p>
<p>A professora <b>Regiane Bressan</b>, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), alerta para outro efeito colateral: o isolamento internacional da Argentina.</p>
<blockquote>&nbsp;“Quando a Argentina se alinha de forma tão direta com os Estados Unidos, especialmente com um governo controverso como o de Trump, ela corre o risco de sofrer constrangimento e isolamento internacional.”</blockquote>
<h2>Disputa com a China: pressão de Washington</h2>
<p>Em entrevista à <b>Fox News</b>, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que Milei é “um grande aliado dos EUA” e estaria comprometido em <b>expulsar a China da Argentina</b>, o que ampliou o debate sobre soberania e pragmatismo econômico.</p>
<p>Segundo Pereira, esse cenário é improvável:</p>
<blockquote>&nbsp;“Não existe possibilidade de o governo Milei romper relações comerciais com os chineses. Se ele pudesse fazer algo dessa natureza, já teria feito.”</blockquote>
<p>Bressan lembra que a Argentina ainda depende do <b>swap cambial com a China</b>, enquanto enfrenta forte pressão dos EUA para romper o acordo.</p>
<blockquote>&nbsp;“A crise financeira está sendo usada para reforçar a influência de Washington na América do Sul. Isso é uma violação da soberania econômica argentina.”</blockquote>
<h2>Tropas norte-americanas em solo argentino?</h2>
<p>Outra polêmica envolve a possível <b>autorização para entrada de tropas norte-americanas</b> em território argentino sob o pretexto de exercícios conjuntos. Embora Milei tenha sinalizado positivamente, a Constituição exige aprovação do Congresso — onde o presidente não possui maioria.</p>
<p>Para Pereira, a medida dificilmente passará. Já Bressan avalia que aceitar tropas estrangeiras teria <b>“um custo político altíssimo”</b>:</p>
<blockquote>&nbsp;“A presença militar americana seria vista como uma entrega de soberania e alimentaria protestos nas ruas. Milei perderia apoio até entre seus aliados.”</blockquote>
<h2>“Soberania em troca de dólares”</h2>
<p>Analistas apontam que a situação coloca Milei diante de um dilema histórico: <b>salvar a economia ou preservar a soberania nacional</b>.</p>
<blockquote>&nbsp;“A venda da soberania seria um ponto central, já que, no desespero por dólares, Milei pode ser acusado de trocar a soberania nacional por dinheiro dos Estados Unidos”, conclui Bressan.</blockquote>
<p>O futuro da Argentina, portanto, dependerá não apenas da ajuda financeira de Washington, mas da capacidade de Milei em equilibrar suas alianças sem transformar o país em <b>refém de uma nova dependência externa</b>.</p>

Presidentes dos EUA, Donald Trump,  e  da Argentina, Javier Milei, se reúnem na Casa Branca

América Latina

Soberania argentina pode estar à venda com aporte financeiro dos EUA

<p><b>247 - </b>O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou nesta quarta-feira (8) que o Brasil ainda não tem plena consciência de sua dimensão e de suas riquezas naturais. A fala ocorreu durante a 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), em Luziânia (GO), evento que reuniu cerca de 800 jovens de todo o país e funciona como preparação para a COP30, marcada para 2025 em Belém.</p>
<p>Lula enfatizou que conhecer o território brasileiro é essencial para desenvolver um sentimento de cidadania e soberania. Ele relatou um episódio pessoal em que, ao negar ao filho uma viagem à Disney, preferiu incentivá-lo a conhecer o Nordeste, região onde nasceu.</p>
<h2>Brasil desconhece parte de suas riquezas</h2>
<p>No discurso, Lula afirmou que o país ainda não explorou todo o seu potencial mineral e energético. “A gente não tem noção do que nós somos ainda. Nós só temos conhecimento de 30% das nossas riquezas minerais. Tem 70% que a gente não conhece. A gente não tem o mapeamento ainda das terras raras, que o mundo inteiro está brigando”, disse.</p>
<p>O presidente destacou que a soberania nacional não se limita às fronteiras políticas, mas passa também pela valorização do território, da biodiversidade e da cultura. “É assim que a gente desenvolve uma consciência de nação, de cidadãos, de soberania sobre seu território, suas coisas”, completou.</p>
<h2>Valorização do turismo nacional</h2>
<p>Lula defendeu que o governo estimule viagens de estudantes pelo Brasil, especialmente para regiões como a Amazônia, em vez de priorizar apenas destinos internacionais. “Todo dia é propaganda para ir para a Disney, para ver o Mickey e o Pateta — e tem que ver mesmo —, mas acho que é preciso a gente ver o Curupira, a Amazônia, nossos rios, as coisas que são ricas para a sobrevivência da humanidade”, declarou.</p>
<p>Ele afirmou que o incentivo ao turismo interno é também uma forma de desenvolvimento do conhecimento e de fortalecimento da identidade nacional.</p>
<h2>Juventude como educadora ambiental</h2>
<p>Durante a conferência, Lula reconheceu o protagonismo dos jovens na conscientização sobre mudanças climáticas e destacou a importância de ouvir suas propostas. “Vocês vieram aqui para me ensinar como a juventude brasileira conhece a questão do clima. Duvido que tenha no mundo um presidente que tenha tido o prazer que eu estou tendo hoje ouvindo a meninada do meu país”, afirmou.</p>
<h2>Conferência prepara terreno para a COP30</h2>
<p>Organizada pelos ministérios da Educação (MEC), do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a 6ª CNIJMA mobilizou mais de 8,7 mil escolas em 2,3 mil municípios. Entre elas, quase 1.300 em áreas de risco socioambiental, além de 186 indígenas, 139 quilombolas e 158 voltadas a estudantes com deficiência.</p>
<p>As propostas elaboradas durante o encontro serão levadas ao Balanço Ético Global, documento que integrará a agenda da COP30, considerada pelo governo brasileiro como a “COP da implementação”.</p>

Guilherme Levorato

Luiz Inácio Lula da Silva - 30/07/2025   

"A gente não tem noção do que nós somos ainda", diz Lula aos jovens

<p><b>247 - </b>A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), visitou nesta terça-feira (30) as obras do Orion, o primeiro laboratório de máxima contenção biológica da América Latina, e acompanhou a expansão do Sirius, acelerador de partículas instalado em Campinas (SP). Ambos os projetos fazem parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).</p>
<p>Segundo a ministra, a nova infraestrutura é fundamental para reforçar a soberania científica e tecnológica do país e fortalecer a capacidade de resposta diante de futuras emergências sanitárias. “Esse é o governo Lula trabalhando para antecipar-se a possíveis pandemias e garantir soluções que melhorem a vida do povo brasileiro”, afirmou.</p>
<h2>Orion: segurança máxima em pesquisa biológica</h2>
<p>O Orion será o primeiro laboratório de biossegurança nível 4 (NB4) do mundo a estar conectado diretamente a um acelerador de partículas. A estrutura permitirá o estudo de patógenos com alto potencial de transmissão e capazes de provocar doenças graves. Essa integração com o Sirius representa um marco para a ciência brasileira, colocando o país entre os mais avançados em pesquisa biomédica.</p>
<h2>Sirius: expansão estratégica para a ciência</h2>
<p>O Sirius, por sua vez, utiliza aceleradores para gerar luz síncrotron, recurso de ponta que permite investigar a composição e a estrutura da matéria em diferentes escalas. A expansão atual prevê o aumento das linhas de luz — novas estações de pesquisa que possibilitam análises em escala nanométrica. Além disso, o projeto será diretamente ligado ao Orion, criando um ambiente integrado de pesquisa científica.</p>
<p>“O aumento das linhas de luz vai possibilitar estudos cada vez mais detalhados da matéria, ampliando as condições de pesquisa e inovação no Brasil”, destacou Luciana Santos.</p>
<h2>Apoio do CNPEM e parcerias estratégicas</h2>
<p>O diretor-geral do CNPEM, José Roque, ressaltou a relevância da visita ministerial. “Foi muito importante hoje receber a ministra Luciana e sua equipe. Ela veio acompanhar o andamento da fase 2 do Sirius e das obras do Orion, além de conhecer outros projetos relevantes em áreas como energias renováveis, transformação da biomassa, saúde e equipamentos médicos, em parceria com o Ministério da Saúde”, afirmou. Para ele, o apoio do MCTI e do Governo Federal é decisivo para transformar o cenário científico nacional.</p>
<h2>Investimentos pelo Novo PAC</h2>
<p>Os dois empreendimentos integram o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investimentos de R$ 12,1 bilhões destinados ao MCTI, com maior volume a partir de 2025. Mais da metade desse valor será aplicada em grandes projetos estruturantes, incluindo o Orion, o Sirius, o novo supercomputador para inteligência artificial e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), totalizando R$ 6,5 bilhões.</p>
<p>“O Governo do Brasil tem dado à ciência um papel estratégico, compreendendo-a como instrumento para enfrentar os desafios da atualidade e melhorar a vida do povo”, declarou Luciana Santos. Segundo ela, os recursos do PAC vão apoiar iniciativas em saúde, educação, monitoramento de desastres naturais e desenvolvimento industrial com mais tecnologia, além de valorizar o trabalho dos pesquisadores brasileiros.</p>

Ministra Luciana Santos visita Orion e Sirius em Campinas e destaca soberania científica do Brasil

<p><b>247 – </b>O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, em entrevista coletiva concedida ao final de sua agenda oficial na ONU, nesta quarta-feira (24/9), que está disposto a retomar o diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A notícia foi publicada pela <b>Agência Gov</b>. Lula destacou que uma eventual aproximação atende à vontade de ambos os povos e que o relacionamento bilateral deve ser pautado pelo princípio do "ganha-ganha".</p>
<p>Segundo o presidente brasileiro, não há restrições para a conversa entre os dois países, exceto em relação a temas fundamentais: “Quando tiver eleição nos Estados Unidos, eu não me meto. E quando tiver eleição no Brasil, ele não se mete”. Lula frisou que democracia e soberania não estão em negociação.</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560"><p lang="pt" dir="ltr">Brasil e Estados Unidos são as duas maiores democracias e as duas maiores economias do continente. Temos vários interesses em comum na área empresarial, industrial, tecnológica, digital e muitos outros. <br/><br/>Eu espero que eu e o presidente Trump possamos conversar e construir juntos… <a href="https://t.co/NHa2fO8Mic">pic.twitter.com/NHa2fO8Mic</a></p>&mdash; Lula (@LulaOficial) <a href="https://twitter.com/LulaOficial/status/1971023199627268132?ref_src=twsrc%5Etfw">September 25, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<h2>A lógica do "ganha-ganha"</h2>
<p>Lula defendeu que o diálogo entre Brasil e Estados Unidos traga benefícios concretos às duas nações. “No caso do Brasil, a gente não tem que perder, a gente tem que ganhar e também os outros têm que ganhar, porque tem que ser um acordo de ganha-ganha. Essa é a minha disposição e eu espero que seja a disposição dos Estados Unidos também, porque será bom, será bom para a nossa economia, para a nossa indústria, para o nosso comércio, para a nossa agricultura e para a relação das duas democracias mais importantes da América”, afirmou.</p>
<p>Questionado sobre a possibilidade de discutir terras raras e minerais críticos, Lula ressaltou que o Brasil não pode repetir erros do passado: “O que a gente não quer é permitir que aconteça como aconteceu até agora com os minérios: a gente é só exportador, só exportador, só exportador e não faz o processo de industrialização dentro do Brasil”.</p>
<h2>O encontro inesperado e a “química”</h2>
<p>Lula revelou ter sido surpreendido pelo encontro com Trump nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, após seu discurso de abertura. O presidente norte-americano, que falou em seguida, afirmou que havia surgido uma “química” entre os dois. Lula respondeu com bom humor: “Eu fui surpreendido, porque eu já estive ali outras vezes e não encontrei sempre com o presidente [dos Estados Unidos]... E eu acho que pintou uma química mesmo, eu acho”.</p>
<p>Antes das perguntas dos jornalistas, Lula fez uma breve exposição sobre sua agenda na ONU e voltou a defender que os países concentrem esforços na luta contra a fome e a pobreza. “Se todos os governantes do mundo colocarem o pobre dentro do orçamento, a gente acaba com a pobreza muito rapidamente”, disse, lembrando que, segundo a FAO, mais de 670 milhões de pessoas passam fome.</p>
<p>Ele também criticou os gastos militares excessivos: “Quando você vê as pessoas gastarem trilhões em armas, trilhões em guerras, a gente não tem explicação do comportamento dos humanos em tratar a própria espécie humana”.</p>
<h2>Relações comerciais e expectativas</h2>
<p>Lula sublinhou que a qualidade das informações é essencial para que Trump compreenda a realidade do comércio bilateral: “Eu não sei quem foi que disse para o presidente Trump que ele tinha um déficit comercial com o Brasil. Ele teve um superávit em 15 anos de 410 bilhões de dólares”.</p>
<p>Entre janeiro e agosto de 2025, o Brasil exportou US$ 26,6 bilhões para os Estados Unidos, um aumento de 1,66% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações chegaram a US$ 30 bilhões, alta de 11,44%. Somente em 2024, os EUA registraram superávit de quase US$ 30 bilhões no comércio com o Brasil.</p>
<p>O presidente concluiu a coletiva enfatizando a importância de um diálogo franco: “Estou muito otimista, porque eu acredito muito na relação humana. Acho que tudo pode ser resolvido quando duas pessoas conversam. Eu acredito muito no poder de convencimento das palavras”.</p>

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva à imprensa. Sede das Nações Unidas, Nova York - EUA.Foto: Ricardo Stuckert / PR

Lula defende diálogo com Trump: 'É bom, desde que na lógica do ganha-ganha'

<p><b>247 -</b> Em entrevista concedida ao programa Boa Noite da TV 247, o advogado criminalista Fernando Fernandes avaliou que a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a liderança da minoria na Câmara é uma manobra ilegal e que o deputado, atualmente nos Estados Unidos, poderá ser preso caso volte ao Brasil. Para o jurista, a permanência do parlamentar no exterior enquanto ocupa cargo de liderança configura fraude contra o dever de presença e fidelidade ao mandato.</p>
<p>Logo no início da conversa, Fernandes destacou que a nomeação de Eduardo representa um "jeitinho" incompatível com a Constituição, pois não há justificativa administrativa ou legal que permita a ausência prolongada. “É público e notório que ele não vai exercer o cargo, porque não vai efetivamente viajar pelo país. A decisão é ilegal”, afirmou.</p>
<h2><b>A leitura de Juarez Tavares sobre “atos típicos de guerra”</b></h2>
<p>Para reforçar seu argumento, Fernandes recorreu ao parecer do jurista Juarez Tavares, ex-procurador da República e referência em direito penal. Segundo Tavares, a conduta de Eduardo pode ser enquadrada no artigo que pune quem negocia com governo ou grupo estrangeiro para provocar “atos típicos de guerra” contra o Brasil.</p>
<p>“Olha, vou ler, entre aspas, com autorização dele: atos típicos de guerra podem ser atos que inviabilizem a vida digital do país, como corte de internet, cartões de crédito, interferência em remessas de valores ou fechamento de contas bancárias”, citou Fernandes. Ele acrescentou que, ao estimular medidas externas contra o Brasil, o deputado estaria cometendo crimes graves contra a soberani<b>a.</b></p>
<h2><b>Possível prisão ao retornar ao país</b></h2>
<p>O advogado foi categórico ao projetar o futuro de Eduardo caso ele retorne ao território brasileiro. “Esse sujeito tem que ser preso. No momento que ele pisar no território nacional, ele vai sofrer as consequências legais disso. Ele sabe que vai fazer companhia ao pai na Papuda”, disse, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal.</p>
<h2><b>A gravidade da atuação política</b></h2>
<p>Fernandes lembrou que Eduardo Bolsonaro utiliza a condição de deputado para legitimar sua atuação internacional contra os interesses nacionais, o que agrava a situação. Para o criminalista, trata-se de um tipo de crime inédito no Brasil. “Estamos diante de alguém que instiga uma nação estrangeira a agir contra o país. Isso é mais grave do que simplesmente tentar preservar o salário do cargo”, afirmou.</p>
<h2><b>PEC das prerrogativas e o risco de blindagem</b></h2>
<p>Na entrevista, o jurista também criticou a chamada PEC das prerrogativas, apelidada de “PEC da blindagem” ou “da intocabilidade”, que busca dificultar processos criminais contra parlamentares. Para ele, a proposta é flagrantemente inconstitucional e colide com decisões históricas do Supremo Tribunal Federal. Fernandes avaliou que, ainda que seja aprovada pelo Congresso, a medida não resistirá ao crivo da Corte.</p>
<p>Ao encerrar, o advogado reafirmou a confiança na atuação do STF para proteger a democracia diante de tentativas de erosão institucional. Para ele, Eduardo Bolsonaro simboliza uma estratégia de setores políticos que buscam desestabilizar o país a partir de dentro e de fora. “Eles estão tentando, vão continuar tentando, mas não vão conseguir. O Supremo já mostrou firmeza nos julgamentos do golpe e continuará garantindo a estabilidade democrática”, concluiu. Assista:&nbsp;</p>
<div class="embed-block"><div><div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 56.25%;"><iframe src="https://cdn.iframe.ly/api/iframe?url=https%3A%2F%2Fyoutu.be%2FBL83_kaCoF0%3Fsi%3DC6AnUH0Te-6bsHUO&key=87ca3314a9fa775b5c3a7726100694b0" style="top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute; border: 0;" allowfullscreen scrolling="no" allow="accelerometer *; clipboard-write *; encrypted-media *; gyroscope *; picture-in-picture *; web-share *;"></iframe></div></div></div>
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Dafne Ashton

Entrevistas

Fernando Fernandes: "Se Eduardo Bolsonaro pisar no Brasil vai fazer companhia ao pai na Papuda"

<p><b>247 - </b>A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, destacou a importância da postura firme do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante das recentes tensões diplomáticas com os Estados Unidos. Segundo ela, o embate trouxe novo ânimo ao governo e reafirmou a defesa da soberania brasileira.</p>
<p>“Você pergunta se colocou um pouco de pressão? De vigor no discurso? Pode ser. (...) E o embate com os EUA trouxe esse novo vigor? Eu acho que sim. Ele gosta de fazer o bom combate. Embora não seja um bom combate do lado de lá, ele faz o bom combate aqui”, declarou Janja em entrevista a Mônica Bergamo, da <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2025/09/janja-diz-que-ja-quis-pegar-a-bolsa-e-as-cachorras-para-ir-embora-de-brasilia.shtml?utm_source=twitter&amp;=social&amp;utm_campaign=twfolha">Folha de S. Paulo</a>.</p>
<h2>Defesa da soberania e reconstrução do país</h2>
<p>Na avaliação da primeira-dama, Lula acertou ao resgatar um discurso que coloca o Brasil em posição de autonomia internacional. “O tom do discurso está correto, o tom da soberania, que era algo de que não falávamos muito”, afirmou.</p>
<p>Janja também apontou que os dois primeiros anos do terceiro mandato do presidente foram marcados pela necessidade de reconstruir políticas e estruturas desmontadas nos governos anteriores. “Perceber que a gente ia ter que reconstruir o que a gente tinha construído, nos dois mandatos anteriores dele e nos da Dilma, foi aflitivo. A gente passou dois anos fazendo isso mesmo, reconstruindo o ministério, as políticas públicas. E não é tão prazeroso fazer isso”, explicou, sobre uma suposta morosidade do presidente e do governo.</p>
<h2>Apoio político e novo ciclo</h2>
<p>Para ela, a atual conjuntura reforçou alianças fundamentais dentro do governo. “Nisso, o apoio do vice-presidente [Geraldo Alckmin] tem sido muito importante, o apoio do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, também. Eles estão sendo fundamentais. É um tripé importante que se consolidou".</p>
<p>Ao projetar o futuro, Janja ressaltou a necessidade de o Brasil dar um salto em direção ao desenvolvimento. “A gente precisa dar um salto para realmente ser um país desenvolvido. A desigualdade ainda é muito forte, por isso há um empenho na questão das tarifas e da justiça tributária. Tudo com o objetivo de levar o país a sair do patamar de sempre, do vir a ser. A gente quer ser".</p>

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