247 - O equilíbrio de poder no mundo está mudando, e novos centros de influência estão emergindo, declarou o presidente russo Vladimir Putin.
“Você sabe, o mundo está se desenvolvendo rapidamente, e esse ritmo continua a acelerar, algo claramente visível para todos — a configuração do mundo está mudando, novos centros de poder estão surgindo e o equilíbrio de poder no mundo está se transformando”, afirmou Putin em entrevista à India Today.
Putin está em Nova Délhi entre os dias 4 e 5 de dezembro, em visita ao país a convite do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
É fundamental garantir estabilidade entre os maiores países como base para o avanço das relações bilaterais e internacionais, acrescentou.
A Rússia valoriza suas relações tanto com a Índia quanto com a China, afirmou o presidente russo Vladimir Putin.
“Índia e China são nossos amigos próximos, e valorizamos isso profundamente”, disse Putin. Tanto Xi quanto Modi estão cientes das tensões que persistem entre as duas nações vizinhas e estão comprometidos em encontrar soluções para “equilibrar até os problemas mais complexos”, afirmou.
“Eu sei disso muito bem e vejo isso claramente. A chave para o sucesso deles será a sabedoria que ambos possuem, algo que valorizamos muito”, declarou o presidente russo.

Redação Brasil 247

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, cumprimentam-se em Tianjin, na China - 01/09/2025 

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Mundo

Novos centros de poder global estão surgindo, diz Putin à mídia indiana

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Índia, Brasil e África do Sul têm uma voz própria a apresentar ao mundo e defendeu que o Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS) retome um papel central na articulação política do Sul Global.
As declarações foram dadas neste fim de semana durante a 6ª Cúpula de Líderes do Ibas, realizada à margem da reunião do G20. As informações são da Agência Gov, via Planalto.
O encontro marcou o reencontro dos três países após mais de dez anos sem uma cúpula trilateral. Para o presidente brasileiro, o momento representa uma oportunidade estratégica de revigorar a coordenação política, fortalecer agendas comuns e reforçar a presença dos emergentes na governança global.
<h2>“Temos muito a dizer para o mundo”, afirma Lula</h2>
Ao lado do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, Lula ressaltou que a identidade comum entre as três grandes democracias do Sul Global é um ativo poderoso para influenciar debates internacionais.
“A condição de grandes emergentes do Sul Global e de grandes democracias confere ao IBAS identidade e aptidões próprias. Compartilhamos muitas causas e temos muito a dizer para o mundo”, afirmou.
O presidente destacou ainda que o ambiente de confiança entre os países permite debates amplos sobre democracia, combate ao extremismo, equidade de gênero, direitos sexuais e reprodutivos e direitos humanos.
<h2>Liderança em inteligência artificial e soberania tecnológica</h2>
Lula defendeu que o IBAS assuma a vanguarda da governança global da Inteligência Artificial, em um momento em que o tema domina as discussões geopolíticas e econômicas internacionais.
Segundo ele, os três países têm capacidade técnica e política para influenciar o debate mundial sobre dados, algoritmos, regulação e autonomia tecnológica.
“Temos condições de estar na vanguarda da governança global da Inteligência Artificial”, disse.
Além da IA, Lula apontou áreas nas quais o fórum pode ampliar cooperação e articulação política: vacinas, medicamentos, insumos de saúde, ciência e trabalho decente.
<h2>Fundo IBAS é exemplo de cooperação Sul-Sul</h2>
O presidente também elogiou o Fundo IBAS, criado em 2004, como experiência bem-sucedida de solidariedade internacional. O mecanismo já financiou 51 projetos em 40 países, com foco em redução da pobreza e combate à insegurança alimentar.
Lula afirmou que o fundo foi um “embrião” da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta brasileira adotada pelo G20 durante a presidência do Brasil em 2024.
<h2>Potencial de influência em organismos globais</h2>
O chefe de Estado reiterou que a coordenação trilateral entre Brasil, Índia e África do Sul tem capacidade de gerar impacto direto em espaços como ONU, G20 e BRICS, garantindo maior participação dos emergentes na formulação de regras internacionais.
“O sentimento que tenho com esta reunião é de esperança”, afirmou Lula ao encerrar sua intervenção.
<h2>O papel do Ibas e o contexto do G20</h2>
Criado em 2003, o Ibas surgiu como plataforma de articulação política entre três das maiores democracias do Sul Global. O fórum busca fortalecer o multilateralismo, defender reformas na governança global e ampliar a cooperação Sul-Sul.
O encontro ocorreu paralelamente às sessões do G20, que neste ano está sob presidência da África do Sul, com o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”.
Nas reuniões do G20, Lula voltou a defender:
<ul>
 <li>&nbsp;tratamento da desigualdade como emergência global,</li>
 <li>&nbsp;mecanismos inovadores de financiamento, como troca de dívida por desenvolvimento,</li>
 <li>&nbsp;taxação dos super-ricos,</li>
 <li>&nbsp;transição energética justa e abandono progressivo dos combustíveis fósseis.</li>
</ul>
O presidente também se reuniu com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e participou de sessões dedicadas à construção de um futuro justo e equitativo.
<h2>Comércio e relevância geoeconômica do G20</h2>
Criado em 1999, após a crise asiática, o G20 reúne países que representam mais de 80% do PIB global, 75% do comércio internacional e 60% da população mundial.
O bloco desempenha papel central nas redes globais de comércio. Entre os produtos mais comercializados estão:
<ul>
 <li>&nbsp;manufaturas (automóveis, eletrônicos, maquinário),</li>
 <li>&nbsp;produtos agrícolas (cereais, carnes, frutas),</li>
 <li>&nbsp;commodities (petróleo, gás natural, minérios e metais).</li>
</ul>
O Brasil exporta para países do G20 aeronaves, petróleo, ferro, aço, minérios metálicos e produtos do agronegócio.

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Sul Global

IBAS reforça união do Sul Global e Lula diz que Brasil, Índia e África do Sul “têm muito a dizer para o mundo”

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou neste sábado (18) a abertura do escritório da Embraer em Nova Délhi, iniciativa que marca um novo passo na aproximação entre Brasil e Índia. Em mensagem publicada nas redes sociais, Lula confirmou que pretende visitar o país asiático no início de 2026 e ressaltou a importância de construir uma cooperação estratégica de longo prazo.
O anúncio ocorre em meio a uma agenda intensa de contatos bilaterais após a viagem do vice-presidente Geraldo Alckmin ao país. Lula destacou o potencial indiano para alianças em diversas áreas. “A Índia tem um mercado extraordinário, a gente pode ter uma aliança fantástica com a Índia, política, espacial, econômica. Vamos fazer uma aliança estratégica com a Índia”, afirmou o presidente em vídeo gravado nesta manhã.
<h2>Negociações bilionárias no setor de defesa</h2>
A Embraer disputa a venda de até 80 cargueiros KC-390 ao governo indiano. Caso a negociação seja confirmada, o contrato poderá movimentar aproximadamente US$ 60 bilhões em duas décadas, de acordo com estimativas da própria companhia. A Índia tem reforçado os investimentos em defesa e segurança, cenário que abre espaço para a expansão da indústria aeronáutica brasileira no mercado local.
Na comitiva que visitou Nova Délhi nesta semana estiveram o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro da Defesa, José Múcio. Entre os resultados imediatos da missão diplomática estão, além do novo escritório da Embraer, acordos relacionados à exportação de petróleo e à facilitação de vistos eletrônicos para empresários indianos.
<h2>Preparação para visita presidencial</h2>
A viagem de Alckmin serviu como preparação para a ida de Lula ao país no início do próximo ano. A agenda do presidente brasileiro deverá consolidar os entendimentos em torno de comércio, tecnologia e defesa. O movimento reflete uma aproximação que ocorre apesar das diferenças ideológicas entre Lula e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, um líder de perfil conservador e nacionalista.
<h2>Contexto geopolítico e comércio internacional</h2>
As relações entre Brasil e Índia ganharam fôlego em um cenário de tensões comerciais. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou tarifas sobre produtos brasileiros e indianos, o que levou os dois países a reforçarem estratégias conjuntas para reduzir a dependência do mercado norte-americano.
A aproximação também foi fortalecida por encontros recentes. Em julho, Modi esteve no Brasil para a cúpula do Brics, e em agosto manteve conversa telefônica com Lula, sinalizando a disposição mútua de ampliar os laços diplomáticos e econômicos.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">O <a href="https://twitter.com/geraldoalckmin?ref_src=twsrc%5Etfw">@geraldoalckmin</a> é um vice que só me dá boas notícias. Voltou da Índia com muitas novidades: Embraer abrindo escritório por lá, visto eletrônico pra facilitar os negócios e novas parcerias. Nos encontramos em Brasília hoje bem cedinho. Ele chegando da Índia, eu indo pra São… <a href="https://t.co/MoAuhtWGdg">pic.twitter.com/MoAuhtWGdg</a>&mdash; Lula (@LulaOficial) <a href="https://twitter.com/LulaOficial/status/1979530121917673933?ref_src=twsrc%5Etfw">October 18, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
&nbsp;

Otávio Rosso

Lula comemora abertura de escritório da Embraer na Índia

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (15) que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, lhe garantiu que a Índia deixará de comprar petróleo da Rússia, uma medida que o republicano descreveu como um "grande passo" nos esforços para isolar Moscou economicamente, informou a agência Reuters.&nbsp;
"Eu não estava satisfeito com o fato de a Índia estar comprando petróleo, e ele me garantiu hoje que não comprará petróleo da Rússia", disse Trump a repórteres durante um evento na Casa Branca. "Esse é um grande passo. Agora vamos fazer com que a China faça a mesma coisa", acrescentou.&nbsp;
Trump, que vem se aproximando do regime de Kiev, acrescentou que a Índia não poderia interromper "imediatamente" os embarques russos, chamando isso de "um pouco de processo, mas esse processo terminará em breve".

Leonardo Sobreira

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, na Casa Branca - Washington, D.C. - 13/02/2025

Trump exige que Modi não compre petróleo da Rússia

247 - O presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, anunciou nesta quinta-feira (4) que a agência abrirá um escritório na Índia em janeiro de 2026. A iniciativa faz parte da estratégia de expansão internacional do país, com foco em fortalecer a presença brasileira em mercados estratégicos.
“Sinceramente, o Brasil voltou a disputar o mundo com o governo do presidente Lula, está indo muito bem. Nessa crise de líderes [globais], a gente ter um experiente líder como o presidente Lula é um achado”, afirmou Viana durante entrevista ao programa Boa Noite 247.
O executivo detalhou que a inauguração do escritório na Índia coincidirá com a visita de Estado do presidente Lula ao país. “Vamos chamá-lo pra fazer um brinde no escritório da Apex, porque nós não podemos não ter a Apex lá presente”, disse.
Além da Índia, a Apex Brasil também ampliará sua estrutura nacional, com novos escritórios em Cuiabá e Belo Horizonte, além de inaugurações recentes na Bahia. Viana destacou ainda que o Brasil mantém três bases na China — Pequim, Xangai e Shenzhen — e outras três nos Estados Unidos, além de operações na África (com uma base já existente em Angola e planos para instalar uma base na Nigéria) e na Rússia.
<div class="embed-block"><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/vZ0pxKFUQHE?si=yEBP3726LWrBh-Vn" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" referrerpolicy="strict-origin-when-cross-origin" allowfullscreen></iframe></div>
O anúncio ocorre em meio à preparação da visita de Estado do presidente Lula à Índia, prevista para o início de 2026. A viagem terá como objetivos reforçar a cooperação bilateral, ampliar o comércio e aprofundar parcerias em defesa, energia, minerais críticos, saúde e inclusão digital. Uma missão preparatória liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin será realizada em outubro, durante reunião do Mecanismo de Monitoramento de Comércio.
Segundo Viana, a expansão da Apex reflete o momento positivo do Brasil na economia global e a intenção de fortalecer a presença do país em mercados emergentes, alinhando-se à política externa do governo Lula.

Guilherme Paladino

Apex vai abrir escritório na Índia em janeiro de 2026, anuncia Jorge Viana

Reuters - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que a Índia ofereceu reduzir a zero suas tarifas sobre produtos norte-americanos, mesmo com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fazendo demonstrações públicas de solidariedade aos líderes chineses e russos diante da pressão comercial de Washington.
Ao chamar o relacionamento dos EUA com a Índia de "unilateral", Trump escreveu em sua plataforma Truth Social: "Eles agora ofereceram reduzir suas tarifas a nada, mas está ficando tarde. Eles deveriam ter feito isso anos atrás".
A Embaixada da Índia em Washington não respondeu imediatamente aos comentários de Trump, que se seguiram à implementação de tarifas totais de até 50% sobre produtos indianos, o que levantou questões sobre o futuro do relacionamento entre os EUA e a Índia.
O comentário de Trump foi feito enquanto Modi está na China para uma cúpula de mais de 20 líderes de países não ocidentais da Organização de Cooperação de Xangai, uma iniciativa apoiada pela China que ganhou novo ímpeto com a ofensiva tarifária global de Trump.
Na cúpula, o presidente chinês, Xi Jinping, apresentou sua visão de uma nova ordem econômica e de segurança global que prioriza o "Sul Global", em um desafio direto aos EUA.
O relacionamento entre os EUA e a Índia se fortaleceu nos últimos anos, inclusive durante o primeiro mandato de Trump, devido às preocupações comuns sobre o crescente poder da China, mas Trump ameaçou as tarifas sobre a Índia depois que o país se recusou a parar de comprar petróleo russo, desafiando seus esforços para acabar com a guerra de Moscou na Ucrânia.
Na China, em uma imagem criada para transmitir solidariedade, Putin e Modi foram mostrados de mãos dadas enquanto caminhavam jovialmente em direção a Xi antes da abertura da cúpula. Os três ficaram lado a lado, rindo e cercados por intérpretes.
Pequim usou a cúpula para estreitar os laços com Nova Délhi. Modi, visitando a China pela primeira vez em sete anos, e Xi concordaram no domingo que seus países são parceiros de desenvolvimento, não rivais, e discutiram maneiras de melhorar o comércio.
O Departamento de Estado dos EUA e a Casa Branca não responderam imediatamente aos pedidos de comentários sobre as reuniões na China.

Paulo Emilio

Presidente dos EUA, Donald Trump - 07/08/2025

Trump diz que Índia ofereceu reduzir a zero tarifas sobre produtos dos EUA

247 - Moscou e Nova Délhi estão empenhadas em fortalecer uma parceria estratégica privilegiada especial, afirmou o presidente russo Vladimir Putin durante encontro com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi. A reunião ocorreu à margem da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), em Tianjin, China, segundo a agência russa TASS.
Putin lembrou que, em 21 de dezembro, completam-se 15 anos da declaração conjunta que elevou os laços bilaterais ao patamar de parceria estratégica privilegiada. Segundo o líder russo, essa trajetória consolidou uma relação sólida em diferentes áreas, sustentada pela confiança mútua e pelo apoio das sociedades de ambos os países.
<h3>Cooperação em múltiplos níveis</h3>
Durante a reunião, o presidente russo ressaltou que os vínculos entre os dois países avançam de forma consistente.
&nbsp;“Podemos afirmar com segurança que os laços multifacetados entre a Rússia e a Índia estão se desenvolvendo ativamente com base nesses princípios. Laços foram estabelecidos em vários níveis”, destacou Putin.
Ele também elogiou o aumento do intercâmbio turístico e a expansão das relações comerciais e econômicas, sublinhando tendências positivas nesses setores.
<h3>Coordenação internacional e confiança histórica</h3>
Putin frisou que Moscou e Nova Délhi atuam lado a lado em fóruns multilaterais. “Coordenamos estreitamente nossas atividades no cenário internacional, inclusive nas Nações Unidas, nos BRICS, no Grupo dos 20 e, claro, na OCX. Hoje, temos uma boa oportunidade para discutir os principais objetivos da cooperação bilateral multifacetada em diversos campos”, afirmou.
O presidente russo reforçou ainda o tom pessoal e histórico do vínculo entre as duas nações.
&nbsp;“Caro Sr. Primeiro-Ministro, meu caro amigo, a Rússia e a Índia mantêm há décadas relações especiais de amizade e confiança, que são a base do nosso relacionamento futuro”, declarou.
<h3>Uma parceria acima de divisões políticas</h3>
Para Putin, a cooperação com a Índia vai além de questões de governo e de partidos. Ele destacou que os laços bilaterais contam com o respaldo da maioria da população de ambos os países, o que garante estabilidade e continuidade no relacionamento.
Esse compromisso de longo prazo, segundo o líder russo, tem permitido a construção de uma parceria estratégica que se mantém como referência no cenário internacional.

Rússia e Índia reforçam parceria estratégica em encontro entre Putin e Modi

Por Laurie Chen e Mei Mei Chu
TIANJIN, China (Reuters) - Índia e China são parceiros de desenvolvimento, não rivais, afirmaram neste domingo o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente chinês, Xi Jinping, durante reunião em que discutiram formas de melhorar os laços comerciais em meio à incerteza tarifária global.
Modi está na China pela primeira vez em sete anos para participar de uma reunião de dois dias do bloco de segurança regional da Organização de Cooperação de Xangai, juntamente com o presidente russo, Vladimir Putin, e os líderes do Irã, Paquistão e quatro Estados da Ásia Central, em uma demonstração de solidariedade do Sul Global.
Analistas dizem que Xi e Modi estão buscando se alinhar contra a pressão do Ocidente, dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs uma tarifa de importação punitiva total de 50% sobre os produtos indianos, em parte em resposta à compra de petróleo russo por Nova Délhi.
As medidas de Trump prejudicaram décadas de laços cuidadosamente cultivados entre os EUA e Nova Délhi, que Washington esperava que atuasse como um contrapeso regional a Pequim.
Modi disse a Xi que seu país está comprometido em melhorar os laços com a China e discutiu a redução do crescente déficit comercial bilateral da Índia de quase US$99,2 bilhões, ao mesmo tempo em que enfatizou a necessidade de manter a paz e a estabilidade em sua fronteira disputada depois que um confronto em 2020 desencadeou um impasse militar de cinco anos.
"Estamos comprometidos com o progresso de nossas relações com base no respeito mútuo, confiança e sensibilidades", disse Modi durante reunião paralela à cúpula, de acordo com um vídeo publicado em sua conta oficial na rede social X.
O premiê indiano disse que uma atmosfera de "paz e estabilidade" foi criada na disputada fronteira no Himalaia e que a cooperação entre as duas nações está ligada aos interesses de 2,8 bilhões de pessoas dos dois países mais populosos do mundo.
Os vizinhos asiáticos com armas nucleares compartilham uma fronteira de 3.800 quilômetros que é mal demarcada e tem sido disputada desde a década de 1950.
Xi disse que a China e a Índia são oportunidades de desenvolvimento uma para a outra, e não ameaças, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
"Não devemos (...) deixar que a questão da fronteira defina o relacionamento geral entre a China e a Índia", disse Xi, segundo a Xinhua.
Os laços entre a China e a Índia poderiam ser "estáveis e de longo alcance" se ambos os lados se concentrarem em ver um ao outro como parceiros em vez de rivais, acrescentou Xi.
Os laços entre as nações foram rompidos pelo confronto de 2020, no qual 20 soldados indianos e quatro chineses morreram em um combate corpo a corpo, após o qual a fronteira do Himalaia foi fortemente militarizada por ambos os lados.
O Secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, disse a jornalistas no final do dia que a situação da fronteira havia evoluído ao longo do ano passado, após um acordo de patrulhamento em outubro. "A situação na fronteira está caminhando para a normalização", disse ele.
Em resposta a uma pergunta sobre as tarifas de importação dos EUA, ele disse que Modi e Xi discutiram a "situação econômica" internacional e os desafios que elas criaram.
"Eles tentaram (...) ver como aproveitar isso para construir um maior entendimento entre eles e como (...) levar adiante o relacionamento econômico e comercial entre a Índia e a China", disse ele.
Os líderes também discutiram a expansão de pontos em comum em questões bilaterais, regionais e globais, e desafios como o terrorismo e o comércio justo em plataformas multilaterais, informou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Índia.
VOOS DIRETOS, RESTRIÇÕES COMERCIAIS
Os dois líderes tiveram uma reunião na Rússia no ano passado, depois de chegarem a um acordo de patrulha de fronteira, dando início a uma tentativa de descongelamento dos laços que se acelerou nas últimas semanas, à medida que Nova Délhi procura se proteger contra novas ameaças tarifárias de Washington.
Os voos diretos entre as duas nações, que estão suspensos desde 2020, estão sendo retomados, acrescentou Modi, sem fornecer um prazo.
A China concordou em suspender as restrições de exportação de terras raras, fertilizantes e máquinas de perfuração de túneis este mês durante uma visita importante à Índia pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
A China se opõe às altas tarifas impostas por Washington à Índia e "apoiará firmemente a Índia", disse o embaixador chinês na Índia, Xu Feihong, neste mês.
Nos últimos meses, a China permitiu que os peregrinos indianos visitassem locais hindus e budistas no Tibete, e ambos os países suspenderam as restrições recíprocas de vistos de turistas.
"Vejo a reunião como um passo na direção de uma melhoria gradual. As leituras indicam muita sinalização política mista... Mas também há um senso de necessidade de estabilizar o relacionamento no contexto de correntes geopolíticas mais amplas", disse Manoj Kewalramani, especialista em relações sino-indianas do grupo de estudo Takshashila Institution, em Bengaluru.
Outras irritações de longo prazo também permanecem no relacionamento.
A China é o maior parceiro comercial bilateral da Índia, mas o déficit comercial de longa data - uma fonte persistente de frustração para as autoridades indianas - atingiu um recorde de US$99,2 bilhões este ano.
Enquanto isso, uma megabarragem chinesa planejada no Tibete provoca temores de desvio de água, o que poderia reduzir o fluxo do importante rio Brahmaputra em até 85% na estação seca, de acordo com estimativas do governo indiano.
A Índia também abriga o Dalai Lama, o líder espiritual budista tibetano exilado que Pequim vê como uma perigosa influência separatista. O arquirrival da Índia, o Paquistão, também se beneficia do firme apoio econômico, diplomático e militar chinês.

Leonardo Lucena

Índia e China são parceiros, não rivais, dizem Narendra Modi e Xi Jinping

CGTN – O presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se neste domingo (31), em Tianjin, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que está na China para participar da Cúpula da Organização de Cooperação de Shanghai de 2025.
Xi Jinping disse que o encontro bem-sucedido do ano passado, em Kazan, marcou o reinício das relações China-Índia, com intercâmbios e cooperação bilaterais progredindo continuamente.
China e Índia são duas civilizações orientais antigas, sendo também os dois países mais populosos do mundo e membros importantes do Sul Global. As duas nações assumem a importante responsabilidade de beneficiar seus povos, promover a unidade e a revitalização dos países em desenvolvimento e impulsionar o progresso da sociedade humana. Ser bons amigos e parceiros e alcançar a “dança conjunta do dragão e do elefante” deve ser a escolha certa para China e Índia.
Em relação ao tratamento das relações com a Índia, Xi Jinping apresentou quatro perspectivas. A primeira é fortalecer a comunicação estratégica e aprofundar a confiança mútua. A segunda é expandir o intercâmbio e a cooperação para alcançar benefícios mútuos e resultados vantajosos para todos. O terceiro entendimento é atender às preocupações uns dos outros e defender a coexistência harmoniosa. Quarta, os dois países devem demonstrar a responsabilidade histórica, defender o multilateralismo, defender a equidade e a justiça internacionais e promover conjuntamente a multipolarização e a democratização das relações internacionais.
"Os Cinco Princípios da Coexistência Pacífica, formados pela geração mais antiga de líderes chineses e indianos há mais de 70 anos, devem ser valorizados e promovidos. Precisamos trabalhar juntos para manter a paz e a tranquilidade nas áreas de fronteira e não deixar que a questão fronteiriça defina o relacionamento geral entre China e Índia”, disse Xi Jinping.
O líder chinês afirmou ainda que os dois países devem demonstrar a responsabilidade histórica, defender o multilateralismo, a equidade e a justiça internacionais e promover conjuntamente a multipolarização e a democratização das relações internacionais.
Narendra Modi destacou que a Índia e a China são parceiras, não adversárias, com muito mais consenso do que divergências. O governo indiano está disposto a tratar e desenvolver as relações bilaterais, a partir de uma perspectiva de longo prazo.
A Índia quer trabalhar com a China para buscar uma solução justa, razoável e mutuamente aceitável para a questão da fronteira. Os dois países defendem a autonomia estratégica e a diplomacia independente e suas relações bilaterais não estão sujeitas à influência de terceiros. A cooperação entre os dois lados tornará o século XXI verdadeiramente um século asiático, e juntos fortalecerão o poder do multilateralismo nos assuntos internacionais.

China

Xi Jinping se reúne com primeiro-ministro da Índia

247 - O presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tiveram seu primeiro encontro desde a volta de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos. A reunião ocorreu em Tianjin, à margem da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), e foi destacada pela <a href="https://www.bloomberglinea.com.br/internacional/efeito-trump-xi-e-modi-prometem-reconstruir-lacos-enquanto-enfrentam-tarifas-dos-eua/">Bloomberg </a>como um marco na tentativa de reconstrução dos laços entre os dois países, que buscam reduzir tensões bilaterais e, ao mesmo tempo, enfrentar as consequências da guerra comercial desencadeada por Washington.
Durante a conversa, Modi anunciou a retomada de voos diretos entre Pequim e Nova Délhi e ressaltou que, após a retirada de tropas das áreas de atrito na fronteira no último ano, as relações entre as duas potências asiáticas entraram em fase de estabilização. Xi, por sua vez, afirmou que “a escolha certa é serem amigos” e destacou que China e Índia devem evitar que disputas territoriais definam o futuro da parceria.
A visita de Modi à China, a primeira em sete anos, acontece em um momento em que os dois países enfrentam tarifas elevadas impostas pelo governo de Trump. Na semana anterior ao encontro, Washington aplicou sobretaxas de 50% sobre produtos indianos como represália às compras de petróleo russo por Nova Délhi, medida considerada pela Índia como “injusta”. Em 2024, as exportações indianas para os EUA chegaram a US$ 87 bilhões, agora ameaçadas pela escalada tarifária.
Em defesa de uma abordagem estratégica de longo prazo, Xi defendeu mais cooperação entre os vizinhos. “Enquanto os dois países permanecerem parceiros, e não rivais, e se virem como oportunidades de desenvolvimento, e não como ameaças, as relações entre a China e a Índia florescerão e avançarão com firmeza”, declarou o líder chinês, segundo a agência estatal Xinhua.
O encontro em Tianjin também refletiu o esforço da China em consolidar sua visão de governança global, estimulando alternativas à ordem liderada pelos Estados Unidos. Xi enfatizou a necessidade de reforçar o multilateralismo e de promover “mais democracia nas relações internacionais”. Para ilustrar a nova fase, ele disse que é hora de o “dragão e o elefante dançarem juntos”, em referência simbólica aos dois países.
A Índia e a China concordaram em ampliar o comércio bilateral, fortalecer investimentos e reduzir o déficit comercial. A declaração conjunta também citou a importância de avançar no diálogo sobre a demarcação da fronteira disputada, um tema que provocou choques militares em 2020 e deteriorou gravemente a relação entre os países.
A reunião de Xi e Modi ocorreu em paralelo ao maior encontro já promovido pela Organização de Cooperação de Xangai, que reuniu líderes da Rússia, Irã e Paquistão. A movimentação diplomática sinaliza a busca de novas alianças em um cenário global marcado por instabilidade, com impactos da guerra na Ucrânia e pela política tarifária agressiva de Trump.

Xi Jinping e Modi buscam reaproximação em meio à pressão da guerra comercial dos EUA

247 - A cidade portuária de Tianjin, na China, sedia neste domingo (31) e segunda-feira (1º) a 25ª cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), um dos maiores blocos políticos e econômicos da Ásia. Segundo a <a href="https://www.rfi.fr/br/mundo/20250830-china-recebe-l%C3%ADderes-internacionais-em-busca-de-parceiros-comerciais-alternativos">RFI</a>, o encontro ocorre em um momento em Pequim busca ampliar suas parcerias diante das barreiras comerciais impostas pelos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Desde o início da guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo, a China tem redirecionado seus esforços para estreitar laços com países da Ásia Central. Em 2024, o comércio com a região alcançou US$ 94 bilhões (mais de R$ 500 bilhões), superando os fluxos registrados com a União Europeia e até mesmo com a Rússia. Os investimentos chineses também se intensificaram, como mostra a instalação da maior fábrica da Byte, fabricante de veículos elétricos, no Uzbequistão.
De acordo com a reportagem, os países da Ásia Central são vistos por Pequim como cruciais para o fornecimento de metais essenciais à produção de baterias, setor em que a China é líder mundial. Apesar do avanço, os números revelam desequilíbrios: o comércio chinês com o Sudeste Asiático ainda é dez vezes maior que com a Ásia Central. Mesmo assim, Pequim aposta na diplomacia e na expansão de projetos de infraestrutura para consolidar novas rotas comerciais.
Um dos nomes de maior peso no encontro é o presidente russo Vladimir Putin, que chegou a Tianjin acompanhado de uma delegação numerosa. Sua presença reforça a parceria estratégica entre Moscou e Pequim em meio às sanções ocidentais. Além das reuniões bilaterais com Xi Jinping, Putin participará das celebrações pelos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, em um desfile que deve exibir os mais modernos equipamentos militares chineses. O líder norte-coreano Kim Jong Un também é esperado nas cerimônias.
Outro destaque do encontro é a presença do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, em sua primeira visita à China em sete anos. Assim como Pequim, a Índia também foi alvo de tarifas norte-americanas e busca diversificar suas relações comerciais. O encontro com Xi Jinping sinaliza uma tentativa de retomar o comércio fronteiriço, interrompido há cinco anos, apesar das tensões militares que marcaram a relação entre os dois países.
A cúpula da OCS reúne cerca de vinte chefes de Estado e representantes de organizações internacionais, representando quase metade da população mundial e uma fatia expressiva do PIB global. Para especialistas, o bloco se apresenta como um contrapeso à OTAN, especialmente diante das crises que afetam seus membros, como a guerra na Ucrânia e as tensões no Estreito de Taiwan.

China busca ampliar alianças econômicas em encontro da Organização de Cooperação de Xangai

247 – O presidente da China, Xi Jinping, afirmou neste domingo (31) ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que os dois países devem ser vistos como “parceiros de cooperação, não rivais”. A declaração foi feita em Tianjin, na véspera da Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO) de 2025, e foi divulgada originalmente pelo jornal Global Times.
Xi destacou que China e Índia são “oportunidades de desenvolvimento mútuo e não ameaças”, ressaltando que, se mantiverem esse caminho estratégico, as relações bilaterais poderão sustentar um crescimento estável e de longo prazo. Ele também disse que os dois países deveriam agir como “bons vizinhos e parceiros que se ajudam a prosperar”.
<h2>Uma parceria estratégica de longo prazo</h2>
Segundo Xi, este ano marca o 75º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre China e Índia, o que reforça a necessidade de tratar o vínculo com uma perspectiva estratégica e de longo prazo. Para o presidente chinês, o caminho adequado seria um “pas de deux cooperativo do dragão e do elefante”, em referência simbólica aos dois países asiáticos.
Ele conclamou ainda os dois lados a fortalecer a comunicação estratégica para aprofundar a confiança mútua, expandir intercâmbios e cooperação de ganhos compartilhados, além de buscar uma convivência harmoniosa, respeitando as preocupações de cada parte.
<h2>Paz nas fronteiras e cooperação multilateral</h2>
Xi alertou que as tensões fronteiriças não devem definir o conjunto da relação entre os dois países. “China e Índia devem trabalhar juntas para garantir paz e tranquilidade em suas regiões de fronteira e não deixar que a questão da fronteira defina as relações como um todo”, afirmou.
O líder chinês também defendeu maior colaboração em fóruns multilaterais, de modo a proteger interesses comuns das duas maiores nações emergentes da Ásia.

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